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Componente de protetores solarares encontrado em alimentos gera preocupação nos EUA

Cientistas alertam para riscos do dióxido de titânio na alimentação americana

Dióxido de titânio pode causar risco para a saúde dos consumidores ( d3sign/Getty Images)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 12 de junho de 2024 às 10h54.

O dióxido de titânio, conhecido principalmente como ingrediente de protetor solar, também é utilizado em diversos alimentos, como pizza, salgadinhos, glacê e doces. No entanto,crescem as preocupações sobre os possíveis riscos à saúde associados ao consumo desse aditivo nos Estados Unidos. As informações são do Wall Street Journal.

Na indústria alimentícia, o dióxido de titânio é usado para realçar cores, tornando a mussarela mais branca na pizza congelada ou as cores dos confeitos mais vibrantes.Pesquisas, principalmente em animais, sugerem que o consumo de dióxido de titânio pode estar ligado a problemas no sistema imunológico, inflamações e danos ao DNA que podem levar ao câncer.

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Desde 2022, a União Europeia proibiu o uso de dióxido de titânio em alimentos. Legisladores na Califórnia propuseram um projeto de lei para banir alimentos com esse ingrediente nas escolas públicas. Grupos de defesa da saúde pública nos Estados Unidos têm solicitado à FDA (Food and Drug Administration) a proibição do uso do dióxido de titânio em alimentos.

Quais os efeitos do dióxido de titânio?

A ciência não é conclusiva sobre os efeitos do dióxido de titânio. Alguns estudos não mostraram efeitos negativos à saúde, e países como Canadá, Austrália e Nova Zelândia recentemente revisaram as pesquisas e consideraram o dióxido de titânio seguro para uso em alimentos. A Associação de Marcas americana, que representa muitos fabricantes de alimentos, afirma que o dióxido de titânio é utilizado com segurança, conforme os padrões da FDA.

Estudos recentes têm utilizado novas técnicas para entender melhor o dióxido de titânio. Sabe-se agora que a maioria dos ingredientes usados em alimentos contém nanopartículas, que podem penetrar na camada de muco do trato gastrointestinal, entrar nas células e se acumular nos órgãos. Pesquisas em animais indicam que o consumo dessas nanopartículas pode causar danos ao fígado, sistema imunológico e reprodutivo, além de alterar a microbiota intestinal.

Estudos em humanos também encontraram uma ligação entre o consumo de dióxido de titânio e inflamação intestinal. Em um estudo com 35 adultos saudáveis, aqueles com maiores níveis de dióxido de titânio nas fezes apresentaram maiores indicadores de inflamação intestinal, que pode virar crônica e aumentar a permeabilidade intestinal aumentadas, elevando o risco de câncer.

Crianças podem enfrentar maiores riscos potenciais, pois tendem a consumir mais alimentos contendo dióxido de titânio e são menores em tamanho. Embora alguns estudos não tenham mostrado efeitos tóxicos em animais, cientistas divergem sobre quais estudos são relevantes para o consumo humano. Antes de proibir o dióxido de titânio, especialistas em segurança alimentar da União Europeia identificaram que ele tinha potencial para causar danos ao DNA, mas não sabiam ao certo como isso ocorria ou em qual dose.

Para evitar o dióxido de titânio, os consumidores podem optar por alimentos que não contenham corantes artificiais. Algumas empresas já estão removendo o dióxido de titânio de seus produtos, como o supermercado Whole Foods, que reformulou sua marca de macarrão com queijo, e a Beyond Meat, que fez o mesmo com seus nuggets de frango à base de plantas.

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