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Vida e morte de Ayrton Senna se transformam em musical

O musical não pretende ser uma biografia de Senna, mas uma experiência sensorial e emotiva que repasse momentos fundamentais da vida do piloto

Ayrton Senna: "O país precisa muito de uma figura como a do Senna", afirmou a produtora de teatro Aniela Jordan (Norio Koike/Divulgacao/Divulgação)

Ayrton Senna: "O país precisa muito de uma figura como a do Senna", afirmou a produtora de teatro Aniela Jordan (Norio Koike/Divulgacao/Divulgação)

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AFP

Publicado em 8 de novembro de 2017 às 17h08.

Nenhum brasileiro esquece o trágico domingo de 1994 quando o piloto de F1 Ayrton Senna, tricampeão mundial, morreu. Naquele momento, nascia um mito. A história deste herói nacional agora chega aos palcos e é contada em uma comédia musical.

"Ayrton Senna, o musical" mostra a figura deste saudoso herói nacional, do Brasil guerreiro, sonhador e vencedor, em tempos de crise e de inquietação generalizada.

"O país precisa muito de uma figura como a do Senna", afirmou a produtora de teatro Aniela Jordan na apresentação do espetáculo à imprensa, na terça-feira (7) à noite, no Rio de Janeiro.

A obra estreará na sexta-feira (10) no Teatro Riachuelo, com uma montagem de inspiração circense que coloca no palco 24 atores, bailarinos e acrobatas, além de 15 canções originais.

Em um universo de luzes de neon, pneus, capacetes, 'boxes' e barulhos de carros de corrida, o diretor Renato Rocha quer levar o espectador para um circuito de F1.

De fato, o musical não pretende ser uma biografia cronológica de Senna, mas uma experiência sensorial e emotiva que repasse momentos fundamentais da vida do piloto, que faleceu aos 34 anos, através das cinco voltas que fez em 1º de maio de 1994 no Circuito de Ímola, na Itália, antes de perder o controle de sua Williams na curva Tamburello e bater contra um muro.

"Uma grande responsabilidade"

O encarregado de interpretar esse ídolo das massas é o jovem Hugo Bonemer, que tem uma razoável semelhança com Senna: com cabelos parecidos, o macacão de corrida vermelho e um capacete debaixo do braço, ele só precisa de uma luz de partida para reviver diante do espectador um dos maiores pilotos de todos os tempos, campeão da F1 em 1988, 1990 e 1991.

"Esse é um dos papéis que as pessoas querem muito, mas que também dão muito medo. É uma grande responsabilidade", confessou Bonemer.

O ator, formado principalmente nos palcos, mas com participações em algumas novelas, passou um tempo com a família de Senna, conheceu de perto o trabalho da fundação que leva o nome do piloto e viveu na própria pele a "coragem" necessária para dirigir um carro de corrida.

"A gente está em um momento muito difícil do país", manifestou o diretor Renato Rocha, referindo-se à crise econômica e política que o Brasil atravessa.

"O Ayrton Senna foi um cara que habitou num meio muito elitista. Ele foi um vencedor fora do país, mas não deixou de ser ele mesmo, de carregar valores como a humanidade, a humildade, (de) ajudar o próximo. Ao levantar aquela bandeira, dava a esperança que era possível um país melhor", assinalou.

A estreia de "Ayrton Senna, o musical" coincide com a celebração neste fim de semana do Grande Prêmio do Brasil, em São Paulo, onde o britânico Lewis Hamilton - confesso admirador de Senna - participará já consagrado campeão do mundo.

Esta também será a última participação de Felipe Massa, vice-campeão do mundo em 2008, no Circuito de Interlagos. O brasileiro anunciou sua aposentadoria ao fim desta temporada.

O Brasil teve três campeões do mundo na F1: Emerson Fittipaldi (1972, 1974), Nelson Piquet (1981, 1983, 1987) e Ayrton Senna.

O mito de Senna começou a tomar forma durante sua vida, com seu estilo de direção agressivo e rivalidade com o francês Alain Prost. E se fundamentou com sua trágica morte, que deu lugar a três dias de luto nacional e a um enterro com honras de Estado.

Uma lembrança que mesmo com o passar dos anos se mantém viva e se soma às "saudades" dos brasileiros.

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