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Vaticano terá pavilhão na Bienal de Veneza

Santa Sé terá um pavilhão próprio na Bienal de Veneza pela primeira vez para mudar a percepção de que não se mistura com a arte contemporânea

Mulher passa em uma instalação no pavilhão italiano da 54ª Bienal de Veneza, que aconteceu em 2012 (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Mulher passa em uma instalação no pavilhão italiano da 54ª Bienal de Veneza, que aconteceu em 2012 (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2013 às 11h22.

Cidade do Vaticano - Para a maioria das pessoas, a arte contemporânea e o Vaticano - minúsculo país que abriga alguns dos maiores tesouros da arte antiga, são como água e óleo: simplesmente não se misturam.

Mas o "ministro da Cultura" do Vaticano, cardeal Gianfranco Ravasi, quer alterar essa percepção, e neste ano pela primeira vez a Santa Sé terá um pavilhão próprio na Bienal de Veneza, grande evento da arte contemporânea, realizado desde 1985.

Mas que ninguém espere uma exposição de arte sacra. "Não vamos enviar nenhuma peça de altar", brincou Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura.

O Conselho e os Museus do Vaticano encomendaram três obras contemporâneas, para artistas que receberam um tema e total liberdade criativa -sem nenhum tipo de restrição moral ou de qualquer outra ordem.

"Eles não receberam temas específicos, como Maria e Jesus, mas foram convidados a refletir sobre os primeiros 11 capítulos do Gênesis, porque eles são essencialmente um retrato da humanidade", disse Ravasi.

As três encomendas foram feitas à cooperativa italiana Studio Azzurro, ao pintor norte-americano de origem australiana Lawrece Carroll e ao famoso fotógrafo checo Josef Koudelka. Eles produziram obras com os temas "criação", "descriação" e "recriação".

"São sentimentos que podem ser partilhados não só pelos fiéis, católicos romanos, mas por membros de outros credos e por não-crentes", disse Antonio Paolucci, diretor dos Museus do Vaticano.

"Não há pessoas que na sua vida não tenha experimentado épocas boas, épocas de queda, depressão, derrota, e épocas de precisar se levantar e começar a ter esperanças de novo", afirmou. "Esses três elementos são universais." As obras não têm conteúdo religioso explícito, e pareceriam mais à vontade em uma galeria do Soho (Nova York) do que numa igreja. Uma das obras, por exemplo, mostra um emaranhado de mãos estendidas em telas de vídeos, enquanto o espectador escuta sons de crianças e animais.

A Bienal de Veneza começa em 1º. de junho e vai durar seis meses. A instalação do pavilhão do Vaticano custou cerca de 750 mil euros (973,7 mil dólares), valor inteiramente coberto por patrocinadores corporativos italianos.

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