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Sylvia Kristel, de atriz a mito erótico como "Emmanuelle"

A personagem com a qual Sylvia alcançou a fama foi a mesma que a devorou como atriz e como mulher com o passar do tempo

Sylvia Kristel em foto de 1976: a atriz faleceu durante a noite vítima de câncer
 (AFP)

Sylvia Kristel em foto de 1976: a atriz faleceu durante a noite vítima de câncer (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 11h56.

Redação Central - Alta, magra e com um olhar quase transparente, a atriz Sylvia Kristel, que morreu nesta quinta-feira aos 60 anos vítima de um câncer, rodou muitos outros filmes, mas foi uma só, "Emmanuelle", personagem que a transformou em um mito erótico mundial nos anos 70.

Era nesta época que a jovem Sylvia, com um olhar entre o inocente e o malicioso, aparecia sentada em uma exótica poltrona de vime e com um colar de pérolas sobre seus seios nus para convidar o espectador aos mais ocultos prazeres.

Nascida em 28 de setembro de 1952 em Utrecht, na Holanda, Sylvia, antes de ser um mito erótico, foi primeiro secretária, "Miss Televisão Europeia" e modelo propagandista, profissão que lhe abriu as portas para o cinema, onde estreou com "Niet Voor de Poesen", do diretor Fons Rademakers, em 1972.

Posteriormente, vieram outros títulos, mas foi em 1973 - quando o cineasta francês Just Jaeckin lhe ofereceu o grande papel de sua vida, "Emmanuelle" -, que Sylvia alcançou a fama, a mesma que a devorou como atriz e como mulher com o passar do tempo.

Considerado um dos filmes pontuais do cinema erótico moderno, "Emmanuelle" batia recordes de bilheteria onde era exibido. Em Paris, por exemplo, o filme se manteve por dez anos ininterruptos em cartaz.

Depois de estrear no cinema erótico, Sylvia rodou com Sigi Rothemund, Alain Robbe-Grillet e Jean-Pierre Mocky, sendo que em 1975, agora com Francis Giacobetti, a atriz foi convidada a protagonizar a primeira sequência de sua bem-sucedida personagem, "Emmanuelle II" (Emmanuelle: L"antivierge). Mais tarde, a atriz também participaria de filmes com Walerian Borowczyk, Roger Vadim, Claude Chabrol e Francis Girod.


Sem conseguir se desprender do personagem que lhe deu fama, em 1977, Sylvia protagoniza "Emmanuelle 3" (Goodbye Emmanuelle), dirigido nesta ocasião por François Leterrier. Neste mesmo ano, a atriz dá vida à infanta Isabel da Espanha no filme "O Quinto Mosqueteiro", de Ken Annakin.

Em 1979, Sylvia viajou à Espanha para rodar "Camas Quentes" (1979), de Luigi Zampa, cujo elenco também contava com outros mitos eróticos do momento, como Ursula Andress e Laura Antonelli.

No final desse ano, a atriz holandesa se mudou para Hollywood. Lá, nos Estados Unidos, ela fez várias participações em séries de TV e pequenos papéis em filmes de pouco êxito nas bilheterias.

Em 1980, ela participou do filme "O Amante de Lady Chatterley", de Just Jaeckinar, sendo que, um ano depois, fez seu primeiro papel de cômico em "Express Train", de Salvatore Samperi. Ainda em 1981, Sylvia atuou em "Uma Professora Muito Especial", de Alan Myerson, um filme que foi qualificado como pornográfico por várias associações familiares americanas.

Em 1983, Sylvia estrelaria a quarta sequência de "Enmmnuelle" e, três anos depois, se casaria com P.Blot, que a dirigiu no filme "Flamenco", rodado em 1987 nos arredores de Madri.


No entanto, "Emmanuelle" não tinha sido esquecida e, entre 1992 e 1993, Sylvia voltou a protagonizar três filmes: "A Vingança de Emmanuelle", "A Magia de Emmanuelle" e "O Amor de Emmanuelle".

Em 1995, a atriz resolveu se aventurar no teatro na peça "Teu Gato Está Morto", do americano James Kirkwood. Após esta experiência, sua carreira de atriz começa a declinar, como evidencia seu pequeno papel em "Perdóname" (2001), do polêmico cineasta holandês Cyrus Frisch.

Em 2006, Sylvia publicou sua autobiografia, "Desnuda" (Nue), na qual confessava sua dependência em drogas e álcool. Seis anos depois, quando seu ainda belo rosto não podia ocultar os excessos, a atriz sofreu um derrame cerebral que lhe levou ao hospital, onde ela foi diagnosticada, além disso, com um câncer de garganta, doença que fragilizou muito sua saúde.

Unida desde muito jovem ao escritor Hugo Klaus, teve com ele um filho, Arthur, que nasceu em 1975. Entre 1977 e 1979, Sylvia esteve unida ao ator britânico Ian McShane e, em 1982, se casou secretamente em Las Vegas com o milionário americano Alan Turner, do qual se divorciou pouco antes de voltar à Europa. Em 1986, a atriz holandesa se casou em Paris com o produtor francês Philippe Blot.

Nos últimos anos, Sylvia vivia em Amsterdã, na Holanda, onde ocasionalmente expunha suas pinturas. EFE

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