Janja Lula da Silva e Lu Alckmin durante a chegada do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para a cerimônia de posse. (Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 12h14.
Última atualização em 2 de janeiro de 2023 às 12h16.
Uma calça pantalona de cintura alta, um colete e um blazer no tom dourado chamaram a atenção no domingo (1). Tingidas com cajú e ruibarbo, as peças usadas por Janja na cerimônia de posse foram feitas pela estilista gaúcha Helô Rocha, que também assinou o vestido de noiva da primeira dama no ano passado. Ambas as peças possuem bordados feitos por rendeiras de Timbaúba do Batista, no Rio Grande do Norte.
“Queria vestir algo que tivesse simbolismo para o Brasil, para os estilistas, para as cooperativas e para as mulheres brasileiras”, disse em entrevista à Vogue.
Esta não é a primeira vez que primeira-dama privilegia a moda brasileira. No ano passado, Janja escolheu vestir peças da Misci, do estilista Airon Martins em duas ocasiões: em entrevista ao Fantástico, Janja vestiu uma camisa de seda, que se esgotou logo em seguida, e durante a diplomação de Lula.
“Quero carregar os estilistas brasileiros aonde for. Mostrar para o mundo, abrir portas de comércio, de oportunidades. Se puder contribuir, vou ajudar", disse à Vogue.
Para o segundo evento da noite, o jantar de recepção no Palácio do Itamaraty, Janja escolheu um vestido da marca Neriage, comandado pela estilista Rafaella Caniello que usa a técnica de plissado em diversas peças.
Por cima do vestido, a primeira dama também usou uma capa plissada de manga longa do mesmo tom azul do vestido. As peças também foram feitas em parceria com Helô Rocha.
Tanto o conjunto usado na posse, quanto o vestido usado no jantar foram feitos sob medida para Janja. No site da Neriage, um vestido curto de manga longa custa a partir de R$ 1.480. Já a peça mais cara chega a custar R$ 3.680.
LEIA TAMBÉM:
Conheça a Montblanc Writers, caneta usada por Lula para assinar a posse
Além de exaltar estilistas brasileiros, há uma simbologia na escolha da roupa. O uso da pantalona rebate a escolha tradicional do uso de vestido ou saia e os estereótipos de roupas femininas. Até 1997, mulheres não podiam usar calças no Senado brasileiro, assim como até 2013, mulheres também não podiam usar calças em Paris.
"A relação com a moda pode ser mais desapegada de protocolos. Não é porque você é deputada que precisa estar de terninho e saia. Ou se você é mulher do presidente tem que usar vestido abaixo do joelho, careta", disse em entrevista à Vogue.
Tanto o presidente e seu vice escolheram cores simbólicas para as gravatas usadas na posse. O acessório usado por Lula era azul, em referência à cor do PSDB, partido que Alckmin esteve por décadas. Já a gravata escolhida por Alckmin, foi vermelha, simbolizando a cor do PT.
A escolha das cores faz referência à união do PSB e PT.