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Após novas acusações, rádios se negam a tocar Michael Jackson

Decisão foi tomada depois do lançamento nos Estados Unidos do documentário "Leaving Neverland"

Michael Jackson: cantor foi novamente acusado de abuso sexual (Kevin Mazur/WireImage/Getty Images)

Michael Jackson: cantor foi novamente acusado de abuso sexual (Kevin Mazur/WireImage/Getty Images)

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AFP

Publicado em 7 de março de 2019 às 16h10.

Última atualização em 7 de março de 2019 às 16h14.

São Paulo — Rádios de Austrália, Canadá e Nova Zelândia decidiram não tocar temas de Michael Jackson, em reação às novas alegações de abuso sexual envolvendo o 'rei do pop'.

O grupo de rádio Nova Entertainment de Sydney é o último a decidir, nesta quinta-feira, censurar Jackson.

A decisão foi tomada após o lançamento nos Estados Unidos do documentário "Leaving Neverland", no qual dois homens relatam que o artista abusou sexualmente deles por anos.

"Dado o que está acontecendo no momento, SmoothFM não transmitirá mais nenhuma música de Michael Jackson", disse Paul Jackson, diretor de programação da Nova, citado pela imprensa local.

O documentário ainda não foi transmitido na Austrália.

Outro grupo de rádios australianas, a ARN, indicou que está "acompanhando de perto o sentimento do público com os artistas".

Na Nova Zelândia, as músicas de Michael Jackson quase não são mais ouvidas no rádio após a decisão dos dois principais grupos de rádios, MediaWorks e NZME, de não mais tocá-las.

Essas duas empresas controlam a rede de rádios comerciais.

A rádio pública Radio NZ declarou, por sua vez, que as músicas de Michael Jackson não fazem parte de sua playlist.

Acusações de abuso

O documentário de quatro horas da HBO exibido no final de semana nos Estados Unidos apresenta as histórias de dois homens que dizem que Michael Jackson, que morreu há quase uma década, abusou sexualmente deles quando eram menores de idade.

O documentário se concentra em James Safechuck, de 41 anos, e Wade Robson, de 36 anos, que rememoram os fatos de como seu ídolo os abusou quando crianças.

Ambos descrevem como o cantor os atraiu: ele os convidou para compartilhar sua vida de sonhos, ganhou a confiança de suas famílias e os manipulou para manter seu relacionamento sexual em segredo.

Robson, natural da Austrália e atualmente um renomado coreógrafo, conheceu Michael Jackson quando tinha cinco anos de idade depois de vencer uma competição de dança.

O astro o convidou para o seu rancho Neverland na Califórnia, onde, segundo Robson, que tinha então sete anos de idade, começaram os abusos.

Safechuk - que alegou que os abusos contra ele começaram aos 10 anos, depois de participar de uma propaganda da Pepsi com Michael Jackson - conta uma história semelhante. Ele diz que o astro disse a ele que, se alguém descobrisse, suas vidas "acabariam".

Esta não é a primeira vez que denúncias de abusos contra Jackson vão ao ar publicamente, mas é a primeira explosão do escândalo desde que ele morreu de uma overdose aos 50 anos, há quase dez anos.

Em 1993, Jackson foi acusado de abusar de um menino de 13 anos e encerrou o caso com um acordo extrajudicial. Naquela época, Robson e Safechuck asseguraram que o músico nunca os tocara.

Em 2003, novas acusações vieram à tona em um julgamento dramático. Safechuk permaneceu à margem, mas Robson testemunhou em favor de Michael Jackson, que foi absolvido.

Os administradores do patrimônio de Michael Jackson defendem com veemência o cantor e processaram a HBO em 100 milhões de dólares por "assassinato póstumo" e asseguram que a companhia violou um acordo para não falar mal do ícone pop, uma condição estabelecida para emitir um de seus shows.

Fora do ar no Canadá

A decisão de não transmitir mais músicas de Michael Jackson, sem dúvida, prejudicará a marca e poderá resultar em perdas vinculadas a direitos autorais através da transmissão em rádios.

Mas não se sabe se o público parou de ouvir o 'rei do pop' nas plataformas digitais. Na Austrália, "The Essentials of Michael Jackson" permanece no 65º lugar dos mais baixados.

Nesta semana, dezenas de estações de rádio canadenses decidiram não transmitir mais as grandes canções de Jackson como "Billie Jean" ou "Bad".

"Estamos atentos ao feedback dos nossos ouvintes, enquanto a transmissão do documentário gerou reações", disse Christine DiCaire, da Cogeco, que opera 22 estações em Quebec e outra em Ontário.

"Preferimos, no momento, observar a situação eliminando as músicas de nossas estações", acrescentou.

Na Grã-Bretanha, onde "Leaving Neverland" deve ir ao ar na quarta e quinta-feira, a BBC seguiu o exemplo de outras rádios e arquivou a música de Michael Jackson.

Um porta-voz do grupo disse à AFP que não proibiram o artista, mas em um comunicado a BBC diz que consideram "cada obra musical pela sua qualidade e as decisões sobre o que é emitido em diferentes rádios são sempre tomadas em consideração ao contexto e ao público".

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