"O que vocês veem neste tribunal é um eco", disse a atriz Amber Heard em último dia de julgamento civil contra Johnny Depp (STEVE HELBER/POOL/AFP/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 26 de maio de 2022 às 16h48.
Última atualização em 26 de maio de 2022 às 16h55.
Amber Heard voltou ao banco de testemunhas nesta quinta-feira, 26, para um depoimento final no processo de difamação multimilionário movido pelo ex-marido Johnny Depp. A atriz falou aos jurados que tem sido "assediada, humilhada e ameaçada todos os dias" desde que acusou a estrela de Piratas do Caribe de abuso físico e sexual.
Heard voltou ao banco a pedido de seus advogados antes das alegações finais na sexta-feira, assim como fez Depp no dia anterior. "As pessoas querem me matar e me dizem isso todos os dias", disse Heard, que adotou uma menina em julho de 2021. "As pessoas querem colocar meu bebê no micro-ondas."
Ainda nesta quinta-feira, Heard negou as acusações de editar imagens para evidenciar marcas vermelhas no rosto que teriam sido provocadas por agressões de Johnny Depp, conforme alegações de testemunhas do lado do ator apresentadas no decorrer do julgamento, incluindo na véspera.
O especialista forense Julian Ackert, chamado ao tribunal pela equipe de Heard, afirmou que todas as fotos de Heard seriam autênticas. Ele disse que "com base nos metadados" das determinadas fotos que revisou, pode "confirmar que são fotografias autênticas e originais".
A equipe jurídica de Heard mostrou no tribunal mensagens de texto que Depp teria enviado, dizendo que queria que a ex-mulher sofresse "humilhação global" depois que ela pediu uma medida protetiva.
"O que vocês veem neste tribunal é um eco. Este tribunal e o outro tribunal para o qual ele me arrastou, para fazer a mesma coisa novamente. Isso é apenas um eco da violência e do abuso que sofri em nosso relacionamento", disse Heard. "As ameaças que ele fez para me humilhar globalmente estão sendo vividas em tempo real, na frente de vocês, senhoras e senhores, nas últimas seis semanas e para o mundo inteiro, já que há câmeras aqui."
Heard e Depp já apresentaram todas as suas testemunhas ao tribunal. As alegações finais dos advogados devem ser realizadas nesta sexta-feira. Depois, o júri vai deliberar sobre o veredicto, ainda sem data prevista para ser divulgado.
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Há menos de dois anos atrás, Johnny Depp perdeu um caso de difamação contra o jornal britânico "The Sun", que o rotulou de "espancador de esposas".
Na época, Amber Heard publicou um artigo no Washington Post relatando sua história de abuso sexual, sem citar o nome de Depp. Atualmente, no caso que é julgado nos EUA, Depp processou Heard na Virgínia por US$ 50 milhões.
Depp, de 58, argumentou que ela o difamou quando publicou artigo falando que era "uma figura pública que representa abuso doméstico. Os advogados de Depp abriram o processo no estado da Virgínia porque o "Washington Post" é impresso lá, mas o jornal não é réu.
Heard, de 36, contra-processou por US$ 100 milhões, dizendo que Depp a difamou quando seu advogado disse que suas acusações eram uma "farsa".
"Johnny tomou o suficiente da minha voz. Eu tenho o direito de contar minha história", afirmou Heard. Já o ator negou ter batido nela ou em qualquer mulher, e disse que foi ela quem se tornou violenta durante o relacionamento dos dois.
"Nenhum ser humano é perfeito", disse ele durante depoimento nesta quarta-feira. "Mas eu nunca na minha vida cometi agressão sexual, abuso físico."
O casal se conheceu em 2011 durante as filmagens de "Diário de um jornalista bêbado" e se casou em fevereiro de 2015. O divórcio foi finalizado cerca de dois anos depois.
(Com informações da Agência O Globo)
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