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Quadro de Monet é vendido por mais de R$ 380 milhões em leilão da Sotheby’s

Obra atraiu disputas e marca novo teste para o mercado de arte, com destaque para o legado do impressionismo

Cena de “Nenúfares” de Monet é um exemplo do estilo impressionista tardio que mantém relevância no mercado global. (Sotheby’s/Divulgação)

Cena de “Nenúfares” de Monet é um exemplo do estilo impressionista tardio que mantém relevância no mercado global. (Sotheby’s/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 19 de novembro de 2024 às 11h16.

A Sotheby’s leiloou na segunda-feira, 18, uma cena de “Nenúfares” de Claude Monet por US$ 65,5 milhões (R$ 381 milhões), oferecendo novas pistas sobre o desempenho do mercado de arte. A pintura, criada entre 1914 e 1917, superou a estimativa inicial de US$ 60 milhões (R$ 347,87 milhões) e atraiu três interessados, sendo arrematada por um comprador anônimo asiático por telefone. As informações são do The Washington Post.

A venda representa uma conquista para a Sotheby’s, que enfrenta incertezas financeiras em um ano de menor dinamismo no mercado de arte. Na semana anterior, a casa leiloou uma obra de Mark Rothko por US$ 32,5 milhões (R$ 188,43 milhões) em Hong Kong, menos do que o valor pago pela peça há nove anos. Apesar disso, a Sotheby’s afirmou que os resultados em Hong Kong atenderam às expectativas, totalizando US$ 64 milhões em vendas (R$ 370,65 milhões).

Claude Monet, figura central do movimento impressionista, mantém sua relevância no mercado global de arte. O recorde de vendas do artista foi estabelecido em 2019, com um quadro de feno vendido por US$ 110,7 milhões (R$ 641,1 milhões). A segunda maior cifra corresponde a um quadro de nenúfares, leiloado em 2018, que alcançou US$ 84,7 milhões (R$ 490,5 milhões).

Primeiro leilão da peça

A pintura vendida na segunda-feira se destacou não apenas pelo uso de tons azul púrpura, que tendem a atrair maior interesse de colecionadores, mas também por suas dimensões verticais de 1,5 metro, tornando-se a maior obra do gênero a ser leiloada em duas décadas. O trabalho exemplifica o estilo tardio de Monet, com pinceladas mais soltas e composições que antecipam os mestres modernos.

Além disso, esta foi a primeira vez que a peça foi leiloada. A obra fazia parte do patrimônio estimado em US$ 170 milhões (R$ 985 milhões) de Sydell Miller, empresária da área de cosméticos que cofundou a Matrix Essentials em 1980. Após vender sua empresa, Miller se dedicou ao colecionismo, adquirindo obras de Picasso, Yves Klein e Matisse, além de móveis únicos da dupla François-Xavier e Claude Lalanne.

No mesmo leilão, outro destaque do acervo de Miller, a obra “Estatuária” de Picasso, de 1925, foi vendida por US$ 24,8 milhões (R$ 143,79 milhões), abaixo de sua estimativa de US$ 30 milhões (R$ 173,94 milhões). A Sotheby’s ainda planeja leiloar cerca de 90 peças de sua coleção.

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