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Por que a música no restaurante é tão importante quanto os pratos servidos

Um estabelecimento sem música é algo impensável. “Parece que falta algum ingrediente no prato”, diz o chef Amílcar de Azevedo, do restaurante NOU

Modern Mamma Osteria:  trilhas sonoras diferentes para o almoço e jantar. (Pedro Shutter/Divulgação)

Modern Mamma Osteria: trilhas sonoras diferentes para o almoço e jantar. (Pedro Shutter/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 10h12.

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São incontáveis os elementos que contribuem para uma experiência gastronômica inesquecível. Por motivos óbvios, a comida é o primeiro ponto a ser levado em consideração. Mas também entram na conta o serviço, o ambiente e a decoração do espaço. Para além destes pontos, está o som, que também possui um papel crucial durante a refeição, e muitas vezes a música não é considerada como parte da experiência.

Assim como os pratos servidos agradam diferentes paladares, as músicas selecionadas para o ambiente também fazem parte do gosto pessoal de quem as escolhe. Porém, um estabelecimento sem música é algo impensável. “Parece que falta algum ingrediente no prato”, diz o chef Amílcar de Azevedo, do restaurante NOU.

O que todos os chefs e sócios de restaurantes concordam é a música deve ser misturar perfeitamente com o ambiente e com os pratos servidos. O som alto e desconexo com a proposta do local pode incomodar a ponto de fazer com que o comensal vá embora mesmo antes de pedir o prato principal.

“A trilha sonora dá o tom e o clima do restaurante, e por isso precisa ser muito bem escolhida. Se você coloca uma música eletrônica com batidas muito rítmicas que incomoda, a piada é que a comida desce batendo igual”, comenta André Mifano, chef do restaurante Donna.

“A verdade é que nós precisamos escolher uma trilha sonora que a maioria das pessoas vão gostar, ou pelo menos não vão odiar”, diz Amílcar.

Para Marcos Cangiano, gerente de operações do ICI Brasserie, a música tocada no estabelecimento precisa passar despercebida, compondo com o ambiente. “Se a música é ruim, ou não combina com o momento, ela passa a ser a única coisa que o cliente vai prestar atenção”, diz.

“A verdade é que a maneira como as pessoas percebem os espaços vai além da estrutura física ou organização do ambiente. Mais do que apenas apreciar um bom jantar, em um lugar bem decorado, a experiência do cliente envolve uma avaliação mais ampla, englobando todos os aspectos e a música com certeza é uma delas”, diz Mifano.

Playlists escolhidas a dedo

Para além do cuidado com as massas frescas produzidas no Modern Mamma Osteria, Paulo Barros, chef e sócio da casa, passa boas horas do seu dia escolhendo a trilha sonora, que muda no almoço e no jantar.

“São momentos de consumo diferentes, as pessoas percebem o clima”, comenta. O restaurante famoso pelas excelentes massas de Salvatore Loi chega a receber diversos elogios dos clientes por conta da música. “É bem comum os clientes elogiarem nas nossas redes sociais a experiência como um todo, mas recorrentemente falam sobre a música ambiente. A música faz parte da hospitalidade do restaurante”.

Atualmente há empresas especializadas em compor trilhas sonoras para os restaurantes que levam em consideração não apenas o tipo de comida, mas o perfil de clientes, os dias da semana, e até mesmo a decoração e o mobiliário. “Eu gosto da ideia de montar a própria playlist. A cultura do restaurante já está dentro de nós, fica mais pessoal, e não no sentido o meu gosto pessoal, mas algo que tem a cultura do restaurante”, diz Cangiano.

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