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Peles à mostra são destaque na Semana de Moda Masculina de Paris

"Gosto do lado nu, da transparência, dos decotes largos, mas também de ver os pés. Tentei encontrar algo diferente", explicou Dries Van Noten após o desfile

Desfile Dries Van Noten em Paris. (AFP/AFP)

Desfile Dries Van Noten em Paris. (AFP/AFP)

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Publicado em 26 de junho de 2023 às 10h10.

Decotes generosos e costas nuas já não são mais exclusividade das mulheres fatais, como mostram as coleções primavera-verão 2024 apresentadas na Semana de Moda Masculina em Paris.

Seja com casaco, terninho ou com shorts brilhantes, a marca Dries Van Noten apresentou o homem com sandálias.

"Gosto do lado nu, da transparência, dos decotes largos, mas também de ver os pés. Tentei encontrar algo diferente", explicou o estilista belga à AFP após o desfile.

O diretor artístico da Loewe, Jonathan Anderson, também apostou na ideia, mas com um toque irônico: um enorme bolso retangular de couro, preso ao corpo com alças nos ombros e nada nas costas.

"Sempre procuro contradições nos homens, e em qualquer mulher. Quero dizer, como apagamos esses limites?", refletiu.

Na sexta-feira, o espanhol Arturo Obegero apresentou sua coleção em um desfile no qual homens vestiam calças boca de sino com a parte de cima totalmente exposta.

Também exibiam blusas transparentes e fluídas. A coleção recebeu o nome "Surfer du soir" ("surfista noturno").

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Desfile Dries Van Noten em Paris. (AFP/AFP)

A dupla francesa Florentin Glémarec e Kévin Nompeix, fundadores da jovem grife Egonlab, aumentou ainda mais a exposição, com jaquetas de gola quadrada e calças de cintura extremamente baixa, que mostram o início das nádegas.

"Nesta temporada estamos vendo muita pele", resumiu Florentin Glémarec à AFP.

"Queríamos nos esquivar de todos os códigos, especialmente na modelagem, substituindo-os por algo mais criativo, mais divertido", disse Kévin Nompeix.

A ideia é ajudar as pessoas a “deixarem de ter medo do corpo, a não se esconderem atrás da roupa, mas usá-la como uma ferramenta para transcender quem somos”, acrescentou.

"Nosso guarda-roupa não tem gênero: seja feminino ou masculino, ou ambos, todas as combinações são vitoriosas", explicou.

O franco-turco Burc Akyol, que estreia na Semana de Moda Masculina, apresentou uma peça inspirada no “sarouel” otomano, uma calça larga fechada na altura do tornozelo, com cortes longitudinais que deixam as pernas expostas.

"Sempre pensei que as pessoas que escondiam seus corpos negavam seus corpos. E eu gosto de existir como um ser carnal", disse à AFP.

Com decotes e camisas decoradas com correntes, Anthony Alvarez, da marca francesa Bluemarble, inspira-se no mundo do surf e skate na Califórnia.

Givenchy deu uma aula de ecletismo, com uma longa coleção que passou por todos os estilos. Coletes, em amarelo ou verde oliva, foram vestidos sobre o torso nu.

“Os jovens estilistas já abandonaram o hábito de setorizar suas coleções e costumam misturar homens e mulheres, não necessariamente na fluidez de gêneros mas com uma inteligência quase comercial, de organização das coleções”, afirma o historiador de moda Olivier Gabet, diretor do departamento de objetos de arte do Louvre.

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