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Passarela masculina parisiense vive entre diversão e transcendência

Off White, amada pelos millennials, foi um dos destaques da Semana de Paris

Coleção da Dior em desfile de sexta-feira 17: Semana de moda masculina em Paris (Charles Platiau/Reuters)

Coleção da Dior em desfile de sexta-feira 17: Semana de moda masculina em Paris (Charles Platiau/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 11h44.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 11h46.

A moda é para se divertir ou deve mudar o mundo? As marcas que desfilaram nessa quarta-feira em Paris mostraram respostas opostas, em um dia marcado pelo retorno do americano Virgil Abloh à passarela.

Após passar alguns meses se poupando e trabalhando de casa nos Estados Unidos por recomendação médica, o estilista mais influente entre os millennials compareceu ao desfile de sua marca Off White, na abertura da Semana de Moda masculina.

Abloh apresentou sua coleção mais séria e elegante, como se quisesse reafirmar suas declarações recentes para a revista Dazed, em que previu a morte do streetwear para esse ano.

O estilista promoveu a parceria Off White x Air Jordan 5, mas a maioria dos modelos desfilaram sapatosmais clássicos do que o costume, além de camisas fluidas e calças de modelagem reta.

O amarelo flúor animou a coleção, que tinha cores sóbrias como o marrom chocolate e o cinza.

Superficialidade

Com os pés em uma piscina de bolas vermelhas, os convidados do desfile da marca Y/Project assistiram a uma celebração com trilha sonora de banda flamenca.

Para seus diretor artístico, o belga Glenn Martens, a moda é para "se sentir bem".

"É uma marcha, uma celebração (...) Queria enviar essa mensagem: 'pessoal, o que fazemos é muito superficial'. Minha mãe é enfermeira, o que faz é muito mais importante", disse em entrevista à AFP. O desfile foi marcado por peças de modelagem extravagante e looks que misturam tecidos e estampas sem o compromisso com a harmonia.

"Guerra"

Já seu compatriota, Walter Van Beirendonck, transformou a passarela em uma plataforma de protestos para apresentar sua coleção "War" (guerra), termo que reflete "a situação em que vivemos hoje em dia", disse o estilista.

"Quero falar do direito de sermos livres, de sermos nós mesmos (...) Direitos pelo que temos que lutar", afirmou o belga, justificando alguns looks com aberturas. "É uma proteção contra o mundo".

"Salve o planeta Terra", "Deixem de comprar moda pronta barata agora" e "Chega de violação da privacidade" foram alguns dos lemas (em inglês) estampados em camisas e suéteres de cores fortes.

A Semana de Moda masculina, com mais de 50 desfiles, encerra nesse domingo, e passa o bastão para a semana de Alta Costura, que acontece até quinta-feira, dia 23.

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