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Pai de Neymar deverá ter de depor em investigação

A investigação apura irregularidades fiscais cometidas na milionária transação que levou o astro brasileiro ao Barcelona

Neymar: meta é esclarecer o conteúdo de recibos emitidos em 2013 (Damir Sagolj/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 13h50.

Madri - Em novo capítulo da polêmica contratação de Neymar junto ao Barcelona , o pai do atacante, Neymar da Silva Santos, deverá ser convocado a depor na investigação que apura irregularidades fiscais cometidas na milionária transação que levou o astro brasileiro ao clube espanhol, em maio do ano passado.

Nesta terça-feira, a Agência Tributária da Espanha, por meio do fiscal José Perals, pediu ao juiz Pablo Ruz que chame o pai do jogador para prestar depoimento e esclarecer o conteúdo de recibos emitidos no ano passado, quando cobrou 5% de comissão pelos salários fixos e variáveis previstos no contrato do atleta.

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Além disso, Neymar da Silva Santos terá de explicar as faturas firmadas com a N&N Administração de Bens, Participações e Investimentos, empresa de sua propriedade, que também teve participação no processo que levou o atacante ao Camp Nou.

Com sede em Santos, a empresa foi signatária do contrato firmado com o Barcelona, assinado em junho do ano passado, quando Neymar foi oficialmente apresentado como reforço do time.

No último dia 3, exatamente um ano após esta apresentação realizada com grande pompa no Camp Nou, a Agencia Tributária da Espanha, que é a Receita Federal do País, concluiu que o Barcelona cometeu crime fiscal na contratação do jogador.

O fisco espanhol apontou que o clube sonegou mais de 9 milhões de euros no negócio que fez o atacante trocar o Santos pela equipe catalã.

O ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell, o próprio clube e o atual mandatário do time, Josep Bartomeu, também precisarão se apresentar à Justiça para prestar esclarecimentos.

Acusado de apropriação indébita no negócio que levou Neymar ao Barcelona, Rosell já foi indiciado, mas ainda não foi interrogado por um juiz neste caso.

O seu primeiro depoimento estava previsto para a última sexta-feira, mas foi adiado para o dia 22 de julho, após o advogado de defesa de Rosell, Ignacio Ayala, alegar que precisava comparecer a outro julgamento agendado para a mesma data.

No mesmo dia 22 de julho, o Barça, indiciado neste caso por causa de suspeita de sonegação de impostos, precisará depor por meio de um representante legal designado pelo clube.

Pressionado pelas acusações que pesavam sobre ele, Rosell renunciou à presidência do Barça em janeiro passado. No mês seguinte, com o objetivo de tentar se livrar de punições da Justiça, o clube informou que pagou 13,5 milhões de euros às autoridades fiscais da Espanha, no que chamou de "autoliquidação complementar" de sua dívida tributária com o fisco.

Na época, porém, alegou que já estaria com suas obrigações fiscais cumpridas e que "não devia nada à Fazenda" daquele país.

O próprio Barça, porém, admitiu que os valores totais envolvidos na contratação de Neymar foram bem maiores dos que os inicialmente informados. Em um primeiro momento, disse ter pago 57,1 milhões de euros pelo craque.

Porém, após conselheiros do clube contestarem a negociação, Bartomeu confirmou o pagamento total de 86,2 milhões de euros nas transações, sendo que dentro deste montante foi incluído um adiantamento pago à empresa do pai do atacante, o que ocorreu ainda em 2011.

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