Museu de Bruxelas vira garagem para comemorar 100 anos da BMW
Passeio histórico permite que os amantes de carros se deleitem admirando modelos da marca
EFE
Publicado em 30 de dezembro de 2016 às 10h34.
Bruxelas - O museu do automóvel de Bruxelas, Autoworld, reúne uma singular coleção de carros alemães para comemorar o centenário da BMW , incluindo, entre outras raridades, um modelo de competição decorado pelo artista australiano Ken Doe e avaliado em 5 milhões de euros.
Trata-se de um dos 17 Art Cars da marca, série lançada em 1975 pelo piloto francês e colecionador Hervé Poulain que se tornou a coleção mais exclusiva do mundo, ao dar a artistas contemporâneos a tarefa de decorar um único BMW.
Entre os que já alugaram seu talento à construtora alemã estão Alexander Calder, Roy Lichtenstein, Andy Warhol, César Manrique e Jeff Koons. Em Bruxelas está exposto um BMW M3 decorado em 1989 por Doe.
"Pintei papagaios e peixes-papagaio. Os dois são formosos e podem se movimentar em velocidades inventadas", explicou o ilustrador australiano ao terminar sua colorida obra de arte, talvez a mais chamativa da mostra, que ficará aberta até o próximo dia 8 de janeiro e na qual são exibidos 95 veículos, entre carros e motos.
Algumas das peças expostas no Autoworld, situado no Parque do Cinquentenário, provêm do museu da fabricante em Munique, outras de concessionárias, clubes de motoristas e coleções privadas.
O passeio pela história da marca - que explica pouco além do tipo de motor de cada modelo ao visitante - serve para que os amantes de carros se deleitem admirando modelos como o Isetta, um microcarro fabricado nos anos 50 com porta frontal e um motor de 697 CC, ou com o esportivo M1 fabricado entre 1979 e 1981 e fruto de um projeto de parceria com a Lamborghini.
O visitante também pode apreciar um BMW 507, ou o BMW 315, que antes da Segunda Guerra Mundial tinha já um motor de seis cilindros e chegava aos 120 km/h.
Mas as principais atrações da mostra são os modelos de corridas que participaram das 24 Horas de Le Mans e da Fórmula 1, como o exemplar exposto conduzido Ralph Schumacher na temporada de 2000.
Tudo isso desde que nasceu a companhia, no dia 7 de março de 1916, a partir da fusão das fábricas de Gustav Otto e Karl Rapp, que colocaram à frente da engenharia dos motores o talentoso Max Friz. Foi ele quem desenhou um bem-sucedido motor de avião muito utilizado pelo exército alemão, com o qual a empresa decolou.
A hélice em movimento do logotipo, que começou a ser utilizado em 1917, quando a empresa passou a se chamar Bayerische Motoren Werke (BMW), lembra esse breve período na história da montadora, que terminou com assinatura do Tratado de Versalhes, ao fim da Primeira Guerra Mundial.
O acordo proibia a derrotada Alemanha de fabricar motores para aviões, levando a construtora a buscar outras saídas comerciais. Primeiro com maquinaria agrícola e depois no mercado das duas rodas. Assim, o primeiro BMW não foi um carro, mas sim uma moto, detalhe que não escapou do cinema.
A grande tela imortalizou algumas das motos mais célebres da montadora de Munique, como a BMW R71 com sidecar na qual Harrison Ford levava Sean Connery em "Indiana Jones e a Última Cruzada", ou a BMW R1200C com a qual Pierce Brosnan derrapava na pele de James Bond em "007 - O Amanhã Nunca Morre".
A elas se soma a BMW R80 na qual Michael Douglas passeava com Kathleen Turner em "A Joia do Nilo" e carros filmados na saga "Missão impossível" de Tom Cruise, nas perseguições de Robert De Niro em "Ronin" e nos passeios noturnos de Bruce Willis na série "A Gata e o Rato".
Não é do fabricante alemão o Delorian de "De Volta Para o Futuro", que muitos consideram o carro mais famoso da história do cinema. No entanto, no segundo filme da saga aparece um BMW 633 CSI tunado conduzido por Griff Tannen, neto de Biff Tannen e antagonista de George McFly, mítico personagem interpretado por Michael J. Fox.
Mas, como aceno para o que há por vir, melhor ficar com o BMW Vision Next 100, veículo-conceito que a companhia espera lançar no mercado em 25 anos. Com seu protótipo também exposto em Bruxelas, o carro foi desenhado sem volante e será totalmente autônomo, revelando o que a companhia acredita que será o futuro da mobilidade.