Remanescente da fase áurea do rádio brasileiro, Roberto Silva trabalhou nas emissoras Guanabara, Mauá, Nacional e Tupi, todas no Rio (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 17h18.
Rio - Intérprete de sambas notabilizado pelo canto preciso e pelo talento nas divisões rítmicas, o carioca Roberto Silva morreu ontem de madrugada, aos 92 anos, na casa em que morava na zona norte do Rio. O cantor sofria de câncer de próstata e na quarta-feira passada fora vitimado por um acidente vascular cerebral (AVC).
O "Príncipe do Samba", como era conhecido no meio musical, chegou a ser internado no Hospital Salgado Filho (zona norte) após o derrame, mas, segundo os parentes, pedira para voltar para casa, já que sabia que seu estado era bastante grave.
Roberto Silva dedicou-se à música por 75 anos. Ainda trabalhava, apesar da doença, diagnosticada este ano.
Remanescente da fase áurea do rádio brasileiro, Roberto Silva trabalhou nas emissoras Guanabara, Mauá, Nacional e Tupi, todas no Rio. Em entrevistas, costumava dizer que seu grande ídolo era o cantor Orlando Silva, a quem tentava imitar em início de carreira. Seu primeiro disco foi gravado em 1946, mas o sucesso só veio dois anos depois: o samba "Maria Teresa", de Altamiro Carrilho, morto recentemente.
O velório e o enterro aconteceram à tarde no cemitério de Inhaúma, bairro em que vivia desde criança. Ele nascera no morro do Cantagalo, em Copacabana (zona sul). Tinha pai italiano e mãe carioca. O artista deixou sete filhos e 30 netos, além de bisnetos.