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Morre primeiro presidente da Argélia após a independência

Ben Bella, nascido em de Marnia, em 25 de dezembro de 1916, iniciou sua carreia na política em 1945, quando foi designado prefeito da sua cidade natal

Pelé e Garrincha com o então presidente argelino Benbella (Creative Commons)

Pelé e Garrincha com o então presidente argelino Benbella (Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 21h53.

Argel - O político argelino Ahmed Ben Bella, o primeiro presidente da Argélia após a independência da França em 1962, morreu nesta quarta-feira em sua casa de Argel, informou a agência argelina ''APS''.

Ben Bella, de 96 anos, deu entrada no hospital militar Muhammad al Saghir em fevereiro, revelou a agência estatal argelina. Logo que a notícia se propagou, delegações oficiais começaram a chegar a casa do líder, que recebeu reforço da Polícia, constatou a Agência Efe.

Ben Bella, nascido em de Marnia, em 25 de dezembro de 1916, iniciou sua carreia na política em 1945, quando foi designado prefeito da sua cidade natal.

Quatro anos mais tarde, o político começou a se concentrar na luta anticolonialista contra a França e participou da fundação da Frente de Libertação Nacional (FLN).

Em 1962, após quase oito anos de luta armada, o grupo forçou a renúncia de Paris da ocupação do território argelino. Detido em várias ocasiões pelas autoridades coloniais, Ben Bella foi posto em liberdade definitivamente em março de março de 1962 e retornou à Argélia a partir do exílio na Tunísia para dirigir a transição do país.


Em seguida, foi eleito presidente por arrasadora maioria nas primeiras eleições do país, em 1963. Ben Bella tentou aplicar uma política de esquerda afastada do comunismo, no entanto, suas práticas políticas se desviaram dos padrões democráticos. O governante promoveu a redação de uma Constituição a sua medida, assumiu a chefia do governo, do Estado e das Forças Armadas, assim como a Secretaria-Geral da FLN, que se transformou em único partido legal.

Por isso, em 1965, Ben Bella foi destituído por um golpe de Estado dirigido pelo coronel

Houari Boumédiènne. Desde então, o político viveu afastado dos círculos de poder, embora nunca tenha abandonado a política. Até 1990, Ben Bella viveu no exílio de onde exerceu a oposição ao regime. No seu retorno ao país, poucos meses depois da vitória eleitoral da Frente Islâmica de Salvação (FIS), ele continuou na oposição.

Em 1995, à frente do Movimento da Democracia da Argélia (MDA), assinou com representantes de outras oito formações políticas (o FIS entre elas) o ''Acordo de Roma'', uma declaração que buscava encontrar a solução à crise da Argélia, imersa em uma guerra civil desde 1991.

Só em 1999, Ben Bella voltou ao governo como representante pessoal de Abdelaziz Bouteflika, que havia sido seu ministro de Esportes no mandato do primeiro presidente da Argélia. Mesmo assim, Ben Bella, casado e com três filhos, continuou fazendo oposição ao regime que havia criado. 

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