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Médico mentiu sobre doses que deu a Michael Jackson, diz especialista

O médico teria administrado mais sedante lorazepan e mais propofol do que declarou, disse um especialista

Michael Jackson (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2011 às 19h34.

Los Angeles - O médico de Michael Jackson, Conrad Murray, administrou no cantor dez vezes mais sedante lorazepam do que disse à polícia e mais propofol do que declarou, disse nesta quinta-feira um especialista mundial em anestesiologia durante o julgamento de Murray.

"Segundo os níveis de lorazepam no sangue de Michael Jackson, não pode ser correto que Conrad Murray tenha adminitrado duas doses de 2 mg ao longo da noite", afirmou o anestesista Steven Shafer, ao depor no julgamento do cardiologista de 58 anos, acusado de homicídio culposo pela morte do cantor após uma overdose de medicamentos.

Shafer explicou através de lâminas projetadas na Suprema Corte de Los Angeles a velocidade na qual o corpo metaboliza o lorazepam. Depois mostrou quanto lorazepam o artista precisava ter recebido via intravenosa para alcançar o 0,169 miligrama por mililitro que os forenses encontraram em seu sangue.

O único jeito de Jackson ter tal concentração no sangue é com "10 doses de 4 mg cada uma", administradas entre a meia-noite e as 05h00 da manhã, disse o especialista, última testemunha da promotoria a depor, e que tem ampla experiência acadêmica com anestesiologia e particularmente sobre o sedante propofol.


Em sua declaração à polícia dias depois da morte do "rei do pop" em 25 de junho de 2009, Murray havia dito que administrou em Jackson duas doses de 2 mg de lorazepam para ajudá-lo a dormir. O cantor sofria de insônia crônica.

"Se ese for o total (de lorazepam) recebido por Michael Jackson, a concentração em seu sangue teria sido de 0,025 a 0,03 ml/mg (...) Isso é o que o forense teria visto", no lugar dos 0,169 ml/mg reportados pelo relatório de toxicologia.

Naquela noite, Murray administrou em Jackson mais duas doses de 2 mg do sedante midazolam, também por via intravenosa.

Como nenhum dos remédios surtiu efeito para fazê-lo dormir, às 10h40 da manhã foram injetadas 25 mg de propofol, um potente anestésico, segundo o depoimento dado pelo médico pessoal do artista há dois anos e que é agora um dos fundamentos de sua defesa.

Os advogados de Murray também afirmam que o cantor era viciado em remédios e que administrou em si mesmo a overdose. Primeiro argumentaram que ele tinha bebido o propofol, mas na semana passada descartaram essa tese.

Shafer descartou a possibilidade de Jackson ter autoadministrado a overdose de propofol, como afirma a defesa.

"As pessoas não conseguem acordar da anestesia com a capacidade de se dar uma injeção", afirmou. Além disso, segundo as lâminas do especialista, a overdose teria de ter ocorrido em doses múltiplas, e não em apenas uma.

Murray enfrenta a possibilidade de pegar até quatro anos de prisão e perder definitivamente sua licença profissional caso seja considerado culpado.

Os depoimentos das testemunhas apontadas pela defesa começarão na sexta-feira.

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Los Angeles - O médico de Michael Jackson, Conrad Murray, administrou no cantor dez vezes mais sedante lorazepam do que disse à polícia e mais propofol do que declarou, disse nesta quinta-feira um especialista mundial em anestesiologia durante o julgamento de Murray.

"Segundo os níveis de lorazepam no sangue de Michael Jackson, não pode ser correto que Conrad Murray tenha adminitrado duas doses de 2 mg ao longo da noite", afirmou o anestesista Steven Shafer, ao depor no julgamento do cardiologista de 58 anos, acusado de homicídio culposo pela morte do cantor após uma overdose de medicamentos.

Shafer explicou através de lâminas projetadas na Suprema Corte de Los Angeles a velocidade na qual o corpo metaboliza o lorazepam. Depois mostrou quanto lorazepam o artista precisava ter recebido via intravenosa para alcançar o 0,169 miligrama por mililitro que os forenses encontraram em seu sangue.

O único jeito de Jackson ter tal concentração no sangue é com "10 doses de 4 mg cada uma", administradas entre a meia-noite e as 05h00 da manhã, disse o especialista, última testemunha da promotoria a depor, e que tem ampla experiência acadêmica com anestesiologia e particularmente sobre o sedante propofol.


Em sua declaração à polícia dias depois da morte do "rei do pop" em 25 de junho de 2009, Murray havia dito que administrou em Jackson duas doses de 2 mg de lorazepam para ajudá-lo a dormir. O cantor sofria de insônia crônica.

"Se ese for o total (de lorazepam) recebido por Michael Jackson, a concentração em seu sangue teria sido de 0,025 a 0,03 ml/mg (...) Isso é o que o forense teria visto", no lugar dos 0,169 ml/mg reportados pelo relatório de toxicologia.

Naquela noite, Murray administrou em Jackson mais duas doses de 2 mg do sedante midazolam, também por via intravenosa.

Como nenhum dos remédios surtiu efeito para fazê-lo dormir, às 10h40 da manhã foram injetadas 25 mg de propofol, um potente anestésico, segundo o depoimento dado pelo médico pessoal do artista há dois anos e que é agora um dos fundamentos de sua defesa.

Os advogados de Murray também afirmam que o cantor era viciado em remédios e que administrou em si mesmo a overdose. Primeiro argumentaram que ele tinha bebido o propofol, mas na semana passada descartaram essa tese.

Shafer descartou a possibilidade de Jackson ter autoadministrado a overdose de propofol, como afirma a defesa.

"As pessoas não conseguem acordar da anestesia com a capacidade de se dar uma injeção", afirmou. Além disso, segundo as lâminas do especialista, a overdose teria de ter ocorrido em doses múltiplas, e não em apenas uma.

Murray enfrenta a possibilidade de pegar até quatro anos de prisão e perder definitivamente sua licença profissional caso seja considerado culpado.

Os depoimentos das testemunhas apontadas pela defesa começarão na sexta-feira.

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