A antiga prática entre a classe trabalhadora vem sendo apontada como segredo de dieta pelas apresentadoras Ana Hickmann (foto) e Solange Frasão (Fernando Moraes/VEJA)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2012 às 11h39.
São Paulo, 12 (AE) - Recentemente, a top brasileira e uma das angels da Victorias Secret, Adriana Lima, de 30 anos, foi flagrada ao levar uma marmita com frango e salada a um restaurante sofisticado de Miami, nos Estados Unidos. As críticas forraram as redes sociais e levantaram a discussão: afinal, marmita não é coisa de peão? Não mais. Assim como Adriana, outras famosas vêm escancarando o hábito de levar a própria comida para onde quer que vão e, por tabela - quem diria - conferindo ao "marmitex" status de objeto cool.
A cantora Claudia Leitte, de 31, já publicou três vezes, via Twitter, fotos dela devorando o almoço em potinhos diversos. A atriz Juliana Paes, de 33, e a apresentadora Ticiane Pinheiro, de 35, fizeram o mesmo. A antiga prática entre a classe trabalhadora também vem sendo apontada como segredo de dieta pela apresentadora Ana Hickmann, de 31, e pelas atrizes Giovanna Ewbank, de 25, Claudia Raia, de 45, e Christiane Torloni, de 55.
Adepta do hábito há mais de dez anos, a modelo e apresentadora do programa na web "Clic TV" Solange Frazão é a prova do que carregar a própria refeição pode fazer pela rotina de uma pessoa. "Se eu continuasse a comer em qualquer lugar, sem horário, meu corpo iria sofrer consequências", afirma Solange. O resultado? "É o que sou hoje", diz a dona de um corpo escultural e saúde perfeita, aos 48 anos.
Solange nunca teve vergonha da mania saudável e se o alarme, programado para lembrá-la de comer a cada três horas, toca, ela para tudo e saca da sacola térmica a marmita do almoço ou lanchinhos extras. "Pode ser no avião ou durante reuniões. Mas com elegância para não chocar, claro. Levo a marmita, sempre com divisórias e talheres descartáveis", ensina a bela.
Economia - As famosas dão um empurrãozinho para que o utensílio volte à moda como estratégia de boa forma, mas quem aderir vai ganhar também em economia. Segundo o Instituto Data Popular, os brasileiros gastam hoje mais que o dobro do que gastavam há nove anos para comer fora.
A relações públicas paulistana Patrícia Marques, de 23 anos, leva marmita para o trabalho há quase quatro anos. Ela trabalha no Itaim, região nobre da capital. "Aqui, almoçar custa mais de R$ 25." Agora, gasta menos e senti-se melhor. "Comecei pela saúde, já que passava mal por nunca saber a procedência dos alimentos que comia na rua." O nutricionista André Pellegrini, do Centro de Bem-Estar Levitas, confirma: "O custo chega a ser de 50% a 75% menor do que comer uma alimentação balanceada na rua (buffet)."
Um bom negócio - Há 1 ano e meio, a paulistana Fernanda Canto, de 37 anos, estava acima do peso. A indicação médica foi clara: uma dieta sem qualquer adição de gordura. Impossível para quem, longe de casa, almoçava em restaurantes que vendem comida por quilo. A solução foi preparar o almoço em casa e levá-lo, mesmo que de forma improvisada, em um potinho de plástico. Mas, como ela é cuidadosa com o sabor, a aparência e o aroma, a refeição fez sucesso.
"A minha chefe pediu uma igual, não tive como recusar. Então, fiz com todo capricho e as colegas de trabalho começaram a pedir também", conta Fernanda que, em seis meses, colocou a saúde em dia e conquistou uma clientela fiel ao abrir a empresa Danada da Nanda Comidinhas, que hoje faz entregas de marmitas tradicionais por toda a capital paulista, a R$ 12.
Para a empresária, o sucesso aconteceu por suprir uma necessidade da rotina de quem trabalha fora. "Continuei com o conceito zero adição de gordura e mantive o gosto de comida caseira. Mudo o cardápio a cada semana e uso uma marmita descartável com repartições", conta.
De olho na higiene - Apesar de ser uma prática saudável e econômica, deve se levar em consideração algumas regrinhas básicas. Afinal, levar a comida até o ambiente de trabalho pode criar situações pouco práticas e até constrangedoras. O cheiro liberado por alguns alimentos que infestam o ambiente e a má aparência da comida misturada são alguns exemplos. Ainda há a preocupação de transportar a marmita com segurança e armazená-la com higiene.
Para isso não acontecer, a empresária Fernanda Canto dá dicas. "Evitem colocar muito alho, peixes fritos e outros alimentos que tenham odores fortes. E, para a aparência, comprem marmitas de plástico com divisão, assim fica tudo separadinho."
Já para garantir a higiene e o bom armazenamento, tenha alguns cuidados ainda em casa. "Se for preparar a marmita horas antes, os alimentos devem sempre ser colocados na geladeira o mais rápido possível. Garanta que a vasilha foi bem lavada. Se não tiver a sacola térmica, deixe a comida no freezer para ser transportada, numa temperatura segura", explica o nutricionista André Pellegrini.
Segundo Pellegrini, a marmita é a alternativa mais prática e eficaz para quem busca uma alimentação condizente com as orientações de um nutricionista. "Nela, carregamos alimentos que conhecemos a origem e a forma de preparo." São estas vantagens que a empresária Cristina Chamma, de 45 anos, viu como estratégia para evitar que a filha Rebeca, de 9, comesse frituras e alimentos calóricos na cantina da escola. "Na lancheira, colocamos biscoitinhos integrais, sanduíches naturais e sucos sem conservantes, além de mini cenourinhas. Fico tranquila", diz Cristina.
Rebeca não é proibida de comer na cantina, mas já acostumou-se com a rotina de alimentação saudável. Autora do livro "Na Cozinha da Rebeca", a menina agora tenta convencer as amigas a fazer o mesmo. "Não é fácil, mas, às vezes, elas bem que beliscam meu lanche feito em casa."
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11-3207-5569;
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