Livro proibido sobre Leminski é lançado na internet
A família do escritor não autorizou a publicação da obra sobre episódios que o autor viveu com Leminski durante 17 anos de amizade
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2013 às 12h08.
São Paulo - O escritor paranaense Domingos Pellegrini, vencedor de seis prêmios Jabuti e autor de mais de 30 obras, decidiu lançar um livro em que narra episódios que viveu com Paulo Leminski depois de não ter tido autorização da família do curitibano, morto em 1989, para a publicação da obra.
Pellegrini escreveu um e-mail ao Supremo Tribunal Federal informando de sua decisão: "Sou escritor e acabo de colocar na internet, para divulgação e reprodução gratuitas permitidas, o livro inédito em anexo, "Passeando por Paulo Leminski", pois a família herdeira não autorizou sua publicação impressa".
Pellegrini conta que foi convidado para fazer o livro pelo editor Samuel Ramos Lago, da Editora Nossa Cultura, de Curitiba. Desde o início, o acertado era que a família leria tudo antes, e que, depois de publicada a obra, ganharia também uma porcentagem sobre ela.
"Decidimos com a editora que, sobre o preço de capa, teríamos 12%: 6% para mim e outros 6% para os herdeiros", conta o escritor à reportagem. Ele diz ter desistido quando percebeu que os herdeiros não lhe davam retornos dos capítulos que enviava. "Caiu a ficha de que aquilo não seria bom."
O escritor conta que seguiu em sua escrita até o fim, lembrando dos 17 anos de amizade que nutriu com Leminski, de 1972 até sua morte. Ele afirma que o resultado não se trata de uma biografia convencional, mas de memórias das vivências com o amigo. Sem autorização para lançá-la, escreveu um último e-mail para a família com uma espécie de ultimato.
"Assim que informei que iria colocar tudo na internet, imediatamente houve resposta. Mas disseram que queriam modificações para liberar a publicação impressa", conta ele, que afirma ter feito um livro afetuoso, mas que não poderia deixar de falar de episódios importantes como a morte provocada por cirrose. "Resolvi colocar tudo na internet, está lá. Não lutei contra a ditadura para enfrentar censura agora. Leminski é um patrimônio público, não pode ser cerceado nem por sua família."
O Estado enviou perguntas para a viúva do escritor, Alice Ruiz, e para a filha mais velha, Áurea. Alice decidiu responder às questões com o mesmo e-mail que afirma ter enviado a Pellegrini no dia 5 de outubro.
Em um trecho, ela escreve: "Pellegrini, sei que você é um dos que se posicionaram a favor dele (Leminski), em artigos, resenhas, matérias, etc. Sei que você é um dos que ele considerava amigo, embora, entre esses, três já mostraram que ele estava enganado. Lendo seu livro, percebo que, nas entrelinhas, você está à beira de unir-se a eles."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - O escritor paranaense Domingos Pellegrini, vencedor de seis prêmios Jabuti e autor de mais de 30 obras, decidiu lançar um livro em que narra episódios que viveu com Paulo Leminski depois de não ter tido autorização da família do curitibano, morto em 1989, para a publicação da obra.
Pellegrini escreveu um e-mail ao Supremo Tribunal Federal informando de sua decisão: "Sou escritor e acabo de colocar na internet, para divulgação e reprodução gratuitas permitidas, o livro inédito em anexo, "Passeando por Paulo Leminski", pois a família herdeira não autorizou sua publicação impressa".
Pellegrini conta que foi convidado para fazer o livro pelo editor Samuel Ramos Lago, da Editora Nossa Cultura, de Curitiba. Desde o início, o acertado era que a família leria tudo antes, e que, depois de publicada a obra, ganharia também uma porcentagem sobre ela.
"Decidimos com a editora que, sobre o preço de capa, teríamos 12%: 6% para mim e outros 6% para os herdeiros", conta o escritor à reportagem. Ele diz ter desistido quando percebeu que os herdeiros não lhe davam retornos dos capítulos que enviava. "Caiu a ficha de que aquilo não seria bom."
O escritor conta que seguiu em sua escrita até o fim, lembrando dos 17 anos de amizade que nutriu com Leminski, de 1972 até sua morte. Ele afirma que o resultado não se trata de uma biografia convencional, mas de memórias das vivências com o amigo. Sem autorização para lançá-la, escreveu um último e-mail para a família com uma espécie de ultimato.
"Assim que informei que iria colocar tudo na internet, imediatamente houve resposta. Mas disseram que queriam modificações para liberar a publicação impressa", conta ele, que afirma ter feito um livro afetuoso, mas que não poderia deixar de falar de episódios importantes como a morte provocada por cirrose. "Resolvi colocar tudo na internet, está lá. Não lutei contra a ditadura para enfrentar censura agora. Leminski é um patrimônio público, não pode ser cerceado nem por sua família."
O Estado enviou perguntas para a viúva do escritor, Alice Ruiz, e para a filha mais velha, Áurea. Alice decidiu responder às questões com o mesmo e-mail que afirma ter enviado a Pellegrini no dia 5 de outubro.
Em um trecho, ela escreve: "Pellegrini, sei que você é um dos que se posicionaram a favor dele (Leminski), em artigos, resenhas, matérias, etc. Sei que você é um dos que ele considerava amigo, embora, entre esses, três já mostraram que ele estava enganado. Lendo seu livro, percebo que, nas entrelinhas, você está à beira de unir-se a eles."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.