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O coquetel de hoje não é mais o mesmo. Saiba a razão

O consumidor abraçou a causa da boa coquetelaria. O mercado acompanhou. E graças a isso hoje bebemos cada vez melhor

Vemos também os bartenders ganhando cada vez mais destaque e reconhecimento internacional. (David Fuentes Prieto/Getty Images)

Vemos também os bartenders ganhando cada vez mais destaque e reconhecimento internacional. (David Fuentes Prieto/Getty Images)

Publicado em 30 de abril de 2023 às 08h00.

Última atualização em 1 de maio de 2023 às 09h08.

Com certeza você já deve ter reparado: a coquetelaria no Brasil está passando por um momento muito interessante e animador nos últimos anos. Ela ganhou mais sofisticação e diversidade. Aquele amadorismo já não cabe mais: é preciso estudar, estar sempre testando, e claro, de olho nas tendências de fora. Na gastronomia já é assim, porque a coquetelaria seria diferente?

Também não podemos dizer que é um movimento muito recente: há um tempo uma grande variedade de bares saíram no básico e começaram a pensar melhor nos seus coquetéis artesanais e exclusivos, repleto de técnicas – antes exclusiva da gastronomia -, além de ingredientes e combinações para levar ao cliente uma experiência muito diferente. Ou seja, o drinque deixa de ser coadjuvante e começa a buscar um espaço como “prato principal”.

Porém, outro movimento também começou a nascer: os restaurantes também pegaram gosto pelo coquetel. Basta ver a quantidade de casas que melhoraram – e muito – a sua carta de drinques, se arriscando em autorais. O resultado? Deu muito certo. O público entendeu e aprovou.

E engana-se que isso é coisa de “cidade grande”. Já começo a observar – com uma dose de alegria – cidades médias e pequenas com um movimento etílico vibrante e crescente. (Sério, eu não poderia estar mais animado com isso!)

E claro, o mercado de bebidas também tem sorrido e se expandido com força, basta olhar a variedade cada vez maior de destilados tradicionais, como cachaça e vodca, bebidas artesanais – e o tanto de gin e vermute que tem aparecido pelas prateleiras? – e até mesmo novas categorias de bebidas, como os aperitivos amargos e os bitters (esse um mundo completamente a parte, que merece ser explicado em uma próxima coluna)!

Vemos também os bartenders ganhando cada vez mais destaque e reconhecimento internacional: é visível que saímos de uma posição de espectadores, para protagonistas. Estamos aqui alcançando a maioridade. Um bom exemplo disso é ver quantos bares brasileiros foram indicados pelo The World's 50 Best Bar nos últimos anos, e como era essa situação tempos atrás. Não era nem uma realidade por aqui.

A grande verdade é que a nossa coquetelaria está em uma evolução imensa, e abrindo cada vez mais oportunidades para a criatividade, com fusão de ingredientes dando caminho para novos sabores, misturado a muita inovação na produção e pesquisa – sim, é preciso estudar até mesmo para fazer um (bom) simples negroni. Os bartenders agora exploram mais, se arriscam mais e trazem ao balcão bons goles.

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