Dia da Carménère tem descontos em rótulos da Concha Y Toro
A uva Carménère responde por 10% de toda a produção mundial de vinhos tintos
Julia Storch
Publicado em 24 de novembro de 2022 às 07h00.
A uva Carménère, cepa mais emblemática do Chile, que responde por 10% de toda a produção mundial de vinhos tintos tem seu dia próprio. Hoje (24) é comemorado o Dia Internacional da Carménère.
Depois de sua extinção em Bordeaux em meados do século 19, ela ressurgiu no Chile graças ao plantio de vinhas da espécie trazidas por imigrantes franceses. E ali cresceu e se proliferou vindo a ocupar cenário de destaque na viniviticultura chilena, passando inclusive a ter um dia e um terroir para chamar de seu.
Para comemorar o dia da cepa, Casual Exame selecionou quatro rótulos da Concha Y Toro que feitos com a uva Carménère. Até o dia 27, a vinícola chilena irá oferecer 20% de desconto em uma seleção especial de vinhos Carménère: Gran Reserva, Marques de Casa Concha, Terrunyo e Carmín de Peumo, na sua loja virtual http://www.descorcha.com/br através do código Carmenereday.
Características
Carménère é um vinho caracterizado por uma profunda cor vermelho-violeta e suavidade. Ao contrário de um Cabernet Sauvignon ou de um Syrah, é um vinho sedoso, denso e suculento em que os taninos não incomodam. Por isso, é uma variedade muito valorizada para suavizar outras variedades com taninos mais pronunciados, mas também oferece excelentes resultados como vinho varietal. Graças ao excepcional terroir e às plantas de Peumo envelhecidas, os vinhos produzidos com a Carménère na Concha Y Toro são maduros, com frutas vermelhas e pretas, notas suaves de figo e sem as notas apimentadas que caracterizam o Carménère de outras regiões do Chile.
Carmín de Peumo
Integrante da The Cellar Collection, apresenta tonalidade vermelho escuro profundo com tons violeta. No nariz, é muito elegante, complexo e mineral, com notas de amora e um toque de cassis. Preenche a boca com taninos maduros subjacentes. Profundo, concentrado, com um retrogosto longo e matizes características do terroir de Peumo. Apresenta nuances de grafite e minerais. Fácil de beber, como um assemblage moderno de Bordeaux, mas com a fineza e o toque frutado do Novo Mundo. Tem 14,5% de graduação alcóolica, e é feito com 95% de Carménère, 3,5% de Cabernet Sauvignon, e 1,5% de Cabernet Franc. Pontuações - Safra 2018: 98 pts – Descorchados | 96 pts – Tim Atkin | 94 pts – Robert Parker.
@cellarcollection.conchaytoro
Terrunyo
O primeiro vinho a ter a identidade Carménère em seu rótulo, em 1998, é o melhor embaixador de Peumo, um dos melhores terroirs para esta cepa. Profundo, de cor púrpura e escura, mostra todo o caráter da Carménère, com notas de mirtilos e bagas, cedro e violeta. Na boca é fresco e frutado. Delicado, com acidez rica e taninos doce, fruta abundante e final longo e persistente. Onde comprar: Pontuações - Safra 2018: 96 pts – La Cave | 93 pts – Tim Atkin | 93 pts Robert Parker
@cellarcollection.conchaytoro
Marquês da Casa Concha Carménère
O rótulo mostra o perfil clássico do Carménère de Peumo e representa o bom caminho desta cepa no Chile. De cor vermelho profundo e escuro, com notas intensas de ameixas maduras, salsaparrilha preta e chocolate amargo, o vinho mostra uma estrutura tânica firme e acidez marcada. Pontuações - Safra 2018: 91 pts – Wine Spectator | 92 pts – Tim Atkin | 90 pts – Descorchados. Medalha Double Gold no Women’s Wine & Spirit Awards 2020. Ranking entre os melhores Carménère do Vale de Cachapoal.
@marquesdecasaconchabrasil
Gran Reserva Carménère
De cor púrpura intensa e escura, traz no nariz muito mirtilo, páprica grelhada e um toque de pimenta negra e branca. Apresenta boa concentração de aromas, e na boca é frutado, com sabor fresco, acidez rica, taninos doces com muita fruta, que lhe conferem um final longo. O potencial de guarda é de 5 anos, e este rótulo combina bem com queijos maduros e a típica cozinha chilena. Pontuações: 93 pts – James Suckling / 93 pts – Robert Parker / 93 pts – Tim Atkin / 93 pts - Descorchados
@granreserva.conchaytoro
Origem da Carménère
Amplamente cultivada na região do Medoc, a Carménère quase deixou de existir, não fosse pelo protagonismo que recebeu do Chile, maior produtor mundial da cepa, e uma das regiões vinícolas do mundo livres da filoxera. A majestosa Cordilheira dos Andes, o imponente Oceano Pacífico, a aridez do deserto do Atacama e o gelo eterno agem como barreiras naturais intransponíveis pelas pragas. Some-se a isso verões longos e secos que conferem ao país a condição de antídoto natural contra doenças que assombram a vinha.
Estima-se que a Carménére tenha chegado ao Chile entre 1840 e 1890, misturada com outras variedades de videiras tintas trazidas por viticultores chilenos convencidos do grande potencial destas terras para o desenvolvimento do vinho. Durante décadas, a cepa foi cultivado na crença de que era uma variedade chilena de Merlot, conhecida como "merlot chileno". Em 1994, o ampelógrafo francês Jean Michel Boursiquot, visitando o país, identificou o "Merlot chileno" como Carménère. Redescobrir essa uva tinta no país teve enorme relevância na história do vinho chileno.
Vinhedo Peumo
Peumo é uma das vinhas mais antigas da Concha Y Toro e berço de seus elegantes Carménère. O vinhedo está localizado a 170 metros acima do nível do mar e se estende ao longo do rio Cachapoal, em socalcos da Cordilheira da Costa. A primeira vez que a Viña Concha y Toro plantou esta variedade foi em Peumo, onde se desenvolveu extraordinariamente e se enraizou na região. As vinhas correspondem a estacas pré-filoxera e são conduzidas em treliça vertical e cordão.
Quase 30 anos de trabalho com a Carménère foram fundamentais para o manejo adequado dessa variedade sensível. A Concha Y Toro buscou criar vinhos únicos, capazes de expressar seu lugar de origem, que refletissem fielmente a essência de um vinho associado ao terroir Peumo, considerado a melhor origem para o desenvolvimento da variedade no Chile.
Descobriu-se que a Carmènére prefere solos profundos que contêm proporções semelhantes de argila, lodo e areia. Estes solos devem proporcionar uma boa drenagem, mas ao mesmo tempo serem capazes de reter água, permitindo à uva desenvolver uma folhagem ativa, e assim, conseguir uma evolução lenta dos seus frutos sem alterar o seu processo de amadurecimento até ao dia da colheita.
O clima mais favorável inclui invernos chuvosos seguidos por uma estação seca prolongada, pois a colheita ocorre no outono. A Carménère é muito sensível à geada e prefere temperaturas mínimas e máximas que aumentam lentamente durante a primavera e depois permanecem constantes até o dia da colheita. Uma oscilação térmica acentuada durante o dia também é necessária durante o período de maturação da uva.
O trabalho no vinhedo consiste em respeitar o período de maturação da vinha, de forma a obter a máxima expressão do fruto. A Carménère exige que cada aglomerado receba o máximo de sol possível. Às vezes, os taninos maduros e a doçura do grão dão a impressão de que a uva está pronta para ser colhida, mas são os aromas da uva que determinam o momento preciso de sua colheita.
Para o Carménère, o dia da colheita é crucial. Se feita com antecedência, o vinho ficará rústico e desequilibrado. Se esperar o momento certo, será redondo e com um final longo. Para saber se a uva está pronta para ser colhida, ela deve ser degustada diretamente da videira, considerando apenas a casca e descartando a polpa e as sementes. Se a casca dos grãos estiver áspera ao mastigar e forem percebidas notas de páprica e pimenta, deve-se esperar.
O vinho Carménère está pronto quando se apresenta macio e maduro na boca, com notas de figos e frutas vermelhas. As cepas, colhidas à mão, bloco a bloco, chegam à adega com a maturidade exata. O trabalho na adega deve preservar as qualidades e expressividade que a fruta adquiriu lentamente na vinha, sem danificar ou alterar a identidade da casta.
Uma das características mais marcantes da cepa Carménère é a cor carmim que suas folhas adquirem no outono. Embora seja geminada com Merlot, Carménère pertence à família Cabernet. De fato, na França, Carménère é conhecido como Grande Vidure, enquanto Cabernet Sauvignon é Petite Vidure; tal denominação explica a diferença de tamanho de suas respectivas bagas.