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Daniela Vega, o símbolo transgênero que conquista Hollywood
A atriz foi a primeira transexual a apresentar um prêmio em uma cerimônia do Oscar
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Daniela Vega: a atriz não mudou de identidade nem de sexo em seu passaporte porque a lei chilena não o permite (Lucas Jackson/Reuters)
Publicado em 5 de março de 2018 às, 18h49.
Tudo parece sorrir para Daniela Vega. Sua mudança de gênero contou com o apoio de sua família e sua transformação de cabeleireira em atriz recebeu o respaldo do cineasta chileno Sebastián Lelio, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro.
Sua interpretação de Marina em "Uma mulher fantástica" - quinto filme de Lelio -, uma mulher transgênero que diante da morte de seu companheiro enfrenta a discriminação e a rejeição da família dele, a lançou no ano passado à cena internacional e pôs Hollywood a seus pés.
Não por acaso, foi a primeira transexual a apresentar um prêmio em uma cerimônia do Oscar.
Ninguém ficou indiferente diante do fenômeno Vega. Jornais como The New York Times, The Guardian, El País e as revistas Vanity Fair, The Hollywood Reporter e IndieWire se renderam diante da personalidade, elegância, dignidade e atuação da atriz chilena, de 28 anos.
A revista americana W a incluiu em uma seleção do melhor de 2017, na que aparece fotografada com o ator Robert Pattison.
O jornal nova-iorquino destaca o "carisma que desafia a pena e um porte que pode ser tanto intimidante como doloroso" de Daniela Vega.
Para o The Guardian, a atuação de Vega é "apaixonada, inteligente e com discreta dignidade".
Os que a conhecem a descrevem como uma mulher ambiciosa, determinada a chegar longe em sua carreira e que se envolve profundamente com o que faz.
De cabeleireira a atriz
Autodidata, Daniela Vega, nascida em Santiago em uma família de classe média, começou sua carreira no teatro, com obras como "Migrantes" e "A mulher borboleta" e aulas de canto. Suas aptidões para a lírica, estimuladas desde o colégio, a levaram pelo mundo das artes.
Em 2014, participou no videoclipe da canção "María", do músico chileno Manuel García, e estreou no cinema com "A visita", um filme de Mauricio López Fernández, no qual também interpretou uma mulher transgênero.
Antes de Lelio, nascido na Argentina e criado no Chile, contratá-la como "assessora cultural" para preparar o roteiro de "Uma mulher fantástica" e depois lhe oferecer o papel de Marina, Daniela Vega ganhava a vida como cabeleireira em um salão de beleza de Santiago.
A resposta via internet
Em entrevista ao suplemento Sábado do jornal chileno El Mercurio, sua mãe, Sandra Hernández, contou que durante a gravidez, os médicos lhe disseram que teria uma menina, e por isso já tinham preparado os brincos e a roupinha rosa quando nasceu.
Há 13 anos, Daniela Vega, vítima de assédio no colégio por sua condição e pressionada por sua mãe, definiu, após buscas na internet, o que sentia seu corpo de adolescente gótico, atraído pelos homens, e que não se encaixava com a homossexualidade. Era transexual.
Em tempos difíceis para fazer frente a esta notícia em uma sociedade conservadora como a chilena, que ainda luta para sacudir os efeitos da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Os escândalos de pedofilia no âmbito da poderosa Igreja católica que ofuscam o clero ainda não tinham estourado.
Protegida por seus pais, Sandra Hernández e Igor Vega, e seu irmão caçula, Nicolás, ela iniciou seu "trânsito" para sua nova sexualidade, um processo que levou três anos.
"Eu conheci o amor familiar, o romântico e estive rodeada de muito carinho", disse Vega em uma entrevista à AFP.
Símbolo transgênero
Daniela Vega não mudou de identidade nem de sexo em seu passaporte porque a lei chilena não o permite.
Os movimentos sociais chilenos esperam que a vitória de "Uma mulher fantástica" e a projeção internacional de sua protagonista contribuam para fazer a causa avançar e que se aprove o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a Lei de Identidade de Gênero.
Essas iniciativas são impulsadas pelo governo da socialista Michelle Bachelet, que no domingo entregará o poder ao conservador Sebastián Piñera.
No entanto, os sinais dados por membros do futuro executivo, apoiados por partidos que lutaram contra a aprovação do aborto terapêutico, não parecem muito animadores para o futuro de ambos os projetos.
"Não viemos pedir autorização para sermos quem somos, sejamos trans ou não, simplesmente somos como somos", diz a atriz, que se transformou no novo símbolo de uma ascendente sociedade chilena aberta e inclusiva.
Enquanto isso, a equipe que fez história no cinema chileno será recebido nesta terça-feira, no Palácio La Moneda, pela presidente Bachelet como os novos heróis do país.
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