Dançarinas do ventre do mundo todo competem no Cairo
As dançarinas superaram sua preocupação pela insegurança que se vive no Egito e os perigos que cercam a sensual arte no país
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2012 às 22h03.
Cairo - Indiferentes aos islamitas que controlam o poder no Egito , centenas de dançarinas de todo o planeta chegaram ao Cairo para realizar seu sonho de participar de um dos festivais de dança do ventre mais importantes do mundo.
As dançarinas superaram sua preocupação pela insegurança que se vive no Egito e os perigos que cercam a sensual arte no país, após a chegada de um membro dos islamitas Irmandade Muçulmana a sua Presidência.
''As pessoas têm medo porque não sabem se (os islamitas) vão instaurar um governo radical, proibindo a música, a dança e outras manifestações culturais'', contou à Agência Efe a dançarina do ventre brasileira Munique Neith.
No entanto, o novo Egito pós-revolução não impediu Neith de participar, como é seu costume há oito anos, do festival Ahlan wa Sahlan (''bem-vindo'', em árabe), realizado de 27 de junho até o último dia 4 de julho, em um hotel cinco estrelas aos pés das Pirâmides de Gizé.
''Todas as dançarinas sonham em participar do festival. É uma referência'', definiu a artista, que está no ramo há 15 anos.
Munique foi acompanhada de 20 dançarinas de sua escola de dança situada no coração de Barcelona, número bem menor do que em anos anteriores porque ''muitas meninas tiveram medo de vir ao Egito''.
Tão milenar quanto as Pirâmides, a dança do ventre reuniu dançarinas de todos os continentes para partilharem suas experiências nas oficinas e nos concursos de Ahlan wa Sahlan, criado há 11 anos.
Entre os destaques do encontro está a dançarina egípcia Aziza, apelidada de ''borboleta do baile oriental'', e que aos 26 anos chegou a ser descrita como a ''número dois'' dessa arte no Egito, abaixo apenas da famosa Dina.
Aziza, conhecida também como ''Aziza Cairo'' e ''Aziza Egito'', deu aulas durante o festival para mostrar às dançarinas estrangeiras como fazer a dança do ventre de forma ''elegante'' e ''não vulgar'', explicou à Efe.
''As europeias querem dançar bem, fazem uma atuação muito boa, mas não sabem transmitir os sentimentos como nós, orientais'', destacou Aziza, que participou duas vezes em festivais de dança em Madri.
Para ela, memorizar uma canção e interpretá-la com coreografia ensaiada é diferente de movimentar o corpo com fluência e se deixando levar pelo ritmo.
O avanço da tendência islamita no Egito não assusta Aziza, que acredita que ''mesmo que o islamismo ganhe força, durará um tempo depois passará, mas a dança do ventre permanecerá eterna''.
Os islamitas também não preocupam Mahmoud Abdel Gafar, um dos primeiros comerciantes a desenhar, fabricar e exportar trajes da dança oriental.
''Até agora não estamos preocupados com o vigor dos islamitas. Não acho que vão proibir a dança do ventre, porque o turismo depende muito disso, inúmeras dançarinas visitam o Egito'', considerou o empresário.
Em sua loja, no famoso mercado de Jan el Jalili, passaram várias dançarinas estrangeiras que participam do festival ''Ahlan wa Sahlan'' para comprar trajes para elas e suas escolas de dança.
Graças à dançarina americana Morocco, que nunca falta a ''Ahlan wa Sahlan'', Abdel Gafar há 35 anos começou a ampliar seu negócio, inicialmente vendia apenas cinturões de baile.
Hoje o negócio tem tudo que uma dançarina do ventre profissional precisa: castanholas de bronze, bastões dourados, tambores, candelabros que as artistas equilibram na cabeça, cintos com lantejoulas, sapatos, acessórios de prata e lenços com contas.
Cairo - Indiferentes aos islamitas que controlam o poder no Egito , centenas de dançarinas de todo o planeta chegaram ao Cairo para realizar seu sonho de participar de um dos festivais de dança do ventre mais importantes do mundo.
As dançarinas superaram sua preocupação pela insegurança que se vive no Egito e os perigos que cercam a sensual arte no país, após a chegada de um membro dos islamitas Irmandade Muçulmana a sua Presidência.
''As pessoas têm medo porque não sabem se (os islamitas) vão instaurar um governo radical, proibindo a música, a dança e outras manifestações culturais'', contou à Agência Efe a dançarina do ventre brasileira Munique Neith.
No entanto, o novo Egito pós-revolução não impediu Neith de participar, como é seu costume há oito anos, do festival Ahlan wa Sahlan (''bem-vindo'', em árabe), realizado de 27 de junho até o último dia 4 de julho, em um hotel cinco estrelas aos pés das Pirâmides de Gizé.
''Todas as dançarinas sonham em participar do festival. É uma referência'', definiu a artista, que está no ramo há 15 anos.
Munique foi acompanhada de 20 dançarinas de sua escola de dança situada no coração de Barcelona, número bem menor do que em anos anteriores porque ''muitas meninas tiveram medo de vir ao Egito''.
Tão milenar quanto as Pirâmides, a dança do ventre reuniu dançarinas de todos os continentes para partilharem suas experiências nas oficinas e nos concursos de Ahlan wa Sahlan, criado há 11 anos.
Entre os destaques do encontro está a dançarina egípcia Aziza, apelidada de ''borboleta do baile oriental'', e que aos 26 anos chegou a ser descrita como a ''número dois'' dessa arte no Egito, abaixo apenas da famosa Dina.
Aziza, conhecida também como ''Aziza Cairo'' e ''Aziza Egito'', deu aulas durante o festival para mostrar às dançarinas estrangeiras como fazer a dança do ventre de forma ''elegante'' e ''não vulgar'', explicou à Efe.
''As europeias querem dançar bem, fazem uma atuação muito boa, mas não sabem transmitir os sentimentos como nós, orientais'', destacou Aziza, que participou duas vezes em festivais de dança em Madri.
Para ela, memorizar uma canção e interpretá-la com coreografia ensaiada é diferente de movimentar o corpo com fluência e se deixando levar pelo ritmo.
O avanço da tendência islamita no Egito não assusta Aziza, que acredita que ''mesmo que o islamismo ganhe força, durará um tempo depois passará, mas a dança do ventre permanecerá eterna''.
Os islamitas também não preocupam Mahmoud Abdel Gafar, um dos primeiros comerciantes a desenhar, fabricar e exportar trajes da dança oriental.
''Até agora não estamos preocupados com o vigor dos islamitas. Não acho que vão proibir a dança do ventre, porque o turismo depende muito disso, inúmeras dançarinas visitam o Egito'', considerou o empresário.
Em sua loja, no famoso mercado de Jan el Jalili, passaram várias dançarinas estrangeiras que participam do festival ''Ahlan wa Sahlan'' para comprar trajes para elas e suas escolas de dança.
Graças à dançarina americana Morocco, que nunca falta a ''Ahlan wa Sahlan'', Abdel Gafar há 35 anos começou a ampliar seu negócio, inicialmente vendia apenas cinturões de baile.
Hoje o negócio tem tudo que uma dançarina do ventre profissional precisa: castanholas de bronze, bastões dourados, tambores, candelabros que as artistas equilibram na cabeça, cintos com lantejoulas, sapatos, acessórios de prata e lenços com contas.