Coronavírus deve transformar setor de restaurantes de NY
O surto viral causa estragos, pois clientes se isolam em casa
Guilherme Dearo
Publicado em 20 de março de 2020 às 08h00.
Última atualização em 20 de março de 2020 às 08h00.
O coronavírus agora obriga americanos a jantar novamente em casa, criando uma crise para o setor de restaurantes que já estava em desaceleração.
O surto viral causa estragos, pois clientes se isolam em casa e estados restringem as operações apenas à entrega e retirada. Grandes setores enfrentarão semanas, ou talvez meses, de receita reduzida ou inexistente.
Essa é uma perspectiva sombria para restaurantes que já lidavam com a forte concorrência por um grupo estagnado de clientes. Para piorar a situação, algumas redes optaram por se expandir agressivamente nos últimos anos, o que saturou demais o mercado e ajudou a estimular o endividamento dos restaurantes.
Os salários em alta também fazem parte do mix - e provavelmente continuarão subindo devido à necessidade súbita e urgente de licença médica ampliada e benefícios -, o que agrava a crise do setor.
“Veremos muitas falências”, disse Michael Halen, analista da Bloomberg Intelligence, acrescentando que as redes menores que conseguiram se manter por causa de empréstimos a juros baixos são as que correm mais risco.
‘Excesso de oferta’
A expansão dos restaurantes de fast-food já havia diminuído para o ritmo mais baixo em pelo menos 20 anos em 2019, já que as empresas começaram a desacelerar o rápido crescimento dos anos anteriores. Ainda assim, a capacidade ainda supera a demanda, de acordo com Noah Shaffer, diretor sênior da empresa de serviços imobiliários Confidant Asset Management.
“Quando você olha o que os consumidores podem gastar em um mercado e quantos restaurantes já estão servindo, começa a perceber que há um excesso de oferta”, disse Shaffer. “E isso acontece em muitos mercados”.
Com a colaboração de Natalie Wong e Anne Cronin.
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