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Compositor italiano Ennio Morricone morre aos 91 anos

Vencedor do Oscar pela trilha sonora do filme Os Oito Odiados, o italiano Ennio Morricone compôs quase 500 trilhas sonoras

Compositor italiano Ennio Morricone morre aos 91 anos (Pier Marco Tacca/Getty Images)

Compositor italiano Ennio Morricone morre aos 91 anos (Pier Marco Tacca/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de julho de 2020 às 08h23.

O compositor italiano Ennio Morricone, um dos músicos mais admirados e premiados do mundo do cinema, morreu em Roma aos 91 anos, segundo informou a imprensa italiana nesta segunda-feira, 6, citando parentes. Morricone foi hospitalizado em uma clínica na capital italiana após sofrer uma queda que fraturou seu fêmur segundo as mesmas fontes.

Ennio Morricone morreu "em 6 de julho, consolado pela fé", disse o advogado e amigo da família Giorgio Assuma em comunicado, citado pela imprensa. Ele permaneceu "totalmente lúcido e com grande dignidade até o último momento", acrescentou o comunicado.

O prolífico músico compôs quase 500 trilhas sonoras, incluindo temas inesquecíveis como o assovio de Três Homens em Conflito (1966), ou o magnífico solo de oboé de A Missão (1986). Tem o mérito de ser o autor de melodias que milhões de pessoas, cinéfilas ou não, conhecem ou sabem cantarolar.

Em 2016, venceu o Oscar pela trilha sonora do filme Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino. Em 2007, já havia recebido um Oscar honorário por sua abundante e elogiada carreira musical.

Há apenas alguns dias, Morricone foi anunciado o vencedor, ao lado do também compositor John Williams, com o prêmio Princesa das Astúrias das Artes na Espanha. "Sempre nos recordaremos, e com um reconhecimento infinito do gênio artístico, do maestro Ennio Morricone. Nos fez sonhar, nos emocionou e fez pensar, escrevendo notas inesquecíveis que ficarão para sempre na história da música e do cinema", escreveu no Twitter o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.

Morricone nasceu em 10 de dezembro de 1928 em Roma e começou a compor aos seis anos. Aos 10, foi matriculado em um curso de trompete da prestigiosa Academia Nacional Santa Cecília de Roma. Também estudou composição, orquestra e órgão. Em 1961, aos 33 anos, estreou no cinema com a música de O Fascista, de Luciano Salce.

Morricone ganhou fama em meados dos anos 1960, com as trilhas sonoras de westerns como Por um Punhado de Dólares e Três Homens em Conflito.

Além das duas estatuetas do Oscar, Morricone também foi premiado com Globos de Ouro e Grammys, compôs óperas e canções para artistas pop, em uma prolongada carreira que encerrou de maneira brilhante em 2018 com uma turnê mundial de despedida.

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