Cinema nacional será beneficiado com as cotas de programação
As cotas de conteúdo nacional criadas pela Lei 12.485/11 devem aumentar a demanda por filmes nacionais no horário nobre
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2012 às 17h03.
São Paulo - Os 15 canais com grade especializada em filmes da TV por assinatura brasileira exibiram filmes 5.738 vezes em 2010. Destes, 908 exibições, o que representa pouco menos de 16%, eram de filmes nacionais.
A grande maioria dos títulos locais, no entanto, estava concentrada em um único canal, o Canal Brasil, que exibiu filmes brasileiros 844 vezes. Nos outros 14 canais, apenas 1,3% das exibições de filmes era de títulos brasileiros.
Os números foram apresentados por Sergio Sá Leitão, presidente da RioFilme, nesta terça, 5, no Fórum Brasil de Televisão. "O cinema brasileiro na TV por assinatura está circunscrito a um gueto", disse.
As cotas de conteúdo nacional criadas pela Lei 12.485/11 devem aumentar a demanda por filmes nacionais no horário nobre, aponta ele. "Devemos ter 2,3 mil exibições de filmes brasileiros na TV paga", conta.
Segundo Sá Leitão, a coprodução será a melhor maneira de garantir títulos locais para as grades dos canais. "O perfil dos filmes pode mudar. Os produtores vão pensar nas grades dos canais na gênese das obras", sentenciou.
Segundo Sá Leitão, o cinema brasileiro vem crescendo em volume de títulos e de recursos investidos na produção. No entanto, vem perdendo market share no mercado interno. "Não temos uma política eficaz para o cinema comercial", disse, destacando que seis ou sete filmes são responsáveis pelo grosso do share do cinema nacional anualmente. "Precisamos de uma meritocracia e de mecanismo (de fomento e financiamento) automáticos, em função de performance", disse.
A própria TV é apontada pelo presidente da RioFilme como um mecanismo importante para fortalecer o cinema nacional. Segundo ele, a TV pode ajudar exibindo, coproduzindo e divulgando o cinema brasileiro.
Parcerias
Para Andrea Barata Ribeiro, sócia da O2 Filmes, a parceria entre cinema e televisão pode seguir outros caminhos, como a troca de formatos. Ela cita como exemplo longas que tiveram spin offs para a televisão, ou mesmo que vieram de séries de televisão, como o longa "Cidade de Deus" e a série "Cidade dos Homens", e o filme "Antônia" e a série homônima.
A série "Som e Fúria" também deve ganhar um longa-metragem. "Essa ideia de troca de formatos com a TV pode ser exportada para a TV por assinatura", diz. "Já estamos sendo procurados por canais e abrimos nosso baú de conteúdo e de ideias para eles", conta.
Debora Ivanov, da Gullane Filmes, lembra que também já experimentou, com sucesso, essa fórmula de troca entre cinema e TV com o longa e a série "Carandiru". Ela também diz que os canais da TV por assinatura vem procurando a produtora. "Também abrimos o nosso baú, e buscamos as ideias de todos os nossos diretores", diz.
Para ela, no entanto, falta ainda nas produtoras brasileiras uma logística que permita atender com agilidade a esta demanda. "Falta estrutura nas produtoras para analisar e ajudar as aprimorar estas ideias", explica.
Andrea Barata Ribeiro aponta que falta também mão de obra sobretudo para roteiro. Segundo ela, os bons roteiristas acabam sendo levados para a TV aberta, sobrando poucos profissionais para o mercado independente ou de cinema. "Não há script doctors no Brasil", diz. Para Debora Ivanov, a solução é buscar talentos jovens.
São Paulo - Os 15 canais com grade especializada em filmes da TV por assinatura brasileira exibiram filmes 5.738 vezes em 2010. Destes, 908 exibições, o que representa pouco menos de 16%, eram de filmes nacionais.
A grande maioria dos títulos locais, no entanto, estava concentrada em um único canal, o Canal Brasil, que exibiu filmes brasileiros 844 vezes. Nos outros 14 canais, apenas 1,3% das exibições de filmes era de títulos brasileiros.
Os números foram apresentados por Sergio Sá Leitão, presidente da RioFilme, nesta terça, 5, no Fórum Brasil de Televisão. "O cinema brasileiro na TV por assinatura está circunscrito a um gueto", disse.
As cotas de conteúdo nacional criadas pela Lei 12.485/11 devem aumentar a demanda por filmes nacionais no horário nobre, aponta ele. "Devemos ter 2,3 mil exibições de filmes brasileiros na TV paga", conta.
Segundo Sá Leitão, a coprodução será a melhor maneira de garantir títulos locais para as grades dos canais. "O perfil dos filmes pode mudar. Os produtores vão pensar nas grades dos canais na gênese das obras", sentenciou.
Segundo Sá Leitão, o cinema brasileiro vem crescendo em volume de títulos e de recursos investidos na produção. No entanto, vem perdendo market share no mercado interno. "Não temos uma política eficaz para o cinema comercial", disse, destacando que seis ou sete filmes são responsáveis pelo grosso do share do cinema nacional anualmente. "Precisamos de uma meritocracia e de mecanismo (de fomento e financiamento) automáticos, em função de performance", disse.
A própria TV é apontada pelo presidente da RioFilme como um mecanismo importante para fortalecer o cinema nacional. Segundo ele, a TV pode ajudar exibindo, coproduzindo e divulgando o cinema brasileiro.
Parcerias
Para Andrea Barata Ribeiro, sócia da O2 Filmes, a parceria entre cinema e televisão pode seguir outros caminhos, como a troca de formatos. Ela cita como exemplo longas que tiveram spin offs para a televisão, ou mesmo que vieram de séries de televisão, como o longa "Cidade de Deus" e a série "Cidade dos Homens", e o filme "Antônia" e a série homônima.
A série "Som e Fúria" também deve ganhar um longa-metragem. "Essa ideia de troca de formatos com a TV pode ser exportada para a TV por assinatura", diz. "Já estamos sendo procurados por canais e abrimos nosso baú de conteúdo e de ideias para eles", conta.
Debora Ivanov, da Gullane Filmes, lembra que também já experimentou, com sucesso, essa fórmula de troca entre cinema e TV com o longa e a série "Carandiru". Ela também diz que os canais da TV por assinatura vem procurando a produtora. "Também abrimos o nosso baú, e buscamos as ideias de todos os nossos diretores", diz.
Para ela, no entanto, falta ainda nas produtoras brasileiras uma logística que permita atender com agilidade a esta demanda. "Falta estrutura nas produtoras para analisar e ajudar as aprimorar estas ideias", explica.
Andrea Barata Ribeiro aponta que falta também mão de obra sobretudo para roteiro. Segundo ela, os bons roteiristas acabam sendo levados para a TV aberta, sobrando poucos profissionais para o mercado independente ou de cinema. "Não há script doctors no Brasil", diz. Para Debora Ivanov, a solução é buscar talentos jovens.