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Cine BH abre temporada de festivais internacionais

Mostra exibe filmes antigos, clássicos, que integram um movimento de recuperação da cultura, e não apenas do cinema brasileiro

A Mostra Cine BH é o terceiro dos grandes eventos que a empresa promove em diferentes cidades mineiras (Divulgação)

A Mostra Cine BH é o terceiro dos grandes eventos que a empresa promove em diferentes cidades mineiras (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2011 às 07h33.

São Paulo - E está para começar a grande temporada dos festivais internacionais de cinema que se realizam no país. O ponto de partida será dado dia 29, em Minas, pela Mostra Cine BH, que vai até dia 5. No dia 6 de outubro, começa o Festival do Rio, que segue até 18 e ostenta como principal atração a Première Brasil, considerada a maior vitrine anual de lançamentos do cinema brasileiro. O cinéfilo mal terá tempo para tentar se recompor e, dia 21, estará começando a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que, além de ser a mais longeva dessas manifestações, também possui a história mais rica. A Mostra enfrentou a censura da ditadura militar, revelou cinematografias, impôs autores - e deixou claro que o Brasil, e São Paulo, tinham (têm) um público de cinéfilos, ansioso por acompanhar a produção alternativa de ponta do mundo.

Realização da Universo Produções, a Mostra Cine BH é o terceiro dos grandes eventos que a empresa promove em diferentes cidades mineiras. Em janeiro, em Tiradentes, o festival privilegia o cinema brasileiro mais voltado à experimentação, ou à invenção. Em junho/julho, no inverno, Ouro Preto sedia outro festival que segue outro caminho, de certa maneira oposto. São filmes antigos, clássicos, que integram um movimento de recuperação da cultura, e não apenas do cinema brasileiro. Finalmente, agora em setembro, o Brasil CineMundi, dentro da Mostra Cine BH, põe o foco num grande encontro de coprodução internacional.

Importantes convidados da França, Alemanha, Itália, Holanda e de outros países da Europa e da América Latina estarão analisando dez projetos que foram selecionados para obter a consultoria de profissionais ligados a instituições como a Berlinale, a Film Comission de Villa dAosta e o Hubert Bals Fund. A coordenadora geral do Cine BH e do Brasil CineMundi, Raquel Hallak, conta como o segundo nasceu. Em Tiradentes, principalmente a Mostra Aurora abre o debate sobre estéticas e novos realizadores. É um tipo de cinema que tem dificuldade para chegar ao mercado, porque, como diz Raquel, "se o Brasil tem políticas públicas que incentivam a realização, carece de outras, que são as de difusão."

São filmes que muitas vezes não chegam ao mercado, seja interno ou externo. Como, por quê? A Europa, e seus grandes festivais, têm interesse nessa produção independente e assim surgiu, em 2010, o Brasil CineMundi. Os projetos selecionados incluem, entre outros, "Curva do Rio Sujo", de Felipe Bragança; "Éden", de Bruno Safadi; "Marçal de Souza - O Banguela dos Lábios de Mel", de Joel Pizzini; "O Último Trago", do coletivo Pretti/Parenti, do Ceará (na sexta, eles estreiam, em São Paulo seu novo filme, "Os Monstros"); e "Rio Corrente", de Paulo Sacramento.

Além dos debates e workshops do Brasil Cine Mundi, o Cine BH sedia duas mostras - uma de novos realizadores, no perfil da Mostra Aurora, e outra de Cinema Contemporâneo. Elas ocorrem principalmente num cinema de bairro, o Santa Teresa, que todo ano a Universo tem de reabrir e equipar. O restante da programação é quase todo no Palácio das Artes, no centro da capital mineira. A programação completa encontra-se nos sites da Universo Produções e do próprio festival, www.mostracinebh.com.br. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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