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Chris Rock ironiza sobre diversidade racial no Oscar

"Bem-vindos aos prêmios da Academia, também conhecidos como os prêmios decididos por pessoas brancas", disse o artista de 51 anos

Chris Rock: "DiCaprio tem grandes papéis todos os anos. Isso é tudo o que pedimos" (Mario Anzuoni / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 08h16.

Los Angeles - Todo mundo esperava que Chris Rock se referisse à polêmica sobre a falta de diversidade entre os indicados da 88ª edição do Oscar , e o humorista afro-americano cumpriu com as expectativas disparando ironias, mas sem se esquecer de entreter a plateia.

"Hey, contei pelo menos 15 negros nessa montagem!", foi a frase com a qual começou o comediante, um aperitivo para a torrente dialética que realizou durante as três horas e meia de festa, realizada no Teatro Dolby, de Hollywood (Califórnia).

"Bem-vindos aos prêmios da Academia, também conhecidos como os prêmios decididos por pessoas brancas", continuou o artista de 51 anos.

"Se escolhessem também os apresentadores, eu também não teria este emprego. Vocês estariam vendo o Neil Patrick Harris", acrescentou.

Rock reconheceu que recebeu pressões para boicotar a festa e renunciar da sua escolhe como mestre de cerimônias.

"Pensei e pensei, mas o Oscar não ia deixar de ser realizado porque eu não vim apresentar. E a última coisa que queria é que Kevin Hart me tirasse outro trabalho", afirmou entre risos.

"É a 88ª edição do Oscar. Essa coisa de não haver indicados negros entre os atores aconteceu pelo menos umas outras 71 vezes. No passado não protestávamos. Vocês sabem por quê? Porque estávamos ocupados demais sendo espancados e linchados para nos preocuparmos com quem ganha o prêmio de melhor fotografia", disse.

E chegou então sua grande pérola.

"Certamente que Hollywood é racista. E é dentro de sua irmandade. Mas as coisas estão mudando. Temos um 'Rocky' negro este ano. Alguns o chamam de 'Creed: Nascido para Lutar'. Eu o chamo de 'Rocky negro'", disse.

No final de sua primeira intervenção, Rock mudou de atitude, ficou um momento sério e pediu: "Não se tenta boicotar. Queremos oportunidades. Queremos que os atores negros tenham as mesmas oportunidades. E não só uma vez. DiCaprio tem grandes papéis todos os anos. Isso é tudo o que pedimos".

Nem tudo foi uma defesa com veemência da comunidade afro-americana.

Como exemplo disso Rock citou o caso de Will Smith, que decidiu não comparecer à cerimônia em rejeição à situação.

"Com certeza, estava muito bem em 'Um Homem Entre Gigantes'. É injusto que não o tenham indicado. Mas também é injusto que lhe pagassem US$ 20 milhões por 'As Loucas Aventuras de James West'", comentou entre risos.

Também comentou sobre a esposa de Will Smith, a atriz Jada Pinkett Smith, que também se ausentou.

"Boicotar o Oscar é como se eu boicotasse a calcinha de Rihanna: eu nem tinha sido convidado", afirmou.

O humor foi uma constante ao longo da cerimônia e especialmente brilhante foi o esquete no qual vários atores negros (Whoopi Goldberg, Leslie Jones, Tracy Morgan e o próprio Rock) substituíram os protagonistas reais de alguns dos filmes indicados a melhor filme.

Muitas gargalhadas também provocou o comentário do humorista Louis CK em alusão ao vencedor do Oscar de melhor documentário em curta-metragem, que acabou ficando com "A Girl In The River: The Price of Forgiveness", de Sharmeen Obaid-Chinoy.

"Estou feliz por todos, mas este prêmio tem a oportunidade de mudar vidas. Todos vocês vieram aqui como vencedores e irão pra casa sendo milionários. Com este prêmio não se ganha dinheiro. Estas pessoas nunca serão ricas. Portanto este Oscar significa muito. E vai embora para casa em um Honda Civic", brincou.

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Los Angeles - Todo mundo esperava que Chris Rock se referisse à polêmica sobre a falta de diversidade entre os indicados da 88ª edição do Oscar , e o humorista afro-americano cumpriu com as expectativas disparando ironias, mas sem se esquecer de entreter a plateia.

"Hey, contei pelo menos 15 negros nessa montagem!", foi a frase com a qual começou o comediante, um aperitivo para a torrente dialética que realizou durante as três horas e meia de festa, realizada no Teatro Dolby, de Hollywood (Califórnia).

"Bem-vindos aos prêmios da Academia, também conhecidos como os prêmios decididos por pessoas brancas", continuou o artista de 51 anos.

"Se escolhessem também os apresentadores, eu também não teria este emprego. Vocês estariam vendo o Neil Patrick Harris", acrescentou.

Rock reconheceu que recebeu pressões para boicotar a festa e renunciar da sua escolhe como mestre de cerimônias.

"Pensei e pensei, mas o Oscar não ia deixar de ser realizado porque eu não vim apresentar. E a última coisa que queria é que Kevin Hart me tirasse outro trabalho", afirmou entre risos.

"É a 88ª edição do Oscar. Essa coisa de não haver indicados negros entre os atores aconteceu pelo menos umas outras 71 vezes. No passado não protestávamos. Vocês sabem por quê? Porque estávamos ocupados demais sendo espancados e linchados para nos preocuparmos com quem ganha o prêmio de melhor fotografia", disse.

E chegou então sua grande pérola.

"Certamente que Hollywood é racista. E é dentro de sua irmandade. Mas as coisas estão mudando. Temos um 'Rocky' negro este ano. Alguns o chamam de 'Creed: Nascido para Lutar'. Eu o chamo de 'Rocky negro'", disse.

No final de sua primeira intervenção, Rock mudou de atitude, ficou um momento sério e pediu: "Não se tenta boicotar. Queremos oportunidades. Queremos que os atores negros tenham as mesmas oportunidades. E não só uma vez. DiCaprio tem grandes papéis todos os anos. Isso é tudo o que pedimos".

Nem tudo foi uma defesa com veemência da comunidade afro-americana.

Como exemplo disso Rock citou o caso de Will Smith, que decidiu não comparecer à cerimônia em rejeição à situação.

"Com certeza, estava muito bem em 'Um Homem Entre Gigantes'. É injusto que não o tenham indicado. Mas também é injusto que lhe pagassem US$ 20 milhões por 'As Loucas Aventuras de James West'", comentou entre risos.

Também comentou sobre a esposa de Will Smith, a atriz Jada Pinkett Smith, que também se ausentou.

"Boicotar o Oscar é como se eu boicotasse a calcinha de Rihanna: eu nem tinha sido convidado", afirmou.

O humor foi uma constante ao longo da cerimônia e especialmente brilhante foi o esquete no qual vários atores negros (Whoopi Goldberg, Leslie Jones, Tracy Morgan e o próprio Rock) substituíram os protagonistas reais de alguns dos filmes indicados a melhor filme.

Muitas gargalhadas também provocou o comentário do humorista Louis CK em alusão ao vencedor do Oscar de melhor documentário em curta-metragem, que acabou ficando com "A Girl In The River: The Price of Forgiveness", de Sharmeen Obaid-Chinoy.

"Estou feliz por todos, mas este prêmio tem a oportunidade de mudar vidas. Todos vocês vieram aqui como vencedores e irão pra casa sendo milionários. Com este prêmio não se ganha dinheiro. Estas pessoas nunca serão ricas. Portanto este Oscar significa muito. E vai embora para casa em um Honda Civic", brincou.

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