Casual

Novo Chevrolet Cruze tem motor moderno e design sedutor

Fomos aos EUA para dirigir a segunda geração do Chevrolet Cruze, que aposta em design e desempenho para incomodar Civic e Corolla

Chevrolet Cruze: achou parecido com os coreanos? A gente também (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Chevrolet Cruze: achou parecido com os coreanos? A gente também (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2016 às 15h23.

O novo Cruze só deve ser lançado em junho, mas a Chevrolet não quis esperar até lá para mostrar sua novidade ao público.

Enquanto ele fazia sua pré-estreia nas pistas com a nova cara da marca na Stock Car, vários protótipos rodavam pela ruas brasileiras levemente disfarçados posando livremente para as câmeras dos celulares.

Diante desse cenário, resolvemos dar uma forcinha à GM: fomos até os Estados Unidos para ver como anda a nova geração do sedã que acaba de desembarcar por lá.

O Cruze foi apresentado primeiro na China, em 2014, numa versão local. Meses depois, ganhou visual mais jovem (e atraente) após passar pelas mãos dos americanos e foi exibido ao mundo pouco antes do Salão de Detroit, em janeiro de 2016.

É esse o carro (com leves modificações no visual, calibração e oferta de equipamentos) que será produzido na Argentina a partir de maio e importada para nosso país no mês seguido.

Nos EUA, o Cruze é oferecido em quatro versões de acabamento: L, LS, LT e a top Premier (esta última substitui a antiga LTZ).

O sedã usado na nossa avaliação foi um exemplar cedido por uma concessionária de Fort Lauderdale, estado da Flórida.

Chevrolet Cruze: achou parecido com os coreanos? A gente também (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Ao vivo, o Cruze impressiona mais do que nas fotos. O design com cantos retos foi trocado por um estilo mais esguio, deixando-o menos careta e mais esportivo.

A frente ostenta um belo conjunto óptico acima de uma grande tomada de ar. Como seu antecessor, o Cruze possui falsas vigias nas colunas C, que reforçam a impressão de porte superior e ainda combina com a silhueta de cupê típica dos modelos mais recentes de sua categoria – como é o caso também do novo Honda Civic, que chega ao Brasil entre julho e agosto.

Atrás, as lanternas se unem a vincos que terminam na base do para-choque. Nas versões mais caras, essa peça tem falsas saídas de ar, para dar um toque de agressividade.

No geral, o resultado agrada aos olhos, embora sejam nítidas as semelhanças com rivais coreanos, como Hyundai Elantra e Kia Cerato, principalmente de longe.

Calotas? No Brasil, o Cruze terá rodas de liga leve (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Basta abrir a porta para notar um salto de qualidade frente ao antigo Cruze, mesmo nas versões básicas.

A cabine é bem-acabada, com padrão de qualidade acima da média tanto de seu antecessor quanto do segmento dos sedãs médios no Brasil, onde ele perderia apenas para o Citroën C4 Lounge, atualmente a referência nesse quesito.

Diante de Civic e Corolla, o novo Cruze parece pertencer a uma categoria superior, graças ao uso de plásticos menos rígidos e materiais agradáveis ao toque.

Um detalhe, no entanto, causou estranheza: o freio de estacionamento acionado por pedal, que equipava a unidade avaliada. No Brasil, ele deve ser substituído por um sistema de acionamento elétrico por botão.

Interior sem exageros e bem-acabado (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Boa interface

O painel tem design moderno, destacando a nova geração da central multimídia MyLink, que traz uma interface mais intuitiva, suporte para Apple CarPlay e Android Auto e tela central de 7 polegadas ­(como opcional nos EUA, há um monitor de 8 polegadas).

Mas faltam nichos e porta-objetos maiores, oferecendo somente os tradicionais porta-copos.

A modernidade da cabine em geral, porém, contrasta com o quadro de instrumentos, que tem uma aparência excessivamente simples. Ele permite fácil leitura das informações, mas empobrece o visual.

Painel de instrumentos é simples, com uma tela digital no centro (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Nas dimensões, o sedã espichou quase 7 cm no comprimento, mas praticamente manteve largura (1,79 m) e distância entre-eixos (2,70 metros, só 1 cm a mais que antes).

Mesmo assim, o aumento do espaço interno foi substancial. Só para as pernas dos passageiros traseiros o ganho foi de nada menos que 9,1 cm.

O único porém é que quem viaja lá não pode ter mais de 1,80 m, senão bate a cabeça no teto, que é baixo por conta do perfil de sedã-cupê do Cruze.

Posição de dirigir remete ao Corolla (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Espaço atrás cresceu, mas três vão apertados (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

O porta-malas também encolheu, de 450 litros para 440 litros. É o suficiente para uma família de quatro pessoas, mas um pouco abaixo dos concorrentes, como Civic (449), Corolla (470) e Jetta (510).

E pode ficar ainda menor na versão comercializada no Brasil, já que o modelo americano traz um pneu de uso temporário (mais fino) no lugar do estepe comum, que costuma ser o padrão do mercado brasileiro.

Porta-malas encolheu de 450 para 440 litros (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Ecotec turbo

Ao contrário do Civic, que oferece o motor 1.5 VTEC turbo apenas nas opções mais luxuosas, todas as versões do Cruze sairão de fábrica com o novo motor 1.4 turbo Ecotec.

Recheado de tecnologias como injeção direta de combustível e bloco de alumínio, ele não só ajudou o Cruze a ficar 113 kg mais leve como fez o desempenho evoluir significativamente.

São 155 cv a 5.600 rpm e torque máximo de 24,5 mkgf disponíveis a apenas 2.000 rpm – o atual é menos potente (144/140 cv a 6.300 rpm) e dispõe de muito menos torque (18,9/17,8 mkgf a 3.800 rpm).

Segundo os números da GM americana, a aceleração de 0 a 100 km/h do modelo vendido por lá é de 7,7 segundos – uma grande evolução diante dos 11,4 segundos do Cruze 1.8 atual.

Motor 1.4 turbo é ágil e econômico (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Durante o test-drive que fizemos pelas largas ruas e estradas da Flórida, ficamos impressionados com o funcionamento do motor 1.4, que não padece da falta de disposição nas respostas que acomete alguns motores turbinados em rotações mais baixas.

Sobra fôlego nas acelerações e retomadas, graças também ao eficiente câmbio automático de seis marchas com trocas rápidas e progressivas.

É bom deixar a transmissão realizar seu trabalho sozinha, já que o confuso sistema de trocas sequenciais (realizado por um pequeno botão posicionado no topo da manopla) tira uma parte do prazer de dirigir do motorista.

Falando em dirigibilidade, o Cruze é equilibrado: apesar de não ser tão suave (nem tão confortável) quanto um Corolla, ele lembra mais o Jetta 1.4 TSI, um sedã bom de curva com tempero levemente esportivo, mas sem ser duro demais a ponto de incomodar os ocupantes.

Faróis lembram o do novo Malibu (Leo Mayrinck/ Quatro Rodas)

Diante dos seus rivais nos EUA, o Cruze não fica devendo na lista de itens de segurança. Além do controle de estabilidade (obrigatório por lá desde 2012), o sedã traz câmera de ré (que será exigida pela lei local a partir de 2018) e nove airbags, sendo dois frontais, quatro laterais, dois do tipo cortina e mais um para proteção dos joelhos do condutor.

No Brasil, porém, essa combinação deve ser oferecida apenas na versão topo de linha, cujo preço deve ficar acima dos R$ 103.000 – a versão básica deve partir de R$ 86.000.

No mercado brasileiro, a Premier (que por aqui deve continuar a ser chamada de LTZ) terá tudo que o novo Cruze oferece de melhor, como a assistência eletrônica de presença de veículos na traseira do carro e alerta de colisão frontal.

Esses itens também devem estar disponíveis na versão hatch, que estreia nos EUA só em outubro - e que pode já dar as caras no Brasil no Salão do Automóvel, no final de novembro.

Mais refinado e moderno, o Cruze ganhou um bom armamento para brigar pela liderança com chances reais de pelo menos pleitear avice-liderança do segmento, o que igualaria o feito obtido pela atual geração nos primeiros meses de 2012. 

Não seria tão difícil se na sua frente não tivesse um “pequeno” problema. A nova geração do Civic chega logo depois, com o mesmo apelo de motor turbo (só na versão top) e design agressivo ao estilo cupê. Será que tem espaço para dois nesse campo de batalha?

Veredicto

Motor moderno e design sedutor fazem do Cruze um forte competidor. Se a GM apostar na relação custo-benefício, o sedã pode ter chances de brigar pelo topo com os japoneses.

FICHA TÉCNICA  
Preço: a partir de R$ 86.000 (estimado)
Motor: gasolina, transv., 4 cil., 1.399 cm³, 16V, turbo, injeção direta, 155 cv a 5.600 rpm, 24,5 mkgf a 2.000 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.)/ eixo de torção (tras.)
Freios: discos ventilados (diant.)/ sólidos (tras.)
Pneus: 215/60 R16
Dimensões: comprimento, 466,6 cm; altura, 145,8 cm; largura, 179,5 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.330 kg
Porta-malas: 440 litros
Tanque de combustível: 46 litros
Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosVeículos

Mais de Casual

Os 4 melhores restaurantes do Centro de São Paulo, segundo o ranking da EXAME 2024

Assinatura japonesa: Zerezes e Katsukazan apresentam coleção colaborativa

Hotel e restaurante mais bonitos do mundo estão no Brasil; conheça

Mais na Exame