Menutrip: o chamado "Airbnb da cozinha" tem ganhado cada vez mais adeptos em todas as partes do Brasil (Facebook/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 16h49.
Ficar horas na fila de espera ou reservar meses antes aquela disputada mesa do seu restaurante favorito. Estas são alguns das inconveniências que você não terá mais de passar ao aderir à nova tendência gastronômica: comprar jantares servidos nas casas dos próprios chefs.
Presente em quase todo o mundo, o chamado "Airbnb da cozinha" tem ganhado cada vez mais adeptos em todas as partes do Brasil. A novidade promete não só uma experiência gastronômica única, mas também social.
A moda pegou lá fora nos últimos anos com a criação de plataformas como EatWith, Meal Sharing e HomeDine e, por aqui, logo chegaram as versões brasileiras, como o Dinneer e Menutrip.
Todos com a proposta de oferecer experiências sociais e gastronômicas que seriam impensáveis em um restaurante comum. Nesse formato, os próprios anfitriões contam a história dos pratos, servem a comida e interagem com os clientes.
"As pessoas que procuram estes jantares estão cansadas dos restaurantes, querem se sentir mais próximas", conta a jornalista Dani Borges, que estudou gastronomia e é idealizadora do Jantar no Centro, refeição vietnamita servida uma vez por mês em um prédio histórico no centro de São Paulo, lar da jornalista.
"As pessoas me veem na cozinha, a gente conversa depois do jantar e rola uma troca de experiências. O formato é bem diferente", detalha ao HuffPost Brasil.
Desde abril deste ano Dani vende convites de seus jantares no Food Pass, site de curadoria de eventos gastronômicos. Ela teve a ideia depois de viajar para o Vietnam e se identificar com a culinária local.
"Visitei o país em 2013 e fiquei completamente apaixonada. Comecei a pesquisar e estudar sobre a culinária e sempre convidava meus amigos para experimentarem e eles me sugeriram realizar esses jantares."
Abrir a própria casa também é uma opção para cozinheiros que estejam começando a carreira ou que ainda conciliam a gastronomia com outra profissão, como é o caso de Dani.
Os interessados em ser anfitriões devem se cadastrar em uma das diversas plataformas que oferecem o serviço.
A Menutrip, por exemplo, pede para o anfitrião criar um menu, se cadastrar e aguardar a aprovação. Aprovado, ele avalia a quantidade de reservas de convidados que deseja receber. Após os pagamentos aprovados, basta recepcionar os convidados e realizar o jantar.
Lançada em maio deste ano, a plataforma mais que dobrou o número de usuários nos últimos meses, disse o co-fundador da Menutrip, Renato Pereira.
"Acredito que o novo modelo tenha chamado atenção dos consumidores por oferecer uma experiência diferente e dar possibilidade de conhecer outras pessoas", disse.
"No lado do anfitrião, os cozinheiros veem na plataforma uma fonte de renda extra, além de fazer o que ama."
Pereira não acredita que sites "Airbnb da comida" possam exterminar os restaurantes. "Vai ter espaço para as duas coisas. As pessoas continuarão indo em restaurantes quando procurarem uma experiência mais previsível, padronizada, e vão procurar a Menutrip quando quiserem experimentar algo novo", conclui.