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Bernardo Bertolucci foi o último grande mestre do cinema italiano

Cineasta morreu em Roma aos 77 anos, informou nesta segunda-feira a imprensa italiana

Bernardo Bertolucci: cineasta era poeta, produtor, roteirista e diretor (Ernesto Ruscio/Getty Images)
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EFE

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 09h44.

Última atualização em 26 de novembro de 2018 às 11h58.

Roma - O cineasta Bernardo Bertolucci, um dos nomes mais relevantes da cinematografia italiana da segunda metade do século 20, com obras como "Último Tango em Paris", "1900" e "O Último Imperador", morreu em Roma aos 77 anos, informou nesta segunda-feira a imprensa italiana.

Poeta, produtor, roteirista e diretor, Bertolucci era considerado o último "grande mestre" do cinema italiano, responsável por obras-primas como "O Último Imperador", filme ganhador de nove Oscars em 1988, entre eles os de melhor filme, diretor e roteiro.

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Nascido em Parma, no norte da Itália, em 16 de março de 1941, sua chegada ao mundo da cultura e da sétima arte não foi casual, já que ele pertencia a uma família de reconhecidos escritores e cineastas italianos.

Suas obras nunca deixaram público e crítica indiferentes, algumas suscitaram enormes polêmicas como "Último Tango em Paris" (1972), que narra a conflituosa história de amor protagonizada por Maria Schneider e Marlon Brando e foi censurada em diversos países.

Entre os vários prêmios que recebeu, Bertolucci foi agraciado com o Leão de Ouro à carreira no Festival de Veneza em 2007 e com a Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes em 2011, além dos Oscars de Melhor Diretor e Roteiro (dividido com Mark Peploe) em 1988 com "O Último Imperador".

Bertolucci entrou para o mundo do cinema com 20 anos, pelas mãos de Pier Paolo Pasolini, de quem foi assistente durante as gravações de "Accattone - Desajuste Social" (1961).

Sua primeira produção cinematográfica foi "A Morte" (1962), o ponto de partida a uma carreira brilhante como cineasta, que o colocou entre os mais importantes da história italiana, sempre em busca do intimismo e de uma análise contínua da juventude.

Após esse filme, Bertolucci dirigiu "Antes da Revolução" (1964) e "O Conformista" (1970), obras com as quais se consagrou como um diretor que trabalhava na introspecção de seus personagens.

A carreira internacional de Bertolucci chegou com "Último Tango em Paris", que recebeu duas indicações ao Oscar - melhor diretor e melhor ator (Marlon Brando) - em 1973 e, naquele mesmo ano, também recebeu outras duas indicações ao prêmio Globo de Ouro, a melhor filme e melhor diretor.

Cena do filme "O ultimo tango em Paris" (Bernardo Bertolucci/Divulgação)

O cineasta não conseguiu nenhum desses prêmios, mas as indicações o situaram no primeiro escalão do cinema internacional.

Bertolucci continuou seu sucesso internacional com "1900" (1974-1976), um filme dividido em dois atos, que retrata a vida camponesa da Itália da Grande Guerra e do fascismo.

Em 1987, o italiano lançou o longa metragem que lhe trouxe maior reconhecimento, "O Último Imperador", que acabou recebendo quatro Globos de Ouro e nove Oscars, e que resgata a figura de Puyi, o imperador da China derrubado pela revolução de 1911.

Seis anos depois, em 1993, estreou outro grande sucesso, "O Pequeno Buda", a história de uma criança americana que monges budistas acreditavam ser a reencarnação de um de seus lamas.

Em 2003, Bertolucci dirigiu "Os Sonhadores", depois do qual sofreu um grave problema nas costas que o obrigou a ficar em cadeira de rodas.

Cena do filme "Os sonhadores" (Reprodução/Divulgação)

Seu último filme é de 2012, "Eu e Você", no qual voltou a tratar o tema dos jovens. EFE

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