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"O corredor preza por inovação. E nós também", diz o CEO da Asics no Brasil

O executivo Alexandre Fiorati fala da tecnologia como diferencial e diz que entrada de novas marcas no mercado brasileiro é boa para o consumidor

Asics Gel-Nimbus 25: eleito o mais confortável em teste cego (Asics/Divulgação)

Asics Gel-Nimbus 25: eleito o mais confortável em teste cego (Asics/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 4 de fevereiro de 2023 às 06h30.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2023 às 08h05.

Nesta semana chegou ao mercado o produto da Asics mais aguardado do ano. Trata-se da vigésima quinta versão do tênis clássico de corrida Gel Nimbus, que foi apresentado no Brand Day da marca no Brasil, na arena Allianz Parque, em São Paulo. E de forma apoteótica: em um holograma de mais de três metros de altura.

O tênis passou recentemente por um teste cego conduzido por especialistas do instituto The Biomechanics Lab, no sul da Austrália. Os corredores usaram diversos modelos por oito semanas e elegeram o Nimbus como o mais confortável de todos.

Durante o evento conversamos com Alexandre Fiorati, CEO da Asics no Brasil, sobre tecnologia, investimentos e democratização do esporte. Acompanhe a seguir.

Alexandre Fiorati, CEO da Asics Brasil

Alexandre Fiorati, CEO da Asics Brasil: tecnologia é o diferencial (Asics)

Como a Asics está posicionada no mercado brasileiro?

Não posso falar números de faturamento, mas posso dizer que conquistamos nesses dois anos a liderança na categoria de corrida. Já tínhamos essa liderança, mas a consolidamos. Pesquisas mostram que a preferência por Asics cresceu muito. Nesses últimos dois anos dobramos nossos investimentos na América Latina, ou seja, investimentos de lojas, de eventos, tanto próprios como de parceiros. Isso para nós mostra o potencial do mercado e ganho de relevância da América Latina dentro do mundo Asics.

Quanto o Brasil representa dentro da América Latina?

Aproximadamente 80% da América Latina, mas os outros países mostram um crescimento mais acelerado. A marca está no Brasil há décadas, como companhia desde 2007 e na América Latina desde 2016. A jornada brasileira é a mais longa.

Em termos de categorias, performance é maior do que estilo de vida, certo?

Estamos divididos em quatro categorias: corrida, que é a maior; o que chamamos de core performance sports, esportes como tênis, vôlei, handebol; o terceiro é casual; e o quarto é vestimenta, que é pequeno para nós. Corrida representa 75% das nossas vendas.

Quais são as oportunidades de crescimento da Asics no Brasil?

Temos oportunidades de sair dos grandes centros. A corrida está muito desenvolvida nas grandes capitais. Temos condições de expandir a marca para outras regiões além do Sudeste. Na América Latina, o segundo país em que temos mais fortaleza de marca é a Argentina, com um distribuidor, temos lá também potencial de crescimento substantivo.  No Chile e na Colômbia a marca é menos conhecida, por isso estamos investindo nesses países. Abrimos três lojas no Chile nos últimos dois anos, abrimos em 2022 a primeira loja na Colômbia. Isso também vale para América Central e Caribe.

Em canais de venda, como vocês atuam?

Temos dois grandes blocos, o varejo multimarca, que é extremamente importante em particular no Brasil e na Argentina, e o varejo monomarca, onde estamos crescendo. Temos 14 lojas no Brasil, sendo quatro chamadas full price e 10 outlets. Nosso e-commerce lançado em 2019 cresceu exponencialmente. Investimos na informação, nas fotos dos produtos. Isso faz o consumidor se sentir mais confortável. O Nimbus 25 foi ao mercado nesta semana, em lançamento global. O e-commerce explodiu, porque o consumidor conhece o Nimbus, conhece a Asics.

Qual é o ponto forte da Asics?

A Asics tem um foco em desenvolvimento de tecnologia muito forte. Eu fui ao Japão em dezembro e passei no ISS, nosso centro tecnológico, perto de Kobe. É fantástico. Um lançamento como o do Nimbus, que ganhou uma pesquisa de ponto cego, em que as pessoas não sabiam o que estavam testando, por oito semanas, e ganhamos... Isso para nós é chave, é ver que a inovação reflete efetivamente o que o corredor preza, o que a marca preza.

Para além das grandes marcas, como Nike e Mizuno, outros players menores entraram ou fortaleceram recentemente sua atuação no Brasil, como Under Armour, Saucony, On Running. Essa concorrência incomoda?

Eu não vejo dessa maneira. O que eu vejo é que se há novos entrantes, isso só reforça que a categoria está crescendo. Isso é muito bom, confirma nosso potencial. O segundo ponto é dar acesso ao consumidor. Se todas essas marcas estão entrando, o consumidor vai ter mais opções de escolha. Isso sempre é positivo. Volto para o meu ponto sobre inovação, desenvolvimento tecnológico, conforto, responsividade, tudo o que o Nimbus proporciona. O corredor valoriza isso. Por mais que a concorrência seja maior, é em um mercado que se desenvolve, um mercado em que o consumidor vai poder olhar as características do tênis, vai valorizar cada vez mais a inovação. E aí eu acredito que a Asics está muito bem posicionada e que vai continuar tendo a liderança de mercado que tem dentro do running.

Como a Asics passou pela pandemia?

Do ponto de vista de negócios todas as categorias sofreram um pouco. Nós tivemos em 2020 um ano bom, não foi o esperado, claro que o mercado caiu. Mas foi bom porque demos continuidade aos nossos projetos, fizemos todos os lançamentos previstos. Internamente deixamos todos seguros trabalhando em casa. Em 2020 fizemos a Asics World Ekiden, a maratona virtual. Passamos uma mensagem da importância da prática esportiva dentro de casa. Em 2021 o mercado voltou muito forte, no contexto de que as pessoas perceberam os benefícios do esporte para saúde do corpo e mental. Corrida é muito democrática. Não importa idade, se você é alto ou baixo, gênero. As pessoas adotaram corrida, cada vez mais. Acreditamos nessa jornada para os próximos anos.

O Nimbus 25 custa 1.200 reais. É um preço caro para uma parcela da população. Isso não é uma barreira para a democratização da corrida, como você diz?

Vamos falar fora da Asics primeiramente. A economia brasileira teve um processo inflacionário que teve uma escalada de preços. Nesse momento acho que a situação está bastante controlada e isso é importante para o consumidor. A Asics, especificamente, vem desenvolvendo seu portfólio principalmente nos últimos cinco anos para promover possibilidade de escolha ao consumidor. Temos produtos desde a faixa de 400 reais até produtos de 1.200, 1.500 reais ou até mais quando falamos de produtos de placa de carbono. Estamos falando de uma escada de preços e produtos que atende a todos os consumidores de running. São preços competitivos com a concorrência, níveis semelhantes. O que prezamos é ter o produto certo para o corredor certo na hora certa.

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