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Anya Taylor-Joy abre o jogo após sucesso em "O Gambito da Rainha"

Com um currículo extenso, ainda que seu sucesso tenha sido cravado em 2020, a atriz dá as cartas em papéis distintos de sua carreira

Com estreia de sucesso em 2015, com o filme A Bruxa, a atriz Anya Taylor-Joy prova ao que veio. (Larry Busacca/Getty Images)
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Julia Storch

Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 11h03.

Última atualização em 5 de janeiro de 2021 às 11h25.

Não foi só o xadrez que teve seu impulsionamento com a sérieO Gambito da Rainha . A atriz americana Anya Taylor-Joy fez sucesso junto com sua personagem, a jovem enxadrista Beth Harmon. Com apenas 24 anos, a atriz, filha de pai escocês e mãe zambiana, nasceu em Miami, mas morou até os seis anos em Buenos Aires, quando se mudou para Londres, sem falar uma palavra em inglês. Talvez as diferentes nacionalidades e mudanças pelo mundo tenham moldado seu perfil para atuar em papéis tão distintos no cinema. Anya começou sua carreira como modelo e estourou no cinema em 2015, aos 19 anos.

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Em A Bruxa, a aparentemente ingênua jovem de longos cabelos loiros e olhos castanhos amendoados, passa uma hora e meia do terror da camponesa Thomasin para os espectadores. No longa, a família do colono inglês, William (pai de Thomasin), é expulsa da colônia puritana em que moram. Junto de seus pais e seus quatro irmãos, a família parte para uma fazenda isolada, para recomeçar a vida. Com o desaparecimento do filho mais novo, o bebê Samuel, roubado por uma bruxa, a trama começa a ficar sobrenatural, assim como o futuro de Thomasin.

O filme, que estreou no Festival de Sundance , em 2015, foi aclamado pela crítica na época. Anya, que começava a trilhar sua carreira, recebeu 18 indicações em premiações pelo filme, vencendo 8 destas, e mais 4 indicações como atriz revelação, incluindo o BAFTA em 2017, conquistado por Tom Holland.

Entre o sucesso de 2015 com a personagem do século 17, e a enxadrista nas décadas de 1950 e 1960, Taylor-Joy passou por papéis que valem ser lembrados. Nos anos 2000, foi lançado o primeiro filme da trilogia de Corpo Fechado, estrelado por Bruce Willis e Samuel L. Jackson. Após 17 anos, veio a sequência Fragmentado com James Mcavoy como Kevin Crumb e suas mais de 23 personalidades, e Anya Taylor-Joy, como uma das meninas sequestradas. A atuação de Taylor-Joy garante não só a sobrevivência de sua personagem, como sua participação no terceiro e último filme da trilogia, Vidro (2019).

No catálogo da Netflix, quem procura por Peaky Blinders, encontra a imagem de Anya na capa da série britânica. Com lançamento em 2013, a atriz entrou na trama de gângsters na quinta temporada, como a americana causadora de intrigas, Gina Gray. Devido ao sucesso, a personagem está confirmada para a sexta temporada, com ainda mais destaque.

Porém, 2020 foi o ano em que Anya cravou com unhas, dentes e peças de xadrez, a fama. No início do ano, ela estrelou o filme Emma, baseado no romance de Jane Austen, Taylor-Joy encara o papel da protagonista intrometida e casamenteira.

Baseado no romance de Jane Austen, Anya interpreta a protagonista do longa.Durante as gravações do filme, a atriz pôs à prova suas habilidades de encenação. Em um momento de grande emoção do filme, ela conseguiu com que Emma tivesse uma hemorragia nasal repentina, e sua narina direita começou a sangrar. Ao The Guardian, ela conta que “não sabia que tinha esse talento até aquela cena”, diz. “Assim que meu nariz começou a sangrar, Autumn [de Wilde] e Johnny [Flynn, que interpretou o Sr. Knightley] ficaram tão animados quanto eu. A equipe estava dizendo ‘Corta, corta!’ porque eles estavam preocupados comigo, mas nós três pensamos: ‘Do que você está falando? Continue rodando! Isto é inacreditável! Temos que capturar para o filme’”.

Com bom humor, ela confessa ao The Guardian que se sente como o ator Liam Neeson em Busca Implacável (2009), “pois tenho um conjunto muito particular de habilidades que me tornaria inútil em qualquer outro lugar que não seja no mundo da atuação”, ela ri.

Oito meses após o lançamento de Emma nos cinemas, veio O Gambito da Rainha, na Netflix, como já sabem os mais de 62 milhões de lares que assistiram a série nos primeiros 28 dias de estreia. Em sete episódios baseados no romance de Walter Tevis, Anya incorpora a enxadrista Beth Harmon, mesmo nunca jogado uma partida de xadrez. “Não houve uma preparação real para interpretar Beth”, diz Taylor-Joy ao jornal inglês. “No segundo em que terminei o livro, ela estava lá. Eu só tinha que soltá-la quando chegasse a hora.”

Com consultoria do ex-campeão mundial russo, Garry Kasparov, e do renomado treinador de xadrez Bruce Pandolfini, Anya pode dar veracidade às partidas que interpreta na série, e ganhar validação dos amantes de xadrez que assistiram a série. Aumentando a pesquisa por jogadas de xadrez até 300% na internet , sendo 73% das buscas feitas por mulheres. O crescimento também se estendeu para aplicativos de xadrez online, com 1 bilhão de smartphones com algum tipo de jogo de xadrez baixado, segundo a Federação Internacional de Xadrez (FIDE).

A atriz contou ao The Guardian sobre a importância da homenagem à comunidade do xadrez para sua vida. “Comparei a paixão de Beth pelo xadrez à minha paixão por atuar. É um chamado. Você atende. Então você fica obcecado e passa o resto da sua vida tentando descobrir como ficar melhor nisso”.

Mas ela não só incorporou esta paixão à sua vida. Com looks que lembram os vestidos e ternos icônicos da série Mad Men, também interpretada nos anos 1950 e 1960, Anya, que não é grande fã de compras, confessa que ficou com parte do figurino de Beth Harmon. “Desenhado por Gabriele Binder, os trajes para a série refletem a crescente sofisticação e autoconfiança da personagem principal, muitas vezes incorporando linhas estruturais e padrões em preto e branco, materializando elementos do jogo em seu guarda-roupa”, é o que define o Museu do Brooklyn, que apresenta uma exposição junto com o figurino de outro sucesso na Netflix, The Crown. A mostra pode ser visitada online.

A atriz conta que incorporou as roupas usadas pela jovem órfã gênio do xadrez, em exposição virtual no Museu do Brooklyn. (Netflix/Reprodução)

Após uma série de sucessos, todos se perguntam, qual será o próximo. Em abril deste ano, ela estreia o terror psicológico de Edgar Wright, Last Night In Soho, interpretando Sandy. E ainda em 2021 também estreia o suspense The Northman do mesmo diretor de A Bruxa, Robert Eggers. Ao lado de Nicole Kidman, Alexander Skarsgård e Willem Dafoe, o filme se passa no século 10, na Islândia. Em 2023, a atriz está confirmada para o spin off da personagem Furiosa, do sucesso Mad Max.

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