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Amado pelas chinesas, MINI quer conquistar alguns homens

Quase 80 por cento dos proprietários do MINI na China são mulheres, o nível mais alto entre todas as marcas de carros


	Carros da MINI: montadora quer atrair mais homens chineses
 (Lucy Nicholson/Reuters)

Carros da MINI: montadora quer atrair mais homens chineses (Lucy Nicholson/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2014 às 13h01.

Xangai - Quanto as mulheres chinesas amam o MINI da BMW? Talvez um pouco demais da conta para o MINI.

Quase 80 por cento dos proprietários do MINI na China são mulheres, o nível mais alto entre todas as marcas de carros, estima a J.D. Power Associates.

Agora, a empresa está se esforçando para dar toques mais masculinos aos seus carros. Isso explica a mesa de sinuca no showroom de Xangai e a viagem só de Minis que a empresa organizou pelas estradas do Tibete.

“Não queremos que ele tenda a ser um carro de mocinha”, disse Sean Green, diretor dos negócios do MINI na China, em entrevista de Pequim, na semana passada.

“Além de deixar de fora os homens, isso também deixaria de fora muitas mulheres, porque muitas delas não querem comprar uma marca feminina”.

A estratégia ajuda a evidenciar os diversos modos em que as montadoras tentam construir seu lugar no maior mercado automotivo do mundo, com mais de 100 marcas direcionadas a 1 bilhão de motoristas que, segundo estimativas, existirão no país dentro de uma década.

A China é o quarto maior mercado do MINI, depois dos EUA, do Reino Unido e da Alemanha, e disputa globalmente os compradores de carros urbanos pequenos com as marcas Smart da Daimler AG, 500 da Fiat SpA e New Beetle da Volkswagen AG.

As remessas do MINI, propriedade da Bayerische Motoren Werke AG, aumentaram 18 por cento na China nos cinco primeiros meses do ano, superando o crescimento de 11 por cento no mercado geral de carros de passeio, de acordo com dados da empresa e da associação de automóveis.

Foram vendidas 11.440 unidades do MINI na China durante esse período, superando as vendas do Smart e do Fiat 500.

Símbolo de status

Isso ocorreu apesar do fato de que o MINI custa a partir de 205.000 yuans (US$ 33.000) na China, mais do que um Audi A3.

O MINI surgiu como um símbolo de status entre muitas mulheres chinesas que gostam da aparência dele e acreditam que a conexão com a BMW lhe confere luxuosidade, de acordo com Munling Cheong, diretora de estudos de mercado da Labbrand Enterprise Management Consulting (Shanghai), em Xangai.

Para atrair compradores homens, o MINI está sendo “exageradamente masculino em alguns dos estilos de comunicação”, disse Green, que antes era diretor de vendas e marketing para a marca em 26 mercados europeus.

Ele mencionou a introdução na China da versão de alto desempenho John Cooper Works, em junho de 2013.

A linha foi nomeada em homenagem a um engenheiro que desenvolveu uma versão do MINI para rali na década de 1960, com suspensão rebaixada esportiva e rodas de liga leve de 18 polegadas.

‘Hello Kitty’

“Você não verá um MINI Hello Kitty”, disse Green sobre a estratégia de produto da marca.

Para reforçar a imagem de confiabilidade, foi feito um documentário sobre um comboio de carros MINI cruzando alguns dos terrenos mais árduos e remotos da China através do Tibete até os pés do Monte Everest.

Como parte dos planos de expansão serão abertas de 10 a 15 concessionárias do MINI por ano na China, que se somarão às 97 já existentes, de acordo com Green.

A empresa não está considerando produzir o MINI no país por enquanto, disse ele, embora isso permita evitar alíquotas de importação de aproximadamente 25 por cento.

Na verdade, o MINI não está a ponto de abandonar seu estimado nicho entre as mulheres de alta renda, pois 53 por cento de seus proprietários na China ganham mais de 20.000 yuans por mês, frente à média de 19 por cento do setor, de acordo com Songlin Mei, vice-presidente e diretor administrativo da J.D. Power China.

O MINI foi para um lado enquanto todos os outros foram para o outro no salão do automóvel que ocorreu em Pequim neste ano.

A maioria das fabricantes presentes continuou apostando nas modelos, muitas delas escassamente vestidas, para atrair visitantes para os seus stands. No stand do MINI também havia modelos homens trajando camisetas coloridas e jeans escuro.

“É um dos desafios que surgem: sempre que você tem um carro pequeno, você tende a se dirigir às compradoras”, disse Green.

“Isso não é um problema para o MINI, porque ainda temos muito sucesso. Damos as boas-vindas a homens e mulheres que quiserem comprá-lo”.

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