5 dicas para evitar chatos, tagarelas e afins na corrida
Como lidar com tagarelas, multidões, cheiros ruins e outros percalços do universo da corrida
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2011 às 16h41.
Não é um privilégio das pistas: há gente chata, mal-educada e até meio fedidinha em qualquer ambiente. Resta a você fazer o possível para que essas pessoas não interfiram no seu treino. Como atleta, seu foco deve ser distância, velocidade, respiração (a sua) e não o cara da esteira ao lado, berrando ao telefone ou exalando maus odores. Então veja a seguir como se livrar de situações que costumam ser irritantes e recuperar sua tranquilidade.
Problema - Tagarelas
Corredores se dividem entre gatos e cachorros, segundo Adam Krajchir, técnico principal da equipe juvenil do grupo New York Road Runners (o maior de Nova York). Os "corredores gatos" só querem ser deixados em paz, sozinhos, para conseguirem treinar. Já os atletas do tipo cachorro são mais sociáveis. Você pode ser gato ou cachorro em qualquer dia, mas nunca é legal ser um gato e ficar preso no mundo dos cachorros (especialmente se você está na esteira). O paulistano Márcio Paulielo perde a paciência com os tagarelas nas provas. "O que me irrita são aqueles engraçadinhos que vão só para fazer bagunça e barulho. Somos amadores, mas, em uma prova, sempre tentamos nos concentrar, encontrar o ritmo. Isso me atrapalha bastante. Levo a sério e podem rir, mas eu me sinto um corredor de elite, pois só quem termina uma prova correndo e inteiro sabe o que é felicidade total!", diz.
Solução - Tome uma atitude
Se você estiver na academia, os fones de ouvido são sua primeira linha de defesa, mesmo que você não esteja ouvindo música. “Nas ruas, tente se concentrar em sua postura ou no objetivo do treino”, diz o técnico de corrida de resistência Brendan Cournane. Você também pode usar essa ocasião a seu favor, fazendo um treino intervalado, que deve afastar os falastrões. Outra opção, se você estiver na esteira, é simplesmente pedir para não ser incomodado.
Problema - Chatos
Os corredores deparam com frases infames, como "Corra, Forrest, corra!" (sim, mesmo 17 anos depois de o jovem Forrest Gump ter corrido pelas telas do cinema) ou até provocações e gestos no mínimo indelicados de motoristas que se recusam a ceder 1 milímetro de espaço. Às vezes, as atletas são assediadas descaradamente. Tom Raymond, corredor de Nova York (EUA), afirma "ouvir alguns comentários sobre meus shorts" toda vez que os usa em seus longões. "Há uma relação entre o comprimento dos meus shorts de corrida e as chances de eu ser incomodado", afirma Tom. Ele lembra que certa vez foi molhado por um jato de água disparado por uma arma de brinquedo, vindo de uma van que estava passando por ele. Embora Tom sempre se assuste com as buzinadas e gritos que recebe, ele geralmente ignora os comentários grosseiros, mas admite: “Gritei algumas palavras escolhidas a dedo para o cara da van”. O vestuário também afeta o nível dos treinos de Juliana Prato, de Porto Alegre. "No verão escuto mais, pois uso menos roupa que no inverno. Os tarados se lavam no vocabulário. Por isso nunca esqueço meus fones de ouvido!", afirma.
Solução - Dê a volta por cima
Em vez de aceitar a provocação e gritar de volta, use a grosseria alheia a seu favor. "Use as coisas negativas para dar a volta por cima", afirma Adam Krajchir. Pense que você está fazendo uma coisa que eles não querem ou não conseguem fazer. E talvez seja isso que esteja deixando esses motoristas ou transeuntes irritados.
Problema - Blocos de corredores
A convivência com o trânsito (de carros) faz parte da rotina de quem mora em uma grande cidade. Mas ter que aguentar isso em uma prova de corrida não está nos planos de quem treina pesado. Especialmente em provas com percurso em ruas estreitas, ter o caminho bloqueado por grupos de corredores (ou caminhantes) que, juntos, formam fileiras de três ou mais atletas acaba com a energia (e o planejamento) de qualquer um. "Os paredões feitos pelos amigos que vão conversando como se estivessem passeando no shopping atrapalham quem quer passar", afirma a carioca Débora Seefelder. "O que me incomoda são aqueles corredores que correm em bloco e ainda em ritmo devagar", diz Viviane Côrrea, de Osasco (SP).
Solução - Verbalize
"A maioria dos corredores tem consideração pelos atletas que estão vindo de trás e que, ao se aproximarem, dizem 'estou passando!'", explica o técnico Brendan Cournane. Contudo, se eles não derem atenção a isso, mude a tática. "Eu me aproximo do grupo, vindo de trás dele, e, quando estou bem perto, pergunto: 'Tudo bem aí na corrida?' Geralmente, o grupo se volta em minha direção para ver quem está falando e, com isso, abre-se uma brecha pela qual eu consigo escapar", diz ele. Adam Krajchir também sugere que todo corredor pesquise antes de se inscrever em uma prova. "Se sua meta é o recorde pessoal, escolha competições em que você sabe que terá espaço para correr", diz. Porém, se você optar por uma corrida com 10 000 atletas, corra para se divertir, senão ficará frustrado.
Problema - Odores corporais
É claro que as pessoas transpiram quando correm, acontece com todo mundo. Mas alguns corredores emitem cheiros piores que outros, principalmente se tiverem se entupido de alimentos cheios de alho, se estiverem tentando parar de fumar — já que o odor do tabaco leva muitas semanas para sair do corpo — ou usando uma roupa de treino que não tenha sido lavada. "Cheiro de pizza de calabresa logo cedo é triste!", afirma Renato de Toledo Machado, de Guarulhos (SP).
Solução - Tenha tato ou uma tática
Caso a pessoa frequente a academia no mesmo horário que você ou faça parte do seu grupo de corrida, você tem duas alternativas. A primeira seria fazer algum comentário sutil sobre um “cheio ruim” que paira no ar. Se tato não for o seu forte, a melhor coisa a fazer é se afastar ou até alterar seus horários. Nem cogita mudar seus hábitos? Krajchir sugere uma medida paliativa: vencer o fedor aplicando um pouco de gel para massagem de menta embaixo do nariz, antes de correr. Protetor labial com essência também vale.
Problema - Fraqueza interior
A moradora de New Jersey (EUA) Amber Forbes batalha com seus monólogos interiores quando corre, constantemente. "Eu tento não pensar no fato de que estou me arrastando ou que minha canela está doendo", diz Amber. "Às vezes, eu percebo que estou tentando me convencer a continuar correndo."
Solução – Encontre seu mantra
"Perceba que é você quem controla seus pensamentos e não o contrário", diz Laura Hayden, presidente do clube de corrida Greater Boston Track Club, nos Estados Unidos. Experimente criar um "botão de bloqueio do pensamento", ou seja, uma frase que você vai repetir quando seu cérebro começar a querer se intrometer na sua corrida (para Laura, essa frase é "dá um tempo"). Depois dessa frase, passe imediatamente para um mantra, como "assuma o controle". "O mantra tem que ser verdadeiro, positivo, visionário e precisa ter um verbo", diz Laura. E é preciso ser perseverante. Os treinos mentais podem ser tão importantes quanto os físicos para atingirmos nossos objetivos na corrida.
Não é um privilégio das pistas: há gente chata, mal-educada e até meio fedidinha em qualquer ambiente. Resta a você fazer o possível para que essas pessoas não interfiram no seu treino. Como atleta, seu foco deve ser distância, velocidade, respiração (a sua) e não o cara da esteira ao lado, berrando ao telefone ou exalando maus odores. Então veja a seguir como se livrar de situações que costumam ser irritantes e recuperar sua tranquilidade.
Problema - Tagarelas
Corredores se dividem entre gatos e cachorros, segundo Adam Krajchir, técnico principal da equipe juvenil do grupo New York Road Runners (o maior de Nova York). Os "corredores gatos" só querem ser deixados em paz, sozinhos, para conseguirem treinar. Já os atletas do tipo cachorro são mais sociáveis. Você pode ser gato ou cachorro em qualquer dia, mas nunca é legal ser um gato e ficar preso no mundo dos cachorros (especialmente se você está na esteira). O paulistano Márcio Paulielo perde a paciência com os tagarelas nas provas. "O que me irrita são aqueles engraçadinhos que vão só para fazer bagunça e barulho. Somos amadores, mas, em uma prova, sempre tentamos nos concentrar, encontrar o ritmo. Isso me atrapalha bastante. Levo a sério e podem rir, mas eu me sinto um corredor de elite, pois só quem termina uma prova correndo e inteiro sabe o que é felicidade total!", diz.
Solução - Tome uma atitude
Se você estiver na academia, os fones de ouvido são sua primeira linha de defesa, mesmo que você não esteja ouvindo música. “Nas ruas, tente se concentrar em sua postura ou no objetivo do treino”, diz o técnico de corrida de resistência Brendan Cournane. Você também pode usar essa ocasião a seu favor, fazendo um treino intervalado, que deve afastar os falastrões. Outra opção, se você estiver na esteira, é simplesmente pedir para não ser incomodado.
Problema - Chatos
Os corredores deparam com frases infames, como "Corra, Forrest, corra!" (sim, mesmo 17 anos depois de o jovem Forrest Gump ter corrido pelas telas do cinema) ou até provocações e gestos no mínimo indelicados de motoristas que se recusam a ceder 1 milímetro de espaço. Às vezes, as atletas são assediadas descaradamente. Tom Raymond, corredor de Nova York (EUA), afirma "ouvir alguns comentários sobre meus shorts" toda vez que os usa em seus longões. "Há uma relação entre o comprimento dos meus shorts de corrida e as chances de eu ser incomodado", afirma Tom. Ele lembra que certa vez foi molhado por um jato de água disparado por uma arma de brinquedo, vindo de uma van que estava passando por ele. Embora Tom sempre se assuste com as buzinadas e gritos que recebe, ele geralmente ignora os comentários grosseiros, mas admite: “Gritei algumas palavras escolhidas a dedo para o cara da van”. O vestuário também afeta o nível dos treinos de Juliana Prato, de Porto Alegre. "No verão escuto mais, pois uso menos roupa que no inverno. Os tarados se lavam no vocabulário. Por isso nunca esqueço meus fones de ouvido!", afirma.
Solução - Dê a volta por cima
Em vez de aceitar a provocação e gritar de volta, use a grosseria alheia a seu favor. "Use as coisas negativas para dar a volta por cima", afirma Adam Krajchir. Pense que você está fazendo uma coisa que eles não querem ou não conseguem fazer. E talvez seja isso que esteja deixando esses motoristas ou transeuntes irritados.
Problema - Blocos de corredores
A convivência com o trânsito (de carros) faz parte da rotina de quem mora em uma grande cidade. Mas ter que aguentar isso em uma prova de corrida não está nos planos de quem treina pesado. Especialmente em provas com percurso em ruas estreitas, ter o caminho bloqueado por grupos de corredores (ou caminhantes) que, juntos, formam fileiras de três ou mais atletas acaba com a energia (e o planejamento) de qualquer um. "Os paredões feitos pelos amigos que vão conversando como se estivessem passeando no shopping atrapalham quem quer passar", afirma a carioca Débora Seefelder. "O que me incomoda são aqueles corredores que correm em bloco e ainda em ritmo devagar", diz Viviane Côrrea, de Osasco (SP).
Solução - Verbalize
"A maioria dos corredores tem consideração pelos atletas que estão vindo de trás e que, ao se aproximarem, dizem 'estou passando!'", explica o técnico Brendan Cournane. Contudo, se eles não derem atenção a isso, mude a tática. "Eu me aproximo do grupo, vindo de trás dele, e, quando estou bem perto, pergunto: 'Tudo bem aí na corrida?' Geralmente, o grupo se volta em minha direção para ver quem está falando e, com isso, abre-se uma brecha pela qual eu consigo escapar", diz ele. Adam Krajchir também sugere que todo corredor pesquise antes de se inscrever em uma prova. "Se sua meta é o recorde pessoal, escolha competições em que você sabe que terá espaço para correr", diz. Porém, se você optar por uma corrida com 10 000 atletas, corra para se divertir, senão ficará frustrado.
Problema - Odores corporais
É claro que as pessoas transpiram quando correm, acontece com todo mundo. Mas alguns corredores emitem cheiros piores que outros, principalmente se tiverem se entupido de alimentos cheios de alho, se estiverem tentando parar de fumar — já que o odor do tabaco leva muitas semanas para sair do corpo — ou usando uma roupa de treino que não tenha sido lavada. "Cheiro de pizza de calabresa logo cedo é triste!", afirma Renato de Toledo Machado, de Guarulhos (SP).
Solução - Tenha tato ou uma tática
Caso a pessoa frequente a academia no mesmo horário que você ou faça parte do seu grupo de corrida, você tem duas alternativas. A primeira seria fazer algum comentário sutil sobre um “cheio ruim” que paira no ar. Se tato não for o seu forte, a melhor coisa a fazer é se afastar ou até alterar seus horários. Nem cogita mudar seus hábitos? Krajchir sugere uma medida paliativa: vencer o fedor aplicando um pouco de gel para massagem de menta embaixo do nariz, antes de correr. Protetor labial com essência também vale.
Problema - Fraqueza interior
A moradora de New Jersey (EUA) Amber Forbes batalha com seus monólogos interiores quando corre, constantemente. "Eu tento não pensar no fato de que estou me arrastando ou que minha canela está doendo", diz Amber. "Às vezes, eu percebo que estou tentando me convencer a continuar correndo."
Solução – Encontre seu mantra
"Perceba que é você quem controla seus pensamentos e não o contrário", diz Laura Hayden, presidente do clube de corrida Greater Boston Track Club, nos Estados Unidos. Experimente criar um "botão de bloqueio do pensamento", ou seja, uma frase que você vai repetir quando seu cérebro começar a querer se intrometer na sua corrida (para Laura, essa frase é "dá um tempo"). Depois dessa frase, passe imediatamente para um mantra, como "assuma o controle". "O mantra tem que ser verdadeiro, positivo, visionário e precisa ter um verbo", diz Laura. E é preciso ser perseverante. Os treinos mentais podem ser tão importantes quanto os físicos para atingirmos nossos objetivos na corrida.