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30ª CasaCor Rio traz ambientes múltiplos com destaque para a natureza

Com 38 ambientes criados por 58 arquitetos, a 30ª mostra da CasaCor no Rio de Janeiro se inicia hoje e vai até 25 de abril (com visitas presenciais e online)

Anna Luiza Rothier – Varanda do Casal. Múltiplas funções marcam este ambiente: local para refeições, relaxar, receber convidados e apreciar a natureza. (André Nazareth/CasaCor/Reprodução)

Anna Luiza Rothier – Varanda do Casal. Múltiplas funções marcam este ambiente: local para refeições, relaxar, receber convidados e apreciar a natureza. (André Nazareth/CasaCor/Reprodução)

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Julia Storch

Publicado em 2 de março de 2021 às 16h44.

É inconcebível pensar no Rio de Janeiro sem pensar em tropicalidade. Sol, calor e muita natureza. Justamente características muito bem representadas pela trigésima mostra CasaCor da cidade maravilhosa, que estreia nesta terça-feira, em 2 de março, tanto na versão presencial quanto na digital. Com 38 ambientes criados por 58 arquitetos, a histórica residência Brando Barbosa, de 2.500 m², é preenchida com cores, texturas e originalidade.

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A propriedade data do século 19, construída em 1860 pela família Faro, de importantes cafeicultores. Anos mais tarde, virou residência do médico Oswaldo Cruz e finalmente, nos anos 60, Jorge Brando Barbosa, arquiteto por formação, e a sua mulher Odaléa compraram o imóvel e o reformaram - com direito a ampliação e construção de arcos e portais, além de diversos quadros e móveis garimpados em antiquários. Por suas numerosas obras de artes, em 2015, foi doado ao Museu de Arte Sacra de São Paulo e, depois da edição da CasaCor Rio, vira Instituto Brando Barbosa (IBB), um local de arte, cultura e educação.

Por causa da importância histórica da propriedade, os profissionais tiveram a missão de fazer interferências modernas sem prejudicar a arquitetura do local. "Por ser tombada pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), houve um trabalho em conjunto para que determinados aspectos fossem preservados. Mas em vez de cobrir, pedimos que os arquitetos deixassem à vista tudo que fosse importante, sem ofuscar o original da casa", conta Patrícia Mayer, sócia-diretora da mostra ao lado de Patrícia Quentel. "Para nós, esse também é um olhar de sustentabilidade. Para as pessoas aproveitarem o que a casa traz consigo e não mudar tudo", diz.

Assim, épocas e estilos diferentes se misturam pela casa. Desde lustres luxuosos em ambientes cheios de cor, pisos de mármore cobertos em parte por tapetes até paredes de azulejos portugueses que dividem espaços com móveis de design atual. "O Rio é uma cidade onde na praia todo mundo se encontra e se mistura. Então o jeito de morar carioca não é nem totalmente sofisticado ou despojado. Tem algo mais clássico, mas tem, também, a descontração", explica Patrícia.

Diego Raposo e Manu Simas – Jardim Secreto. (André Nazareth/CasaCor/Reprodução)

Tendências

"Desde 1991, quando fizemos o primeiro CasaCor Rio, o evento antecipou as tendências do morar e, nesta edição especial, não será diferente", promete Patrícia. Algo interessante da franquia carioca é que a cada ano se passa em um lugar diferente da cidade, o que, além de trazer à tona pontos turísticos da cidade dos mais diversos bairros, exibe diferentes propostas para o morar bem. "Isso traz uma oportunidade de a gente oferecer a cada ano soluções de espaços completamente diferentes."

Em tempos de pandemia, os cada vez mais valorizados espaços externos ganharam destaque na mostra. Não só pelo local estar cercado pela Mata Atlântica, afinal é vizinha do Jardim Botânico mas pela importância do contato com a natureza durante o isolamento social. A Varanda do Casal, projetada pela paisagista Anna Luiza Rothier, é um bom exemplo. O espaço conta com três propostas: gourmet, home office ou spa. "Esse living virou uma extensão da sala íntima do casal, perfeito para aproveitar as noites quentes do Rio do lado de fora", resume Anna. Todo o entorno do guarda-corpo foi cercado com jardineiras projetadas pela paisagista, repletas de espécies de plantas tropicais, com destaque para as palmeiras.

Jean de Just – Jardim de Inverno. Pensado para reuniões familiares, mas também para as necessidades do dia a dia, o espaço une estar, jantar e escritório. (André Nazareth/CasaCor/Reprodução)

As múltiplas funções dos espaços foi algo também valorizado nos 23 ambientes internos - fazendo referência à pandemia que fez a sala virar home office e o quarto, sala de ginástica. O ambiente de Tatiana Lopes e Tatiana Mendes é uma sala de estar que facilmente se adapta para acomodar um hóspede, com lugar para um pequeno escritório e um cantinho fitness. Já no loft Up Home, assinado pela UP3 Arquitetura, um único ambiente, sem paredes, passa a ser denominado pelos seus usos: receber e relaxar, amar e descansar, compartilhar e guardar memórias, purificar e renovar, instruir e aprender.

O projeto propõe a máxima integração dos ambientes e a valorização de elementos naturais. "No projeto, a maioria dos materiais é de origem natural. Usamos pedras de exportação quartzito e mármore Matira na varanda. Já o teto é revestido de madeira natural, com verniz à base d’água", explica Michelle Wilkinson, que assina o projeto ao lado de Cadé Marino e Thiago Morsch.

Trazendo os dois conceitos: aproximação da natureza e espaços efêmeros, o arquiteto Diego Raposo, em parceria com Manuela Simas, criou uma cúpula com refúgios individuais no espaço Jardim Secreto. "A gente se inspirou num projeto da Noruega (Hotel Kakslauttanen) no qual os quartos são bolhas de vidro feitas para assistir à aurora boreal", explica Diego. Idealizadas para ser um "camping glamouroso", as camas são feitas de saco de dormir e sua construção é sustentável, sem causar nenhuma intervenção em seu entorno.

A proposta também foi utilizada pelo mundo para a proteção contra o coronavírus. Em Oklahoma, nos EUA, a banda Flaming Lips teve sua plateia em torno da proteção durante um show. Já em Toronto, no Canadá, o estúdio Lmnts Outdoor garantiu as cápsulas para a prática de ioga. "Ao mesmo tempo que protege, conecta", resume Diego.

Para visitar os ambientes externos da mostra não há necessidade de agendamento prévio, diferentemente dos internos que, seguindo os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS), devem ter visitas presenciais limitadas. A mostra fica disponível em sua versão presencial até 25 de abril. Já no online, os visitantes podem ver vídeos de apresentações e tours 3D dos ambientes até um ano depois do início da mostra.

SERVIÇO:
De 2 de março a 25 de abril de 2021
Rua Lopes Quintas, 497. Jardim Botânico, RJ
Horário: de terça a sábado, das 12h às 22h; domingos e feriados, das 10h às 20h
Ingressos e agendamento de visitas

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