Quer trabalhar no Canadá? Cuidado com estes mitos sobre a imigração
Especialista em imigração para o Canadá revela três mitos que prejudicam o sucesso de brasileiros no país
Luísa Granato
Publicado em 4 de novembro de 2021 às 08h00.
Última atualização em 4 de novembro de 2021 às 16h32.
Com o Canadá abrindo suas fronteiras e procurando por milhares de trabalhadores para preencher vagas, o país parece um destino dos sonhos para alcançar o sucesso profissional. No entanto, mudar de país e de vida não é fácil -- e tomar essa decisão exige cautela.
EXAME lança e-book gratuito com 30 formas práticas de ter renda extra: baixe agora mesmo.
Esse é o maior aviso que Ed Santos, sócio da Canadá Intercâmbios, dá para quem busca sua ajuda para imigrar. O caminho até o Canadá deve ter muito planejamento profissional e também financeiro. E a cautela deve continuar depois de começar a nova vida no país.
“É um sonho possível, você pode ficar rico fazendo o que gosta no Canadá. Mas não vai ser fácil. Você ainda precisa se preocupar com o financeiro, juntar dinheiro antes da mudança e não cair em armadilhas de consumo quando chegar lá, pois ainda vai demorar para ter estabilidade”, diz o especialista em imigração.
Como o Canadá procura por trabalhadores qualificados, quem não consegue uma vaga pode precisar investir em cursos de pelo menos dois anos no país.
“De forma geral, o processo imigratório pode custar de 4 a 5 mil dólares. Com um consultor, o valor pode chegar a 12 mil. Um curso de dois anos pode acrescentar um gasto de 25 mil dólares”, diz.
Mesmo com a possibilidade de ganhar em dólar, a decisão de imigrar ainda pede por um bom conhecimento sobre planejamento financeiro.
Segundo executivo, é preciso calcular os prós e contras de morar e trabalhar no Canadá para não se frustrar e conseguir alcançar o sucesso.
Para ajudar nos planos, a consultoria organizou mais uma edição do ExpoCanada, que acontecerá presencialmente entre 20 de novembro e 2 de dezembro em diversas cidades brasileiras.
A entrada na feira é gratuita, mas as palestras serão pagas. O evento contará com a presença de entidades educacionais canadenses e empresários que darão dicas sobre o mercado de trabalho no país.
Antes da feira, o sócio da Canadá Intercâmbios conta três mitos comuns entre os brasileiros que sonham em morar e trabalhar no Canadá - e que só atrapalham os planos. Confira as dicas e a programação da ExpoCanada:
“Dá para se virar com pouco conhecimento da língua”
É um mito que é possível se virar no Canadá sem saber muito inglês ou francês. “Mesmo que desse, como você vai se dar bem profissionalmente se não fala a língua?”, comenta o executivo. Ter conhecimento da língua é, inclusive, um dos requisitos no processo imigratório.
É muito importante ter um bom conhecimento da língua e saber qual a língua oficial da província que está interessado em morar. No Canadá, existem 10 províncias e três territórios. Apenas Quebec e Novo Brunswick têm o francês como língua oficial.
“Você precisa saber diferenciar os locais. Se estudar francês e chegar em Toronto, terá problemas: ninguém fala francês”.
Assim, aprender inglês ou francês deve ser o primeiro item da lista de tarefas de quem deseja uma carreira internacional. E se a pessoa espera levar o parceiro e os filhos, todos devem começar a aprender para se adaptar ao novo estilo de vida.
“Quero ir para o Canadá para ter melhor qualidade de vida”
O sócio da consultoria pede por cautela na hora de tomar a decisão apenas pela “qualidade de vida”: os salários no país oferecem uma melhor capacidade de consumo, mas existem fatores como o clima e custo de vida que também devem entrar na conta.
“Não funciona vir para cá para ‘dar um jeitinho’. Você precisa de um plano de longo prazo para maximizar sua renda, trabalhar com o que gosta e ser feliz. A realidade aqui é diferente do Brasil, 7 meses no ano é muito frio e a aposentadoria no país é de 1.400 dólares”, explica ele.
Todos os países possuem vantagens e desvantagens, o mesmo funciona para o Canadá. Apesar de ser uma país relativamente fácil para o brasileiro se adaptar culturalmente e se sentir acolhido, o clima e a distância de amigos e familiares devem entrar nas contas antes de tomar qualquer decisão.
“Trabalhar no Canadá é igual ao Brasil”
Cuidado: com a mudança de país, é bom se preparar para começar tudo de novo – e isso incluí sua carreira. A cultura dentro das empresas é diferente e as suas experiências de carreira não são conhecidas no Canadá.
“O canadense é extremamente rigoroso em tudo que faz. Eles se atentam muito a todos os detalhes e atrasos não são tolerados. E como você não tem referência de empresas canadenses, eles não vão saber avaliar a experiência no seu currículo, então falar que trabalhou na Coca-Cola no Brasil ou na Petrobras não diz muito”, fala Santos.
É possível evoluir na carreira, mas antes é preciso dar um passo para trás. Erika Bially se mudou com a família para o Quebec em 2006 e hoje é vice-presidente da CGI, uma das maiores consultorias de tecnologia e negócios do mundo. Quando imigrou, ela precisou sair de um cargo de gestão no Brasil para voltar a um cargo operacional.
O sócio da Canadá Intercâmbio avisa que a maioria dos profissionais precisam regulamentar seus diplomas de ensino superior no país.
“Para ser aceito, você vai ter que fazer uma avaliação do diploma acadêmico e uma prova de conhecimentos. Você pode ser formado, mas não pode atuar na sua profissão até ter seu diploma reconhecido. Alguns profissionais ainda precisam cumprir exigências como estágio de 30 horas”, explica.
Como o Canadá procura por trabalhadores qualificados, quem não consegue trabalho pode precisar investir em cursos de pelo menos dois anos no país.
“De forma geral, o processo imigratório pode custar de 4 a 5 mil dólares. Com um consultor, o valor pode chegar a 12 mil. Um curso de dois anos pode acrescentar um gasto de 25 mil dólares”, diz.
Mesmo com a possibilidade de ganhar em dólar, a decisão de imigrar ainda pede por um bom conhecimento sobre planejamento financeiro.
ExpoCanada
Confira as cidades e datas da feira e faça a inscrição pelo site:
- Vitória: dia 20 de novembro (sábado) – das 13h às 19h
Local: Hotel Golden Tulip – Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 635 – Enseada do Suá – Vitória / ES - Recife: dia 23 de novembro (quinta-feira) – das 19h às 22h
Local: Bugan Hotel – avenida Eng. Domingos Ferreira, 4661 – Boa Viagem – Recife – PE - Curitiba: dia 25 de novembro – das 19h às 21h
Local: Bourbon Curitiba Convention Hotel – rua Cândido Lopes, 102 – Centro de Curitiba - São Paulo: dia 27 de novembro (sábado) das 13h às 18h
Local: Club Transatlântico – Avenida Cecília Lottenberg, 130 – Chácara Santo Antônio (zonal sul) - ABC Paulista: dia 30 de novembro (terça-feira) – das 19h às 22h
Local: Fundação Santo André – avenida Príncipe de Gales, 821 – Santo André - Belo Horizonte: 02 de dezembro (quinta-feira) – das 19h às 22h
Local: Hotel Radisson Blue Belo Horizonte, Savassi – rua Lavras, 150 – São Pedro