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Lições da Itália

Alguns dias no Velho Mundo me fizeram relembrar que nas interações humanas se deve pautar o comportamento por ações gentis, íntegras e respeitosas

Sicília: cerca de 30 pessoas foram presas nos arredores de Trapani, no oeste da ilha italiana, em uma grande operação que foi considerada um "duro golpe" para a liderança da máfia (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 12h16.

São Paulo - Para os que, assim como eu, amam história, conhecer a Itália é algo a ser feito. Durante minha visita ao país, em julho, pude observar algumas coisas que, além de diferentes, são divertidas — e educativas. Aproveito minha coluna para compartilhar as lições que tirei da viagem.

Relação com o cliente — percebi que italianos têm uma relação com seus clientes que é absolutamente diferente da nossa. Se você for mal atendido por lá, nem pense em gritar e espernear. Os italianos não se constrangem com seus gritos. Falar alguns decibéis acima do volume normal é o usual por lá.

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Os prestadores de serviço orgulham-se muito do que fazem e, por ali, o cliente tem razão somente quando, de fato, está certo. Não tem essa de “você sabe com quem está falando?”. A lição a ser tirada daí é: nas relações com qualquer pessoa, paute seu comportamento por ações éticas, gentis, respeitosas. Você há de se dar bem em qualquer quadrante do planeta.

Viva a cultura — me emocionei ao cruzar com excursões de crianças e adolescentes por muitos dos museus onde estive. Galeria Uffizi, em Florença, Museu do Vaticano, em Roma, Palácio do Doge, em Veneza. Fiquei admirada com uma mãe passeando pelas ruínas do Fórum Romano cercada pelos quatro filhos, com idade entre 2 e 7 anos, contando a história daquele lugar como se estivesse lendo um livro de histórias infantis. Talvez isso explique por que as pessoas ali têm todas uma relação com beleza, estética, arte e criação.

Interesse-se — sugiro que faça o mesmo que os italianos fazem constantemente. Interesse-se por arte . Isso fará de você uma pessoa com uma conversa agradabilíssima. De tanto contato com o que é belo, acabamos sempre tendo nosso senso estético apurado e nossa capacidade de criar e de repensar o comum, de um jeito diferente, ampliada.

Enfim, volto a dizer: na Itália, acabei reforçando a convicção de que o que de mais importante trazemos de uma visita a um país como esse é o que vem dentro de nós. Orgulho-me de duas coisas — comprar cada vez menos a cada viagem e ter ouvido da funcionária da companhia aérea que me trouxe de volta a seguinte despedida: “Ritornare presto. È sempre un piacere incontrare qualcuno come lei”. Traduzindo para o bom e velho português: “Volte logo. É sempre um prazer atender alguém como você”.

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