Essa preocupação abrange diversos aspectos da vida, com destaque para o impacto na família, que é uma preocupação para 58% dos entrevistados, seguida pela saúde física e questões financeiras, ambas citadas por 50% dos trabalhadores (Me 3645 Studio/Getty Images)
Repórter
Publicado em 8 de julho de 2024 às 09h02.
Você sabia que questões climáticas é um dos receios dos trabalhadores no Brasil? Segundo uma pesquisa realizada pela Cajuína, frente de inteligência da Caju (empresa de tecnologia que oferece soluções de benefícios e gestão para RHs), com apoio da plataforma Opinion Box, 90% dos trabalhadores têm medo de ser afetados por questões climáticas.
Essa preocupação abrange diversos aspectos da vida, com destaque para o impacto na família, que é uma preocupação para 58% dos entrevistados, seguida pela saúde física e questões financeiras, ambas citadas por 50% dos trabalhadores.
No entanto, apenas 42% acreditam que suas empresas estão suficientemente preocupadas com o assunto, fator que indica uma desconexão entre a percepção dos funcionários e a resposta corporativa às mudanças climáticas. Além disso, 77% dos trabalhadores brasileiros consideram as questões climáticas um tema relevante.
A pesquisa contou com a participação de 1.039 trabalhadores – homens e mulheres de todas as classes sociais e regiões do Brasil, todos empregados sob o regime CLT em empresas privadas que possuem mais de 100 funcionários.
“Identificamos que grande parte dos trabalhadores brasileiros percebe os impactos das mudanças climáticas no cotidiano. Ainda assim, são minoria as organizações que estão enfrentando esse desafio de maneira eficaz”, afirma Luiza Terpins, líder da Cajuína. “É crucial que o setor corporativo reconheça a gravidade deste problema e implemente ações para assegurar a segurança e o bem-estar de seus funcionários”, diz.
Outros importantes insights da pesquisa destacam as experiências dos trabalhadores com desastres climáticos. Veja:
"Esses insights ressaltam a necessidade de as empresas desenvolverem políticas mais robustas e comunicativas em relação às mudanças climáticas, melhorando não apenas a resiliência operacional, mas também o suporte emocional e prático aos seus funcionários em tempos de crise climática”, afirma Terpins.
Na prática, a executiva informa que entre as principais ações para combater essa insegurança dos funcionários com as mudanças climáticas estão:
1) pesquisas internas, rodadas geralmente pelos RHs;
2) comunicações, sejam internas ou externas, que reforçam o posicionamento da empresa frente ao tema; e
3) atuações caso a caso - oferecendo apoios psicológicos e financeiros para colaboradores que necessitam.
Após situações de calamidade pública, como as que ocorreram no Rio Grande do Sul este ano, Terpins afirma que tem visto uma preocupação maior das empresas em estruturar políticas e ações internas para tratar o tema.
"Infelizmente, episódios como este do Rio Grande do Sul podem acontecer a qualquer momento e em qualquer região do país, por isso ter um direcionamento claro é muito importante, principalmente para mudar a percepção dos 49% que responderam não sentir segurança no suporte das empresas em eventuais desastres climáticos".