Carreira

Dia das Crianças: Qual carreira esses empreendedores brasileiros queriam ter na infância?

Executivos de diferentes ramos compartilham os seus sonhos de crianças. Veja se os interesses da infância se perderam no caminho ou se contribuíram para quem eles são hoje

Saville Alves, sócia da SOLOS: É preciso trazer novas referências para as próximas gerações, e mostrar desde cedo que existem muitas carreiras e áreas de atuação possíveis (Pinacoteca/Divulgação)

Saville Alves, sócia da SOLOS: É preciso trazer novas referências para as próximas gerações, e mostrar desde cedo que existem muitas carreiras e áreas de atuação possíveis (Pinacoteca/Divulgação)

Publicado em 12 de outubro de 2023 às 13h31.

Última atualização em 12 de outubro de 2023 às 13h45.

Cada adulto provavelmente já teve uma brincadeira favorita, a matéria predileta e até uma profissão dos sonhos. Pensando nisso, neste Dia das Crianças, 12 de outubro, ouvimos alguns empreendedores de diferentes atuações no mercado para saber o que eles queriam ser e o que se tornaram.

Será que os interesses da infância se perderam no caminho ou contribuíram para quem eles são hoje? Vejas os relatos abaixo:

Mauro Levi D’Ancona, CEO da 180 Seguros

Mauro Levi D’Ancona, CEO da seguradora 180 Seguros, não sonhava em ser o que é hoje. Quando criança, seu maior desejo era cuidar das pessoas, seguir os passos do pai e ser médico, mas o destino, ou as voltas que a vida dá, o trouxeram para outro momento de vida.

Apesar das mudanças de rumo, ao olhar para trás ele consegue ver três coisas que aprendeu com o pai e que impactam a sua jornada como CEO: empatia, saber decidir na hora da pressão e comprometimento.

"Trato os meus clientes com a empatia que meu pai sempre tratou os pacientes, tento sempre pensar naquela sua calma em momentos críticos quando enfrento momentos desafiadores. Além disso, o comprometimento dele com a saúde dos pacientes me inspirou a oferecer produtos de seguro de qualidade que protejam o bem-estar financeiro das pessoas," diz Ancona.

Saville Alves, sócia e líder de negócios da SOLOS

“O universo infantil vem sempre regado pelas projeções da família e das representações dos ambientes e conteúdo que lhes são apresentados”, diz Saville Alves, sócia e líder de negócios da SOLOS, startup de impacto socioambiental.

Quando criança, a executiva sonhava em ser médica veterinária ou bióloga, por amar animais.

”Hoje sou empreendedora, atuando com impacto socioambiental. Essa não era uma opção de sonho quando criança. Eu só descobri essa possibilidade quando adulta.”

A executiva reforça que é preciso trazer novas referências para as próximas gerações, e mostrar desde cedo que existem muitas carreiras e áreas de atuação possíveis. “Precisamos de mais diversidade nas carreiras e das carreiras, sobretudo, para transformarmos os velhos problemas da sociedade brasileira.”

Anne Fadul, COO e cofundadora da Pina

Atuar em comunicação e ocupar um cargo de liderança, sem dúvidas, não era a expectativa de Anne Fadul, COO e cofundadora da Pina. Fã de filmes que passavam em tribunais, enxergava na advocacia o seu futuro promissor. “Nos 45 minutos do segundo tempo, mudei para o jornalismo e a vida me levou para o mundo corporativo.”

Atualmente, como cofundadora da Pina, ela traz a Anne criança que queria ser do mundo jurídico, em prol da justiça.

“Em minha liderança, tento trazer a sensibilidade social, capacidade de negociação e habilidade do relacionamento interpessoal. Além disso, tento ser justa nas minhas decisões. Hoje, me vejo muito mais a Anne comunicóloga/empreendedora do que a advogada.”

Luciana Carvalho, CEO e cofundadora da Chiefs.Group

“Meu sonho de criança era ter uma escola. Sempre acreditei na força da educação e na possibilidade de reinventar o mundo por meio dela,” afirma Luciana Carvalho, CEO e cofundadora da Chiefs.Group.

A executiva estudou a vida toda em escolas com formatos de educação não-tradicionais e isso sempre a instigou a pensar diferente. Além disso, tinha uma afinidade grande com o mundo corporativo.

“Meus brinquedos preferidos eram uma caixa registradora e muitos papéis de banco. Naquela época tudo de banco era feito no papel. E o mundo corporativo foi virando uma realidade. Hoje, como CEO da Chiefs.Group, vejo o quão forte está em mim aquele desejo de reinventar o trabalho, construir uma nova forma, deixar um legado no mundo. Me sinto feliz em ver que meus sonhos de criança e minhas paixões encontraram lugar no que faço atualmente,” diz Carvalho.

Daniel Gontijo, fundador e presidente da Arbitralis

“Quando criança, mais especificamente aos oito anos, lembro que tive uma série de experiências que mudaram minha vida, em todos os aspectos. Eu presenciei a indiferença que a grande parte da sociedade tem com relação às pessoas em situações mais difíceis, especialmente financeira,” afirma Daniel Gontijo, fundador e presidente da Arbitralis.

A situação despertou em Gontijo uma vontade de combater a injustiça da forma como ele pudesse. “Passei a desejar uma profissão no qual eu conseguisse gerar um impacto positivo no máximo de vidas possíveis. Foi assim que me tornei advogado.”

Mas ainda não era o suficiente, uma vez que o atual sistema jurídico precisava de reformas, diz Gontijo: “Os processos demorados, excesso de trabalho, falta de condições mínimas para desempenhar a função em diversas comarcas…tudo isso me inspirou a empreender e criar a Arbitralis, para concretizar essa vontade de combater a desigualdade. Apesar de ser uma meta, praticamente, infinita, é extremamente satisfatório conseguir auxiliar de alguma forma. Aquele sonho de criança se tornou o principal pilar da nossa startup,” diz o executivo.

Guilherme Dias, cofundador e CMPO da Gupy

“Quando pequeno sonhava em ser desenhista. Era aquele garoto com uma paixão avassaladora pela arte,” diz Guilherme Dias, cofundador e CMPO da Gupy.

Dias desenhava quadrinhos e moldava bonecos de massinha que a irmã e ele vendiam orgulhosamente aos vizinhos. Entretanto, a jornada daquele menino o levou à engenharia química e à consultoria estratégica.

“Em 2015, ao cofundar a Gupy com outras três pessoas incríveis, percebi que minha essência criativa encontrou seu espaço, como CMO de uma scale-up em ascensão. Consegui unir meu espírito empreendedor à criatividade e pensamento analítico,”, afirma Dias.

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