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CEO do Morgan Stanley pede para profissionais abandonarem a 'jobland'

Você está na "terra do emprego" ou na "terra da carreira"? Para o CEO, chegou a hora de abandonar uma dessas mentalidades

Morgan Stanley: para CEO, chegou a hora de voltar a "careerland" (Mario Tama/Getty Images)

Luísa Granato

Publicado em 10 de março de 2022 às 16h42.

Para James Gorman, CEO do Morgan Stanley, chegou a hora dos profissionais deixarem a “jobland” e voltarem para a "careerland”.

Essa é a distinção que o executivo fez em um discurso no Australian Financial Review Business Summit, em Sidney, entre quem está trabalhando em casa e quem voltou para o escritório. A “terra do emprego”, ou, no inglês, “jobland”, seria a mentalidade de quem prefere o trabalho remoto.

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Já a “terra da carreira”, ou “careerland”, se encontra no escritório e é para aqueles que querem crescer profissionalmente. “Muitos de nós entramos na mentalidade da ‘terra do emprego’. Bem, se você estiver na ‘terra da carreira’, você vai precisar estar próximo de pessoas para aprender um pouco com elas”, diz.

Gorman comentou no passado sobre sua preferência pelo trabalho presencial. Em junho de 2021, ele pediu o retorno de forma bem direta: “Se você pode ir a um restaurante na cidade de Nova York, você pode voltar ao escritório”.

Esse foi um comentário que ele repetiu no evento desta semana na Austrália. Segundo a Bloomberg, o executivo falou que sua preocupação não é se as pessoas em casa estão trabalhando ou não, mas se estão deixando de desenvolver as habilidades comportamentais necessárias para avançar na carreira.

“Meu trabalho administrando a companhia é assegurar que nós treinamos e desenvolvemos nossos funcionários para fazer o trabalho que nós precisamos que eles realizem”, disse.

A preocupação se o home office seria prejudicial para a carreira não é apenas de Gorman. Uma pesquisa do Future Forum com mais de 10.000 trabalhadores mostrou que mais de quatro em cada 10 executivos classificaram as potenciais desigualdades entre funcionários remotos e internos como sua principal preocupação.

O levantamento descobriu que os chefes têm duas vezes mais probabilidade de preferir trabalhar no escritório pelo menos três dias por semana em comparação com funcionários comuns. Mulheres e trabalhadores de minorias são mais propensos do que outros grupos a querer ficar em casa.

Outra pesquisa, da plataforma de comunicação Slack, vou uma disparidade na vontade de voltar ao escritório: 44% das chefes gostariam de voltar a trabalhar todos os dias de forma presencial. Enquanto isso, só 17% dos outros funcionários têm esse desejo.

A pesquisa do Slack não deixou de perguntar o que motivava essas respostas diferentes entre chefes e outros funcionários. No caso dos chefes, eles dizem que preferem um lugar quieto para focar em seu trabalho e querem colaborar com colegas de forma presencial.

Já os outros funcionários dizem que preferem o trabalho remoto principalmente para evitar o deslocamento pela cidade. Como vantagem de ir ao escritório, eles citam que ali é um espaço para se relacionar com os colegas.

Carreira no mundo BANI

Além do debate sobre o local de trabalho, outro ponto de discussão é a própria visão do que é uma carreira do futuro. Assim como a forma com que novas habilidades são aprendidas.

No mundo pós-pandemia, as transformações no mercado de trabalho e nos negócios continuarão acontecendo de modo exponencial e pensar em uma única trilha de carreira pode prejudicar os profissionais.

Uma grande tendência para o futuro das profissões é que cada vez existam menos silos entre os cargos e funções. E isso significa uma mudança de mentalidade drástica para pensar na sua carreira. Na forma de imaginar a carreira para o futuro no mundo não-linear, do conceito BANI, é necessário pensar no conjunto de habilidades que temos.

A versatilidade é apontada como uma das habilidades para ser um profissional preparado para o futuro. Segundo Marcelo Nobrega, especialista de recursos humanos ebusiness developer da consultoria Falconi, é necessário reconhecer que as fórmulas de sucesso do passado podem não funcionar mais nesse contexto.

“Quando falamos de competências do futuro, tem muito que não sabemos. Se soubéssemos, já estávamos dominando. Mas o futuro é algo inédito e que a única certeza que temos é a mudança vem”, diz.

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