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Vacina e popularidade do governo: uma equação delicada

São altas as expectativas quanto à disponibilidade e à velocidade de vacinação

Uma frustração quanto à vacinação tem forte poder de piorar o humor da população (Ricardo Moraes/Reuters)

Uma frustração quanto à vacinação tem forte poder de piorar o humor da população (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2021 às 19h08.

Por André Jácomo*

A pandemia da covid-19 escancara os múltiplos desafios que um governo enfrenta na sua comunicação. Além de comunicar as medidas reais de combate à pandemia, os governos também precisam usar a comunicação como ferramenta de gerenciamento das expectativas da opinião pública.

E, no momento em que as fichas estão todas na vacinação, o cumprimento ou a superação pelo governo das expectativas das pessoas quanto à entrega e à disponibilização de vacinas podem dar ganhos de popularidade para os governantes.

Hoje, as expectativas são altas. Dados da pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que 27% da população brasileira não vacinada espera ser imunizada ainda no primeiro semestre de 2021. Ao todo, 64% acreditam que serão vacinados ainda este ano.

Embora em menor parte, há consideráveis 35% da população que ou acreditam em vacinação apenas em 2022 ou não sabem dizer quando serão vacinadas. Curiosamente, os mais pessimistas não são os mais jovens; o maior pessimismo encontrado pela pesquisa está entre os adultos de 25 a 40 anos. A pesquisa ouviu 2.010 brasileiros em uma amostra representativa da população, com margem de erro de 2 pontos percentuais.

Se essa expectativa for atendida ou até superada, a popularidade do governo pode crescer. Mas sempre há a metade vazia do copo: uma frustração quanto à vacinação tem forte poder de piorar ainda mais o humor da população.

*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa

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