Tecnologia possibilitam tratamentos mais efetivos pacientes com miomas
Ressonância magnética, ultrassonografia 3D e cirurgia robótica contribuem para o diagnóstico eficaz e a resolução de maneira mais precisa
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Publicado em 30 de março de 2023 às 17h00.
De acordo com o Ministério da Saúde, por ano, só no Brasil, cerca de dois milhões de mulheres são diagnosticadas com algum tipo de mioma uterino, especialmente, aquelas que estão em idade fértil. Com o objetivo de fornecer um tratamento mais eficaz, preciso e humano, as instituições de saúde estão cada vez mais investindo em novas tecnologias para combate dessa doença. Referência de saúde em São Paulo, o Hospital Santa Catarina – Paulista tem a ginecologia como uma das áreas que mais utilizam dessas novas ferramentas. A principal é a cirurgia robótica, que tem como principal atributo o fato de ser menos invasiva para o paciente e mais confortável para o médico que está operando.
“As pacientes têm chegado cada vez mais informadas e desejando uma alternativa menos invasiva, estando mais abertas para o uso dessa plataforma incrível. Uma cirurgia com o auxílio do robô reduz o tamanho de incisões para cirurgias potencialmente mais complexas, resultando em uma recuperação mais rápida e menos dolorosa no pós-operatório. Além da retirada dos miomas, nós utilizamos o Da Vinci XI para outras cirurgias ginecológicas, como para endometriose e outras doenças dos ovários”, afirma Gustavo Barison, cirurgião ginecológico do Hospital Santa Catarina – Paulista.
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O mioma uterino é um tumor benigno formado por fibras musculares do útero que pode se localizar dentro da cavidade uterina (submucoso), na parede do útero (intramural) ou projetado para a superfície externa do útero (subseroso).
A doença, que tem características muito individuais e vinculadas a perfis genéticos, pode ou não apresentar sintomas. Os miomas tendem a afetar cerca de 60% a 80% das mulheres abaixo dos 40 anos. Quando sintomático, os miomas podem interferir tanto na qualidade de vida da mulher como em sua fertilidade, por isso, o tratamento cirúrgico pode ser uma alternativa.
Com os recentes avanços tecnológicos na área da ginecologia, o tratamento cirúrgico minimamente invasivo tem possibilitado a retirada dos tumores com maior precisão e melhor recuperação para a paciente. O uso da ressonância magnética promove uma identificação mais precisa da localização desses tumores, além de maior definição de suas características. Já a retirada pode muitas vezes ser feita por videolaparoscopia e mais ainda, com o auxílio de plataformas robóticas, como o Da Vinci Xi.
A cirurgia robótica também permite que o cirurgião trabalhe de maneira mais ergonômica e com melhor visualização da pelve da paciente, agregando uma vantagem na performance cirúrgica. “Na laparoscopia convencional, o médico realiza o procedimento em campo, ao lado do paciente, em pé. Na robótica, o cirurgião está fora de campo, sentado, em uma posição mais ergonômica. As pinças dão mais controle e estabilidade, facilitando em cirurgias complexas e fazendo com que o profissional consiga realizar, de forma mais confortável, procedimentos mais complexos”, diz o ginecologista.
No Brasil, 1 a cada 8 mulheres sofre com a forma mais grave de endometriose, que pode levar à infertilidade. A endometriose consiste na presença de células do endométrio (tecido que reveste internamente o útero) fora do útero, em outros sítios da cavidade abdominal, como os ovários, os ligamentos pélvicos, vias urinárias e intestino, tendo como principal sintoma cólicas menstruais incapacitantes, dores pélvicas não relacionadas ao ciclo menstrual, distensão do abdome, e, por vezes, sangramento nas fezes e infertilidade.
No Brasil, cerca de oito milhões de mulheres sofrem com a doença. Uma a cada oito mulheres sofre com a forma mais grave da doença, a endometriose profunda, que pode se manifestar de diversas formas e pode necessitar de tratamento cirúrgico.
A ultrassonografia transvaginal 3D é fundamental para a equipe médica mapear a pelve e caracterizar a extensão da endometriose, já que ela possibilita uma observação mais detalhada da anatomia pélvica e da doença em si.
“A pandemia fez com que muitas pacientes voltassem para os consultórios após um hiato sem acompanhamento, apresentando casos mais graves de endometriose, já que o medo de ir ao médico prejudicou o seguimento das consultas. A cirurgia robótica tem se mostrado como uma forte aliada no tratamento de casos mais avançados, com um resultado mais efetivo e menos invasivo para a paciente”, afirma Barison.
Além das tecnologias desenvolvidas para tratamento e prevenção, aplicativos de celular também auxiliam as pacientes no monitoramento de seus ciclos menstruais e na identificação de sintomas relacionados à endometriose. Essas informações coletadas podem auxiliar o médico na decisão do melhor tratamento para cada paciente, promovendo uma assistência individual e mais precisa.
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