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Síndrome da impostora, maternidade e fornecedores são desafios do empreendedorismo feminino

Brasil alcança 10,3 milhões de mulheres empreendedoras, mas os desafios da jornada ainda são muitos

O empreendedorismo feminino ganho muita força nos últimos anos (GettyImages/Getty Images)
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Publicado em 28 de julho de 2023 às 13h30.

Falta de incentivo, assédio na tratativa com fornecedores, síndrome da impostora e maternidade, os desafios do empreendedorismo feminino no Brasil são muitos. Ainda assim, onúmero de mulheres abrindo o seu próprio negócio vem crescendo e alcançou a marca histórica de 10,3 milhões de empreendedoras, um percentual de 34,4% de empreendedoras no país, segundo a última pesquisa do Sebrae , feita com dados do IBGE, realizada em  em 2022.

O cuidado redobrado com as roupas que usava ao tratar com fornecedores e a síndrome da impostora foram os principais desafios que Isabela Chusid, CEO e fundadora da Linus, marca de lifestyle criadora da primeira sandália vegana de plastico nacional, encontrou na sua jornada empreendedora. Quando criou a marca, em 2018, Isabela Chusid queria preencher a lacuna de busca por calçados atemporais e confortáveis, que não abrissem mão da sustentabilidade, à época com 23 anos. “O principal desafio da maioria das mulheres está relacionado com a famosa síndrome da impostora. Eu tive que acreditar no meu potencial e capacidade de tirar algo do plano das ideias para o papel e realmente realizar algo sem ter alguém me orientando”, conta Isabela.

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Fornecedores

“Outro grande desafio foi conseguir achar fornecedores que comprassem a ideia, que acreditassem no meu sonho. Começar a produzir uma quantidade pequena no mercado calçadista é super difícil, foi muito importante ter encontrado a parceria de uma mulher específica de desenvolvimento de material nesse caminho, ela comprou a ideia, acreditou no meu sonho e me ajudou a executá-lo, além do desafio que foi lançar, de fato, a empresa com um orçamento de 50 mil”, reforça Isabela. Na pandemia a marca cresceu 700%, desde então tem mantido um crescimento acelerado, dobrou de tamanho e de número de parceiros no último ano, expandiu para a Europa e anunciou a chegada ao Uruguai com 16 pontos de vendas físicos.

A busca por fornecedores também foi uma das dores da empreendedora, estilista e mãe, Letícia Correia, fundadora da AVA Intimates, marca que desenvolve pijamas e lingeries confortáveis e autênticos, criada em 2015,com um investimento inicial de 20 mil.A AVA nasceu da busca de Letícia por lingeries confortáveis e autênticas. Ela não encontrou peças que agradassem e ao conversar com amigas percebeu que era um sentimento comum. Foi quando uniu a vontade de empreender e a experiência na WGSN, autoridade global em previsões e análises de dados para mapear tendências, para criar a marca que foi de 7 mil peças vendidas em 2019 para 26 mil peças vendidas no último ano.

Maternidade

Outro desafio foi conciliar empresa e família, Letícia é mãe de Celina e Francisco, de 2 anos e 6 meses, respectivamente. “O início com um baixo investimento e poucas peças foi muito difícil, mas um dos nossos principais desafios foi realmente encontrar um fornecedor de confiança que conseguisse entregar a qualidade que procurávamos e construir um time engajado que acreditasse nos pilares da marca, e ao mesmo tempo conciliar com a maternidade. Empreender e ser mãe não é uma tarefa fácil, precisei de muito planejamento para aprender a conciliar sem deixar de lado tarefas indispensáveis para o crescimento do negócio e importantes ou especiais para a minha família”, diz Letícia.

Atualmente, além do e-commerce , a marca possui também duas lojas físicas,localizadas no ShoppingJK Iguatemi e nos Jardins, em São Paulo. Para as empreendedoras, o apoio de outras mulheres foi essencial para o crescimento das empresas. Com 11 colaboradores no time da AVA, 99% é composto por mulheres. Na Linus, não é muito diferente, o time já está em 24 colaboradores, 83% de mulheres. Amigas de longa data, Isabela e Letícia sempre trocam sobre empreendedorismo e contam que esse network é essencial para entenderem que não estão sozinhas e para trocarem aprendizados.

“Nas nossas trocas sempre pontuamos a fase que estamos vivendo e onde queremos chegar e o que vamos precisar para alcançar essas metas. Poder contar com outras mulheres que estão passando ou já passaram pelo mesmo momento que você e trocar figurinhas com elas faz você se sentir menos sozinha. E isso faz muita diferença”, afirma Isabela.

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