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Saúde no trabalho: e se em 2025 nossa meta fosse descansar mais e melhor? 

O conceito científico de descanso profundo (deep rest) redefine o relaxamento: um estado restaurador capaz de reparar nossas células, combater o estresse e renovar a energia

Sabemos que estamos estressados e buscamos saídas para isso constantemente. Mas será que procuramos no lugar certo? (DMP/Getty Images)
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Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 10h00.

Por Cecilia Ivanisk, fundadora da Learn to Fly

As férias acabaram e você já sente o estresse da rotina batendo na porta? E se ao invés de entrar no piloto automático que te leva para um ciclo de cansaço crônico e produtividade ineficaz, você começasse o ano fazendo diferente? Já ouviu falar da ciência por trás do descanso ? Pode ser o momento perfeito para mudar o enredo da sua vida.

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Uma pesquisa da American Psychological Association mostrou que mais de 50% das pessoas percebem que os benefícios das férias - como mais energia e menos estresse - acabam em poucos dias. Ao voltarem de férias, 68% dos entrevistados se mostraram com bom humor, mais motivados e menos estressados.

Então por que será que ainda negligenciamos nosso descanso?

O cérebro é responsável pelo consumo de 25% da energia do nosso corpo. É uma máquina que trabalha melhor quando alterna períodos de esforço e descanso. Durante as pausas, a rede neural chamada Default Mode Network (DMN) entra em ação, permitindo que conectemos ideias, consolidemos memórias e criemos soluções inovadoras.

Parecem bons motivos para incluirmos o descanso em nossas rotinas, ao invés de ser um evento isolado uma vez ao ano.

Estresse X Descanso

Para entender os benefícios do descanso, precisamos olhar melhor o estresse. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que 1 em cada 5 trabalhadores sofre de burnout, enquanto o cansaço crônico contribui para uma queda de 15% na produtividade mundial.

O estresse tem origem em mecanismos fisiológicos que nos ajudam a enfrentar desafios - seja para escapar de um perigo ou enfrentar um erro no trabalho.

A menor sensação de ameaça pode colocar o corpo em alerta, desencadeando respostas que afetam nosso sistema nervoso e alteram processos inconscientes, como respiração e digestão, aumentando também a produção de hormônios, como o cortisol.

Um certo grau de estresse é inevitável, mas em excesso causa danos profundos, inclusive em nível celular. Foi o que uma equipe da Universidade da Califórnia, liderada por Alexandra Crosswell e Elissa Epel, constatou.

A pesquisa mostrou que a maioria de nós passa as horas de vigília em um estado de estresse moderado, motivados por sentimentos de incerteza sobre o futuro. A ideia traz uma nova direção no pensamento científico, que tradicionalmente considera o relaxamento como estado humano padrão.

Idealmente, uma crise que induz ao estresse tem um final rápido e claro. Mas os problemas da vida moderna não chegam a conclusões rápidas e completas. Esse estado contínuo produz alteração no funcionamento celular, que ao realizar funções que a resposta ao estresse exige, perde energia para tarefas mais rotineiras e necessárias. O resultado: um aceleramento do processo de envelhecimento.

Como “desligar” o estresse

Sabemos que estamos estressados e buscamos saídas para isso constantemente. Mas será que procuramos no lugar certo?

Segundo as pesquisadoras, necessitamos de períodos constantes de descanso profundo (deep rest), um estado psicológico e fisiológico durante o qual nosso corpo pode se recuperar em nível celular, mantendo em bom funcionamento uma máquina tão complexa como o corpo humano.

Em outras palavras, precisamos de práticas que cultivem o bem-estar e aquietem a mente, o que não acontece quando assistimos a uma série violenta na TV, por exemplo.

Yoga, meditação e imersões na natureza fazem parte de práticas de descanso profundo. Pintura, caminhadas e tricô, também! O que elas têm em comum é que ambas desativam nosso sistema que se antecipa a ameaça e enviam sinais para o cérebro dizendo que estamos seguros.

O descanso profundo não só renova nossa energia, mas repara nossas células. O sistema nervoso parassimpático entra em ação ajudando o corpo a se acalmar. O cérebro aciona um processo celular que recicla partes danificadas, permitindo que o corpo funcione melhor. O resultado vai além de um alívio temporário, desacelerando o envelhecimento e protegendo nossa saúde como um todo.

Descanso, um novo hábito

Parece bom, não? Comece incluindo novos hábitos. O cérebro precisa de apenas 21 dias para criar um novo hábito. Você repete o comportamento, ele reforça as conexões neurais e entra no "modo automático".

E nada melhor do que aproveitar a mente e o corpo descansados para incluir na rotina novos comportamentos que podem melhorar a vida.

Aqui algumas dicas para aproveitar o poder do descanso:

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