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Relatório aponta risco global de empresas insolventes

Estudo da CIAL mostra que pandemia, rupturas da cadeia de abastecimento, desafios do mercado de trabalho e geopolítica contribuíram ambiente sem precedentes

Disparada dos custos devem aumentar risco global de empresas insolventes (jpkirakun/Thinkstock)
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Publicado em 13 de março de 2023 às 17h00.

O aumento dos custos dos insumos, a crescente taxa de juros, a redução da demanda dos consumidores e a retirada do apoio fiscal pelos governos podem impactar de forma negativa as margens de negócios das empresas em todo o mundo aumentando o risco de insolvência. É o que aponta o Relatório Impacto das Mudanças Econômicas Globais nos Negócios divulgado pela CIAL Dun & Bradstreet.

Segundo o estudo, as diversas interrupções em todo o planeta provocadas pela pandemia, as rupturas da cadeia de abastecimento, os desafios do mercado de trabalho, as sanções econômicas e as questões geopolíticas contribuíram para esse ambiente sem precedentes. “Os efeitos compostos por estes eventos inesperados estão desafiando as empresas e alterando tanto seus hábitos comerciais quanto os de consumo”, explica Marcos Maciel, CEO da CIAL Dun & Bradstreet no Brasil.

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O estudo demonstra que esses efeitos já estão atingindo as empresas, e governos de vários países estão aplicando políticas fiscais e monetárias para frear essas incertezas da economia global. O levantamento elencou alguns sinais de alerta que as corporações devem se atentar, como falhas e inadimplência, disrupção contínua nas operações, deterioração da saúde de pequenas empresas e fraude empresarial.

O levantamento foi desenvolvido em parceria com a Dun & Bradstreet Worldwide Network utilizando a maior base de dados comerciais do planeta, que conta com mais de 10 milhões de atualizações diárias sobre mais de 500 milhões de empresas em todo o mundo. Com todo esse banco de dados e informações e por meio de índices internos de determinados setores, a CIAL, junto de seus especialistas, faz a leitura e as projeções financeiras e econômicas para os próximos meses.

As falhas e as inadimplências se agravaram ainda mais para as empresas que já estavam passando por dificuldades. De acordo com o ranking interno, utilizado pela CIAL D&B, o Global Business Ranking (GBR), que prevê a probabilidade de uma empresa ficar inativa nos próximos 12 meses, mercados que incluem Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e França, por exemplo, se deterioraram entre maio de 2021 e maio de 2022.

Outro apontamento do relatório expõe a deterioração da saúde financeira de pequenas empresas em todo o mundo, coincidindo com o fim de programas federais de assistência ao estímulo. Essa desaceleração, segundo a pesquisa, continuou até junho de 2022, com apenas o setor de serviços às empresas, como o de profissionais e de engenharia, apresentando melhoras.

“Isso se deve à desaceleração dos gastos dos consumidores passando de gastos com bens duráveis para não duráveis e serviços”, diz Maciel, citando como exemplo a queda do Índice Automotivo da Dun & Bradstreet, em abril, e do Índice de Varejo Dun & Bradstreet, em maio deste ano.

Gastos com cartão de crédito e diminuição de empréstimos às PMEs

O relatório aponta também a utilização do cartão de crédito como outro fator que contribui para o comprometimento da saúde das Pequenas e Médias Empresas (PMEs). “Uma maior taxa de utilização demonstra ausência de dinheiro ou disponibilidade de crédito através dos canais tradicionais, produzindo um ciclo econômico ou empresarial mais lento”, aponta o Índice de Saúde das Pequenas Empresas Dun & Bradstreet.

Embora haja sinais de aumento do uso de cartões de crédito para os negócios, o relatório destaca que os bancos centrais de todo o mundo têm se engajado no aperto da política monetária, o que inviabilizaria cada vez mais o fornecimento de crédito para pequenas empresas. Entre os exemplos citados no estudo estão a Reserva Federal Americana e o Banco da Inglaterra, que anunciaram seus maiores aumentos de taxas de juros em mais de 27 anos.

“30 das 37 economias acompanhadas pelo Banco de Compensações Internacionais, incluindo Canadá, Hong Kong e Índia, testemunharam aumento na sua taxa de juros entre janeiro e junho deste ano”, indica a pesquisa.

Uma das explicações para a diminuição de empréstimos às pequenas e médias empresas é que os bancos estão se tornando cada vez mais avessos ao risco e estão apertando ainda mais suas diretrizes internas ou critérios de aprovação. “Por exemplo, alguns deles da Europa tornaram os seus padrões de crédito para as PMEs mais restritivos no segundo trimestre de 2022 (percentual de 10%) em comparação com o primeiro trimestre deste ano (percentual de 7%).

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