Por que tantas expectativas em relação ao 5G?
Executivo da Huawei explica a revolução digital que a nova tecnologia vai proporcionar e esclarece dúvidas sobre segurança cibernética
Isabela Rovaroto
Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 14h38.
Última atualização em 29 de dezembro de 2020 às 14h39.
É possível que o 5G venha a trazer um salto na conectividade da sociedade. Se o 4G mudou os hábitos das pessoas e da sua relação com o smartphone, é possível que o 5G contribua significativamente para uma mudança no funcionamento da sociedade.
Porém, essa esperada mudança estrutural da sociedade não é gerada somente pela conectividade do 5G. Temos em curso um fenômeno de transformação digital, que poderá ser acelerada pela conectividade 5G, mas que precisa de muitas outras tecnologias (desde a fibra ótica até computação em nuvem ou a inteligência artificial) e, principalmente, de muitos e diversificados agentes econômicos locais que façam acontecer essa transformação digital de formal local. Quem fará isso são os agentes locais brasileiros, que terão a contribuição de inúmeros fornecedores locais e estrangeiros, como se espera numa economia de mercado aberta e competitiva.
Sobre os benefícios da tecnologia 5G, podemos resumir a três grandes saltos tecnológicos. Primeiro, maior velocidade de transmissão de dados que nos permitirá experimentar em mobilidade velocidades superiores a 1.5Gbps por segundo. Hoje os nossos aparelhos de topo de gama, em redes 4.5G sendo preparadas para o 5G, poderão atingir velocidades entre 100 e 200 Mbps. Para que, então, serve isso? Hoje podemos esperar que, com essa velocidade, os aplicativos de serviços de vídeo dos smartphones podem evoluir para experiências muito mais imersivas, com visualização de conteúdo em novas panorâmicas e com interatividade. E, quem sabe, novos aparelhos complementem os smartphones para tornar essa experiência ainda mais rica e inovadora.
Segundo salto tecnológico: a latência das redes será muito mais baixa. Ou seja, a instantaneidade da resposta aos controles aplicacionais será muito maior. Para que serve isso? Aqui o benefício esperado é muito maior nas aplicações de uso empresarial. Muitas aplicações industriais poderão melhorar a eficiência das empresas ou da gestão das cidades se a rapidez de resposta for próxima de zero milissegundos. Por exemplo, se a latência da rede for muito mais baixa, um caminhão autônomo poderá aumentar a sua velocidade média de 10 km/h para 30km/h ao transportar minério de um ponto ao outro, uma vez que a confiabilidade da condução do trajeto será muito maior.
Por último, a densidade de conexões por km2 poderá ser muito maior. As redes atuais estão preparadas para suportar o número de conexões dos humanos e mais algumas conexões de máquinas. Mas o 5G permitirá que as conexões simultâneas sejam 100x maior, permitindo que humanos e máquinas possam estar conectados simultaneamente. Para que serve isso? Se pensarmos em cidades inteligentes, teremos pessoas conectadas com os seus smartphones, mas também casas com aparelhos conectados ou infraestruturas urbanas conectadas.
Considerando que o 5G é essencial para uma transformação digital mais profunda da sociedade, importa agora entender um pouco mais sobre como se desenvolvem e se operam as tecnologias de conectividade móvel.
Em primeiro lugar, à semelhança do 3G e do 4G, o 5G é na verdade um padrão tecnológico definido no seio de um órgão chamado 3GPP, que é composto por praticamente todas as operadoras e fabricantes de tecnologia do setor de telecom. No 3GPP, são especificados os padrões que asseguram que os equipamentos dos diferentes fornecedores funcionem de forma harmoniosa nas de telecomunicações de todas as operadoras do mundo. Uma rede de uma operadora de telefonia móvel tem muitos fornecedores de equipamentos diferentes e, assim, é possível transferir os benefícios de custos mais baixo para o consumidor final.
Em segundo lugar, numa economia de mercado regulamentada, são as operadoras de telecomunicações que definem os requisitos de funcionamento e segurança dos seus equipamentos. São elas que decidem quais os seus fornecedores, de acordo com os seus próprios processos de licitação. E são elas que pagam aos fornecedores.
Portanto, quando se fala em escolher os melhores equipamentos de telecom para a rede 5G, estamos falando das operadoras, no quadro da iniciativa privada, escolherem os equipamentos de Huawei, Nokia, Ericsson ou outros.
E, em terceiro lugar, são as operadoras de telecomunicações brasileiras que operam a rede. São elas que monitoram a segurança e privacidade dos dados dos seus clientes. Todas as políticas de segurança e confidencialidade de dados são definidas pelas operadoras, no quadro das legislações nacionais aplicáveis.
E a Huawei? Por que se fala tanto dessa empresa?
A Huawei tornou-se líder na tecnologia 5G por ter começado a investir nas contribuições para o 3GPP há mais de 10 anos, tendo investido mais de 4 Bi USD em P&D para o 5G. Esse investimento traduz-se em uma liderança no número de contribuições para o padrão 5G que são patenteáveis.
Em relação à segurança das redes 5G, a Huawei tem a segurança cibernética como prioridade máxima em tudo o que faz. Sempre respeitou e respeitará as normas de segurança que sejam impostas pela regulamentação nacional e exigidas pelas operadoras. Operando em mais de 170 países, a Huawei nunca teve nenhum incidente relevante de falha de segurança. Além disso, a empresa orgulha-se de ser o fornecedor mais transparente do mundo, pois coloca à disposição dos seus clientes para auditarem o código-fonte dos equipamentos, com os seus próprios funcionários e ferramentas, no centros de transparência globais, em Bruxelas (Bélgica) e Dong Guan (China).
A Huawei está no Brasil há 22 anos, fornecendo equipamentos de telecomunicações móveis e fixas para todos as grandes operadoras de telecom. Fornece equipamentos de 2G, 3G, 4G e 4.5G que as operadoras hoje em dia operam com níveis de satisfação, que eu poderia chamar de elevados em função do retorno que recebemos dos clientes e da renovação da escolha da Huawei ao longo destes anos.
* Carlos Roseiro é Diretor de Soluções na Huawei
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