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Perfil: Vítor Cunha deixou os palcos para, então, revolucionar a música independente

Com 900 mil artistas e fãs em mais de 196 países, a Magroove facilita a jornada de músicos diversos

Vítor Cunha, CEO e cofundador da Magroove (Magroove/Divulgação)

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Publicado em 30 de junho de 2023 às 18h00.

Última atualização em 30 de junho de 2023 às 18h19.

Produtor musical e engenheiro de som, Vítor Cunha conhecia bem as dores que os artistas independentes sofrem para entrar no mercado musical. Em 2016, ele fazia parte de uma banda e atuava como produtor em outras, quando decidiu trocar o palco pelo backstage e atuar no gap entre a cena musical local e o grande público. Assim nasceu a Magroove, empresa que atua na distribuição digital de músicas de artistas independentes para as plataformas de streaming. Ao lado do sócio e CTO, o engenheiro mecatrônico Fabrício Schiavo, Vítor fundou a empresa que acaba de alcançar 900 mil artistas e fãs de música presentes em mais de 196 países. Junto a isso, a startup acaba de levantar uma rodada de investimento de R$ 8 milhões, liderada pelo fundo de Venture Capital Domo Invest.

No período em que produzia outras bandas acabei entrando em contato com outros mercados de música independente pelo mundo e percebi que as dificuldades que todos artistas costumam enfrentar são as mesmas: impactar o público e construir uma base de fãs”, diz o CEO e cofundador da Magroove. “Começamos criando um MVP para resolver essa dor e já no lançamento, em 2019, lançamos a plataforma com 30 mil artistas cadastrados."

Como funciona a Magroove?

A empresa, que tem um rigoroso controle de qualidade e não disponibiliza músicas que apresentem algum problema autoral ou plágio, não cobra um percentual do faturamento dos artistas. Em vez disso, ela cobra apenas uma taxa de US$ 5, proveniente de cada lançamento (álbum, EP, single) e, ainda que o artista não gere receita, ela mantém a música disponível nas plataformas. 

Os diferenciais fizeram a startup, criada em São Paulo, alcançar artistas e fãs de música espalhados em 196 países, especialmente dos Estados Unidos e de países europeus –  mas há também artistas de países como o Togo, que chegam a faturar até 21,5 vezes o salário mínimo do país, com os lançamentos nas plataformas.

Trajetória prévia

Antes de criar a Magroove, cuja meta é alcançar 1 milhão de usuários ainda neste ano, Vítor já havia empreendido em uma empresa de consultoria e desenvolvimento de equipamentos de som, a Quadraphonia. Paralelamente, gravava o próprio trabalho e produzia outros artistas em seu estúdio próprio, o Forno Studios, nome que fazia alusão à sua formação e carreira prévia na gastronomia e ao fato do espaço não ter janelas ou ar-condicionado.

A decisão de empreender na Magroove veio após quebrar o pé e ficar impossibilitado de se locomover por cinco meses. "Foi um momento em que eu estava impotente. Eu era totalmente dependente dos outros e não queria sentir isso novamente. Isso me motivou a aproveitar o tempo ao máximo, pude priorizar os meus projetos pessoais e profissionais mais ambiciosos”, afirma o empreendedor.

Aplicativo

Além da plataforma de distribuição, em 2020, após receberem a primeira rodada de investimentos, os sócios resgataram a ideia embrionária à Magroove e decidiram investir no aplicativo para fãs de música. Diferentemente das outras ferramentas de descoberta, que recomendam artistas com base na popularidade deles, o app da Magroove recomenda músicas de acordo com elementos musicais-chave.

O usuário digita a música que gosta na busca do aplicativo e a plataforma, com base em inteligência artificial proprietária, analisa o perfil sonoro daquela música e recomenda semelhantes a ela. Dessa forma, a empresa coloca artistas independentes lado a lado a de ícones da música e entrega um conteúdo realmente relevante aos fãs de música.

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