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O que esperar da agenda ESG em 2024?

Confira a primeira edição do ano da coluna Gestão Sustentável. Nela, Danilo Maeda, head da consultoria de ESG Beon, prevê decisões, tendências e movimentações de empresas na agenda ESG 2024

“Para o ano que se inicia, podemos esperar a continuidade de algumas agendas relevantes e a ascensão de outras” (PUGUN SJ/Getty Images)
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 07h00.

Vivemos um momento decisivo na história da humanidade. O ano de 2023 demonstrou inequivocamente a urgência do desenvolvimento sustentável . Presenciamos situações extremas originadas por mudanças climáticas e ambientais produzidas pela nossa própria espécie, com consequências sociais e econômicas que tornam ainda mais desafiadores os objetivos de inclusão, igualdade e promoção dos direitos humanos.

Não à toa, apontamos aqui no começo do ano passado que temas como justiça climática, inclusão social e gestão de riscos socioambientais seriam relevantes em 2023. O prognóstico se confirmou, juntamente com a projeção de crescente demanda por mecanismos de transparência e gestão ESG nas empresas.

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Para o ano que se inicia, podemos esperar a continuidade de algumas agendas relevantes e a ascensão de outras. Vamos a elas:

Gestão de cadeias de valor

Movimento que vem ganhando força, puxado pelo crescimento do consumo consciente e da demanda por responsabilidade e engajamento socioambiental das marcas, além da exigência legal, em alguns mercados, de mecanismos de rastreabilidade para gestão de impactos socioambientais. A estruturação de iniciativas setoriais e investimentos para rastreabilidade em cadeias críticas trazem outro vetor de visibilidade para o tema. Desta forma, produção livre de desmatamento e de vulnerabilidades sociais tornam-se requisitos mais que desejáveis.

Qualificação da gestão ESG

Aos poucos, o mercado reconhece que o valor das práticas ESG está na revisão de estratégias e modelos de negócio antes da realização de uma mera lista de tarefas. Desta forma, pode-se esperar o crescimento de mecanismos de avaliação e engajamento que considerem não apenas a implementação de boas práticas, mas todo o processo de gestão da e para sustentabilidade.

Adaptação e resiliência

Como até o momento a humanidade não conseguiu agir na velocidade adequada para evitar catástrofes climáticas, não basta mais investir em ações para reduzir os nossos impactos no planeta (mitigação). É preciso preparar nossas infraestruturas, sociedades e lideranças para gerir as consequências e reduzir os dados das catástrofes climáticas “já contratadas” pelas mudanças produzidas até aqui.

Financiamento da transição

Na escala global, o desafio continua a ser a busca por recursos para viabilizar uma trajetória acelerada de redução nas emissões de Gases de Efeito Estufa e crescimento de soluções de captura e estocagem de carbono, com soluções que promovam também a inclusão social e combate às desigualdades. Para organizações e empresas já engajadas no processo, a adesão crescente de investidores que utilizam critérios ESG em suas avaliações de risco é oportunidade de captação de recursos a melhores taxas.

Que neste e nos próximos anos saibamos navegar por tais cenários enquanto geramos valor para a sociedade e participamos do desenvolvimento de um futuro mais sustentável e inclusivo.

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