ESG deve atrair US$ 53 trilhões em investimentos até 2025, segundo a Bloomberg. (Matthew Smith/Unsplash)
Bússola
Publicado em 15 de março de 2022 às 20h00.
Por Thiago do Val*
Ao longo de 18 anos de trabalho com inovação e empreendedorismo, um dos desafios que mais me surpreende é a dificuldade de negócios sustentáveis conseguirem financiamentos significativos.
Principalmente durante os últimos seis anos, quando mergulhei na inovação e presenciei a dificuldade das startups conseguirem crédito e se organizarem de forma mais profissional.
Por que, em uma sociedade com diversos problemas sociais estruturais a tratar e que vem sofrendo com graves impactos ambientais como a que vivemos, empresas inovadoras com propósito socioambiental não conseguem a mesma relevância entre investidores se comparada a fintechs, logtechs e outras? Não seria essa inovação que estaria precisando de uma atenção especial?
Ultimamente temos visto a pauta ESG avançando em muitos sentidos. Segundo a Bloomberg, o ESG deve atrair US$ 53 trilhões em investimentos até 2025. Ainda que pareça uma grande quantia, não é o suficiente para o mundo inteiro em três anos. Temos que fazer mais. E não podemos mais esperar que as grandes corporações tenham o ímpeto de mudar suas práticas.
Se você quer algo bem feito, faça você mesmo. É mais ou menos daí que veio nossa inspiração para criar um crowdfunding. A partir de agora, se você é uma pessoa física e quer investir seus recursos em negócios ativamente responsáveis relacionados ao meio ambiente, à sociedade, à transparência e ao bem estar de seus funcionários, a escolha é sua.
A insegurança é comum quando o assunto é investimento em empresas de pequeno porte. Na verdade, essa possibilidade não existia até pouco tempo atrás. Por isso, existem algumas questões onde a atenção é necessária.
Uma delas, talvez a principal, é que a plataforma escolhida para essa transação seja certificada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ela é uma entidade vinculada ao Ministério da Economia cuja responsabilidade é justamente fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Estes são nada mais do que títulos e contratos de investimentos coletivos.
Isso é o que vai assegurar o investidor de que ele definitivamente não está caindo em um golpe. Ele está transferindo seu dinheiro para uma empresa real e os retornos de seu investimento ocorrerão de maneira auditável e transparente.
Outra questão essencial é a análise de perfil de investidor. A plataforma escolhida precisa ajudar seu público a compreender quem ele é e qual o melhor tipo de investimento com relação às suas demandas e até mesmo sua personalidade.
Na escolha de um negócio específico a se investir, é essencial analisar ao máximo todos os detalhes da oferta. A transparência das informações é fundamental e elas precisam estar disponíveis em uma linguagem compreensível.
Além disso, é importante reconhecer que, ao investir nesses projetos, existem questões maiores envolvidas. Com seu aporte financeiro, o investidor também contribui para a maturidade, profissionalização e crescimento das pequenas empresas que, por sua vez, geram empregos e arrecadação de impostos.
Por último, inserir uma empresa em uma plataforma de crowdfunding também é interessante para o empreendedor. Primeiro, porque é uma nova forma de captação de recursos, tão válida quanto qualquer outra, que descentraliza a tomada de empréstimos que até então eram majoritariamente feitos por bancos.
Ele também é menos burocrático, traz todo o suporte para a preparação e organização das informações e documentos necessários ao longo da relação — trazendo então profissionalização e credibilidade. E, além disso, tem a vantagem de contar com uma grande exposição de sua marca e do seu projeto por meio de uma plataforma segura e apropriada para buscar seus objetivos.
*Thiago do Val é CEO da Crowddy, plataforma de crowdfunding exclusiva para empresas em ESG, advogado, empreendedor e mentor de negócios inovadores no InovAtiva Brasil
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