"À medida que a IA avança, diferentes setores veem-se diante de promessas e desafios únicos" (Paper Boat Creative/Getty Images)
Diretora de Estratégia Digital | Colunista Bússola
Publicado em 1 de dezembro de 2023 às 14h18.
Enquanto o Web Summit Lisboa 2023 se desenrolava em seus três dias intensos de atividades, um “prompt” ecoava por seus corredores repletos de mentes pensantes (ou pensativas!): estamos preparados para enfrentar o poder da inteligência artificial? Será que ela é nossa benção ou maldição? A discussão revelou um consenso inquietante – a IA é uma força estabelecida, mas é nossa responsabilidade moldar seu destino.
No centro das conversas do Web Summit, a IA emergiu como a estrela, provocando entusiasmo e apreensão em igual medida. Os mais de 70.000 participantes debateram o seu papel transformador, destacando benefícios mas alertando para os riscos e limitações.
A promessa de automatização de tarefas cotidianas, nos dando mais tempo para atividades mais criativas e estratégicas, foi celebrada como uma revolução para pessoas físicas e jurídicas.
No entanto, algumas sombras acompanharam as boas novas: o temor da perda ou substituição de empregos é uma delas. O dilema ético de como equilibrar a eficiência da IA e a preservação dos trabalhos está sendo reeditado. O que estamos testemunhando é uma grande virada em nossa história, tão ou mais imensa que a Revolução Industrial e a criação da já madura “world wide web”, que completou 44 anos em 2023.
Além do impacto no emprego, a lista de pautas urgentes é imensa. Precisamos falar sobre: viés algorítmico, privacidade e segurança, manipulação de informações e deep fakes, sustentabilidade, regulação. E um novo glossário é criado para simbolizar estes novos tempos. Habilidade digital, funcionamento ampliado, pensamento crítico, inteligência social, adaptabilidade cognitiva, interculturalidade.
A palavra de ordem é: adaptação! À medida que a IA avança, diferentes setores veem-se diante de promessas e desafios únicos:
Estes são apenas alguns exemplos. Eles ocorrem em praticamente todos os setores da nossa economia.
A jornada do Web Summit lançou um desafio coletivo. Como manteremos o equilíbrio delicado entre o uso da tecnologia para o bem da humanidade e o atendimento às pressões do mercado? A boa notícia? Estamos no início das discussões, então teremos a oportunidade de participar ativamente delas. A má? Não saberemos os critérios que nos darão assento nesta discussão.
Otimista que sou vou carregar uma frase dita por Cassie Kozyrkov, uma cientista de dados, na palestra “O que permanece 100% humano?”: “Nada substitui a colisão criativa de um grupo de seres humanos trabalhando em conjunto. A IA deve ser percebida como uma co-piloto impulsionadora do processo criativo. Ela é automação e não sinapse.”
Vamos trabalhar muito para que seja realmente assim. E que sobre mais tempo para humanos largarem as telas e conviverem com mais humanos.
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